Continua o impasse entre Estados Unidos e
Rússia em torno do tratado de céus abertos “Open Skies”, o qual prevê que os 34
signatários tenham permissão de realizar voos de verificação militar utilizando
aeronaves desarmadas especialmente preparadas para esta função, visando
principalmente garantir o cumprimento dos diversos acordos multilaterais sobre
arsenais e capacidades militares. Tal desentendimento entre Rússia e EUA,
culminou por não ser realizados os voos em 2018. O último episódio sobre o
tratado, se deu no início desta semana, quando autoridades russas denunciaram a
recusa dos norte-americanos em liberar o sobrevoo da aeronave russa sobre o
território dos EUA.
"Em violação das disposições do Tratado “Open
Skies”, o chefe da delegação dos EUA se recusou a assinar o documento final,
sem dar explicações ou razões, citando instruções diretas de Washington",
disse Sergei Ryzhkov, chefe do Centro de Redução de Risco Nuclear da Rússia.
"Nós insistimos
que os norte-americanos retornem à estrutura do tratado de céu aberto e exija
que a situação atual seja explicada com referência às provisões do
tratado", disse Ryzhkov.
A negativa norte
americana ao voo russo previsto para o inicio deste mês de setembro, veio logo após rumores sobre o suposto abandono do tratado por parte
dos EUA, especulações que logo foram desmentidas pelo Departamento de Estado
dos EUA. O tratado fornece importantes informações para o controle dos arsenais
militares de ambos os lados, servindo para atestar a adesão dos países aos
acordos e tratados de controle de armas dos quais são signatários.
No entanto, o porta-voz norte americano reconheceu
que não houveram voos do “Open Skies” em 2018 graças aos impasses envolvendo os
dois países.
"Para lembrar aos
especialistas, não negamos nenhum voo russo que tenha sido conduzido de acordo
com o Tratado", disse.
No último dia 7 de
setembro, Andrea Thompson,
subsecretária de Estado para controle de armas e segurança internacional dos
EUA, teria dito que as negociações chegaram à um "impasse" entre os
dois países.
Segundo ela declarou
na ocasião, que devido alguns impasses entre as partes, principalmente no que
diz respeito a necessidade de algumas adequações de ambas as partes, mas que
está havendo o diálogo entre os envolvidos, afim de que se consiga um
entendimento.
Toda problemática
teria sido agravada em fevereiro de 2016, quando a Rússia anunciou sua intenção
de integrar um novo sensor eletro-óptico digital ao Tupolev Tu-214ON que substituiria o vetusto Tu-154M-ON, o qual também utiliza do equipamento para cumprir os voos previstos pelo “Open Skies”. Tal fato levou o
Pentágono e legisladores a questionarem a postura russa, alertando que
a integração de novos sensores dariam à Rússia uma vantagem sobre a capacidade
de coleta de dados pela aeronave operada pelos EUA em seus voos.
Outro ponto de atrito, tem sido as fortes
críticas do Congresso dos EUA, o qual há muito tempo questiona o tratado, apesar
da importância estratégica que o mesmo representa, tem sido alvo de fortes
críticas, sob o argumento que o tratado conferiria à Rússia vantagem
estratégica.
A coisa teria ganho ainda maiores proporções no
início deste ano, com ambos criando restrições que impactaram sobre a operação
dos voos no âmbito do tratado. Nestas restrições, os norte-americanos teriam
fechado duas bases utilizadas para apoiar as equipes russas na realização do
voo, como resposta, autoridades russas teriam impedido aos EUA de usar bases
militares russas como centros de apoio para seus voos.
Outro ponto que devemos observar, é que tal
impasse pode representar uma manobra dos EUA, a qual teria por fim ganhar tempo
para que possa decidir com relação a sua necessidade de atualizar suas
aeronaves OC-135B, as quais apresentam sinais de fadiga, inclusive já
tendo realizado em determinada ocasião um pouso de emergência em território russo
durante um voo previsto pelo “Open Skies”.
Segundo o Pentágono, as aeronaves são
necessárias para garantir a vigilância das capacidades militares da Rússia, sendo
o tratado um "mecanismo importante", mas que os EUA só poderiam completar
64% de seus voos em 2017 devido limitações técnicas apresentadas pelo OC-135B.
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com agências
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