Os desdobramentos do incidente resultaram na última segunda-feira (24), no anúncio realizado pelo ministro da Defesa russo, Sergei Shoigu, que informou que a Rússia entregará à Síria os sistemas de defesa aérea S-300.
O sistema S-300 tem a capacidade de interceptar múltiplos alvos aéreos, identificando e acompanhando os mesmos dentro de um raio de cerca de 250km ao seu redor, o que se concretizado, irá prover ao governo sírio uma capacidade até então sem igual no país, o que irá reforçar significativamente as capacidades da defesa antiaérea do país árabe.
É relevante nós lembrarmos que há pouco mais de cinco anos, a Rússia suspendeu a sua decisão de reforçar as capacidades de defesa da Síria, onde havia à época, planos de equipar o país aliado com o sistema S-300, porém, os planos foram revistos após um pedido de Israel. Ao analisarmos a conjunção criada pelo evento fatídico que resultou na perda da aeronave russa durante uma operação israelense, na qual ao que tudo indica, teve a intenção de usar a aeronave russa como "escudo" deliberadamente, algo que não seria nenhuma novidade, sendo um artifício já usado em outras ocasiões na história de conflitos modernos, onde inclusive já houve esse tipo de incidente, levando ao abate de aeronaves civis. A situação gerada pela ação coordenada ou não por Israel, levou à uma mudança na política russa para região, e isso não foi resultado direto da política da Rússia na Síria, mas um efeito gerado pelo incidente com o avião Il-20, o que teria dado à Moscou a oportunidade de "fechar" o espaço aéreo sírio, o que de certa forma irá representar ganhos a política russa para Síria e de certa forma irá reduzir os custos da operação russa no país.
Abordando o incidente que envolve o abate da aeronave IL-20 russa pela defesa antiaérea síria, nosso parceiro, Comte Robinson Farinazzo, lançou dois vídeos tratando sobre o incidente que criou mau-estar entre Moscou e Tel-Aviv.
A análise muito bem pontuada de nosso parceiro,que você confere no link: "O avião russo derrubado na Síria", se mostrou acertada posteriormente pela declaração russa feita pelo Gen. Igor Konashenkov, o qual apresentou importantes informações e detalhes que nos permitem aprofundar um pouco mais a análise da situação que veio a resultar no abate da aeronave russa e a morte de seus tripulantes.
O cenário Sírio é bastante complexo, e qualquer ação militar ou mesmo posicionamento político adotado pelos players envolvidos direta ou indiretamente no conflito, devem ser muito bem estudados e analisados, onde podemos comparar com um jogo de xadrez, que pelo visto esta sendo no momento favorável à Moscou e Assad.
Se considerarmos a guinada dada em favor do regime de Assad nos últimos anos do conflito, onde o mesmo saiu de uma posição de quase derrubada, tendo tido mais de 80% do seu território dominado por rebeldes ou grupos terroristas, onde hoje tem a situação inversa, já possuindo a consolidação do domínio de quase a totalidade do território sírio, é certo afirmar que em questão de alguns meses ou pouco mais de um ano, a situação síria já esteja consolidada e o conflito venha a ter decretado seu fim com a reunificação do território sob o domínio do governo legitimo de Bashar Al Assad.
Outro ponto que devemos colocar a essa equação, é a indisposição dos países membros da OTAN em manter um apoio abrangente aos rebeldes sírios, onde a Europa como um todo esta saturada com as críticas internas aos seus governos devido a grande entrada de refugiados no bloco europeu, o que vem a agravar a crise interna nos países, resultando no aumento de incidentes envolvendo extremistas islâmicos que tem adentrado os países europeus misturados aos refugiados. Tal fato corrobora para análise de que os europeus dificilmente apoiem o reaquecimento do conflito com financiamento de uma nova "guerra civil síria".
Em breve iremos lançar uma análise detalhada do conflito sírio, traçando uma linha desde o eclodir do conflito, passando pelo momento atual e estabelecendo as perspectivas plausíveis do futuro sírio.
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