terça-feira, 29 de janeiro de 2019

Venezuela em Crise: Maduro e o chavismo com dias contados?

A Venezuela continua sendo o centro das atenções, onde o mundo acompanha a disputa entre Guaidó e Maduro, levando a possibilidade de ruptura com o chavismo e colocando fim a imensa crise desencadeada pelo populismo no país. 

Temos acompanhado o desenrolar da crise, a qual se agravou após a declaração de ilegitimidade do processo eleitoral no qual Maduro teria sido eleito, o qual tem indícios claros de fraude, o que levou ao posicionamento de vários países que não reconheceram a legitimidade do processo e levando a vários protestos, onde Juan Guaidó se declarou presidente interino da Venezuela, promovendo uma verdadeira revolução, apresentando como saída para a crise venezuelana a retirada de Maduro do poder e restituindo a democracia no país.

Hoje não há dúvidas de que a Venezuela é mais um exemplo do fracassado populismo e suas mazelas, tendo emergido no país com Hugo Chávez, tal ideologia assumiu o poder no país, promovendo uma agenda que ao longo de quase duas décadas levou o país a um imenso retrocesso, mergulhando em uma grave crise econômica, desmantelando praticamente todo parque industrial do país e levando a evasão de investidores ao longo deste período, culminando na atual crise, a qual pode finalmente levar ao fim do populismo chavista no país.

Maduro mantém-se arraigado ao poder, se recusando a deixar o governo, mantendo uma posição firme contra seus opositores, o que pode levar a uma intervenção dos EUA caso haja um massacre perpetrado por forças sob comando de Maduro, o que poderá levar a um sangrento conflito interno. Mas, há ainda a possibilidade de Guaidó conseguir conquistar a confiança e apoio das forças armadas, atual esteio da ditadura chavista, e levar Maduro a entregar o poder usurpado através de um pleito fraudulento. Nesta direção, há indícios que apontam para insatisfação de vários comandantes e militares de vários escalões com o regime, como o adido militar nos EUA que recentemente declarou apoio a Guaidó.

Os dias de Maduro estão contados, onde há forte pressão interna e externa sob seu regime, com vários países tendo reconhecido Juan Guaidó como presidente legítimo da Venezuela, somando isto aos embargos e sanções levantados contra a Venezuela, o que tende a sufocar ainda mais a nação e aumentar a oposição interna ao regime chavista. Os EUA na última segunda-feira (28), congelaram os ativos da estatal venezuelana PDVSA,  proibindo cidadãos e empresas americanas de realizar negócios com a petroleira. Tal medida irá causar um impacto de aproximadamente 7 bilhões de dólares á falida economia venezuelana, podendo alcançar a casa de 11 bilhões de dólares.

Há quem ainda acredite na permanência de Maduro no poder, algo impensável diante do cenário geopolítico e interno que se desenrola, apesar de manifestações de apoio por parte da Rússia e China, onde inclusive fora anunciado o envio de mercenários russos em apoio ao regime de Maduro, não há mais sustentação para o populismo e a figura de Maduro no poder venezuelano. Mesmo que venhamos a presenciar uma intervenção no país, dificilmente o apoio russo ou chinês passará de protestos no Conselho de Segurança da ONU e organizações internacionais, principalmente se levarmos em conta a enorme oposição regional ao regime chavista e a forte influência dos EUA na região, onde inclusive o Brasil já se posicionou apoiador de Juan Guaidó.

As perspectivas ainda são muito incertas sobre o que pode ocorrer em nosso vizinho, porém, é certo que haverá uma mudança significativa no poder venezuelano nos próximos meses, algo que segundo as análises que realizamos, apontam para o princípio de reais mudanças no país até a segunda metade deste ano, tudo dependendo da pressão exercida sobre Maduro.

Continuamos acompanhando a crise e em breve pretendemos fazer uma nova análise, atualizando nossa visão sobre os rumos da Venezuela. Lembrando que a geopolítica é extremamente volátil, e tudo pode mudar em piscar de olhos.


Por Angelo Nicolaci - Jornalista, editor do GBN News, graduando em Relações Internacionais pela UCAM, especialista em geopolítica do oriente médio e leste europeu, especialista em assuntos de defesa e segurança

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