O grupo extremista Estado Islâmico (EI) ainda possui "milhares" de combatentes no Iraque e na Síria, capazes de representar uma ameaça para o Oriente Médio e outras partes, afirmou nesta terça-feira (29) o diretor de Inteligência americano Dan Coats.
O "EI ainda controla milhares de combatentes no Iraque e na Síria", indicou Coats em um relatório enviado ao Congresso.
O grupo "mantém oito facções, mais de uma dezena de redes e milhares de partidários dispersados em todo o mundo, apesar das perdas significativas em termos de líderes e territórios", apontou.
O secretário interino de Defesa, Patrick Shanahan, por sua vez, garantiu nesta terça que o EI vai perder seus últimos redutos na Síria em poucas semanas.
Mais de 99,5% dos vastos territórios ocupados pelo EI no norte da Síria já foram recuperados, indicou Shanahan a repórteres no Pentágono.
"Em duas semanas será 100%", disse.
O presidente Donald Trump anunciou antes do Natal, para surpresa geral, a retirada dos 2.000 militares americanos mobilizados no norte da Síria.
Desde então, diferentes autoridades deram informações contraditórias sobre o assunto, mas o Pentágono indicou que a retirada havia começado, embora sua duração permaneça incerta.
O relatório de Coats indica que "o EI provavelmente vai continuar realizando ataques externos a partir do Iraque e da Síria contra adversários regionais e ocidentais, incluindo os Estados Unidos".
Coats explicou ainda que o EI se concentra em explorar as tensões sectárias no Iraque e na Síria e "provavelmente sabe que controlar novos territórios não é sustentável em curto prazo".
"Acreditamos que o EI vise explorar as reivindicações sunitas, a instabilidade social e estender as forças de segurança para ganhar território na Síria e no Iraque em longo prazo", acrescenta.
Sobre a Al-Qaeda, organização responsável pelos ataques de 11 de setembro de 2001 nos Estados Unidos, o relatório diz que enquanto os líderes do grupo promovem ataques contra o Ocidente, incluindo os Estados Unidos, muitos dos ataques associados "foram de pequena escala e limitados à sua região".
Os afiliadas à Al-Qaeda no leste e no norte da África, no Sahel e no Iêmen, "continuam sendo os maiores grupos terroristas e os mais capazes em suas regiões", acrescenta o relatório.
"Todos mantiveram um ritmo elevado de operações no ano passado, apesar dos contratempos no Iêmen, e alguns deles expandiram suas áreas de influência".
Alguns elementos da Al-Qaeda continuam a minar os esforços para resolver o conflito na Síria. Enquanto isso, no sul da Ásia, o braço da organização apoia os talibãs.
Na Síria, as tropas americanas ainda presentes são principalmente forças especiais destinadas a combater o EI e treinar forças locais nas zonas recuperadas dos extremistas.
Trump estima que o EI "praticamente desapareceu" e que as tropas americanas precisam voltar "para casa para se reunir com suas famílias".
Embora seu autoproclamado "califado" tenha se desmembrado depois de várias ofensivas, a organização extremista mantém alguns redutos e ainda é capaz de executar ataques na Síria e em outras partes do mundo.
Fonte: AFP
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