A Rússia não tem planos para produzir em série o caça Sukhoi Su-57, a primeira aeronave de quinta geração projetada no país. Segundo revelação feita pelo vice-ministro da Defesa russo, Yuri Borisov, durante uma entrevista.
A entrevista do vice-ministro da Defesa levantou muitas especulações e notícias desencontradas nas mídias sociais, com alguns afirmando que a Rússia teria desistido da aeronave e estaria partindo para concepção de uma nova aeronave de sexta geração. Mas mantendo nosso compromisso com nossos leitores, resolvemos averiguar os fatos e descortinar o que se passa realmente com relação ao Su-57 e seu futuro.
Assistimos a entrevista de Yuri Borisov, onde tiramos algumas informações que foram suprimidas na mídia em geral. Durante a entrevista que foi concedida á uma emissora de televisão, foi falado sobre a recente participação da aeronave no teatro de operações da Síria, "O avião provou ser muito bom, inclusive na Síria, onde confirmou sua capacidade de desempenho e combate", disse Borisov, mas também informou que Moscou não vê a necessidade de acelerar a produção em série do Su-57, o que segundo Borisov não faz sentido no atua estágio e que isso só ocorreria quando as atuais aeronaves de quarta geração em operação com a Força Aérea Russa, estiverem atrás de seus equivalentes ocidentais.
“Hoje o Su-57 é considerado uma das melhores aeronaves produzidas no mundo. Consequentemente, não faz sentido acelerar o trabalho de produção em série desta aeronave de quinta geração ”.
O Su-57, continuou ele, "é nosso trunfo, que poderemos usar quando as aeronaves das gerações anteriores começarem a ficar para trás em termos de capacidade quando comparadas a aeronaves semelhantes dos principais países do mundo”, segundo Borisov. Uma das razões pelas quais a Rússia não está interessada na produção em série da aeronave neste momento certamente tem a ver com o orçamento de defesa, o qual se encontra sobrecarregado com as diversas demandas.
O custo por unidade de um Su-57 é estimado em cerca de 40-45 milhões de dólares, cerca de 2,5 vezes mais barato do que o norte americano F-35 Lightning II. Consequentemente, o Ministério da Defesa da Rússia provavelmente não realizará uma encomenda além do previsto lote inicial de 12 aeronaves Su-57, seguindo o contrato assinado em junho com a Sukhoi para a produção do primeiro lote.
O Su-57 é uma aeronave multirole, monoplace, bimotor, desenvolvido sob o programa de caça de quinta geração PAK-FA. O Su-57 fez seu vôo inaugural em 2010, foi originalmente projetado para substituir os atuais MiG-29 e Su-27 em operação com a Força Aérea Russa, o que esperava-se acontecer nas décadas de 2020 e 2030. Porém, ao que tudo indica, Moscou revisou seus planos e teria colocado este programa de reaparelhamento em espera, principalmente após avaliar o sucesso da atuação no conflito sírio, o que levou á revisão dos planos.
Outra razão pela qual a aeronave não deve entrar em produção seriada, seria a necessidade de aprimorar os sistemas e solucionar alguns problemas que a mesma possa ter apresentado, onde há especulações que existem várias dificuldades técnicas que ainda precisam ser superadas.
Um dos pontos sensíveis do desenvolvimento do Su-57, estaria ligado ao desenvolvimento do o motor de próxima geração da aeronave. O novo motor Saturn izdeliye 30, que apresentaria aumento de empuxo e eficiência de combustível, equipado com vetoração de empuxo 3D, não deverá estar pronto para produção em série até pelo menos 2020.
Uma vez em serviço, o Su-57 seria capaz de empregar armas convencionais e nucleares. O Su-57 será capaz de empregar alguns dos sistemas de armas mais avançados da Rússia, incluindo os novos mísseis ar-ar BVR e mísseis ar-terra, incluindo o míssil de cruzeiro tático de alcance estendido Kh-35UE, bem como o míssil de cruzeiro supersônico BrahMos-A, dotado de capacidade nuclear.
No entanto, o emprego de determinadas configurações de armas pode resultar no sacrifício de suas qualidades furtivas, por exemplo, tanto o BrahMos-A quanto o KH-35UE teriam de ser transportados em PODs subalares ou ventrais, devido as suas dimensões que inviabilizam seu transporte no compartimento de armas interno da aeronave.
No momento a Força Aérea Russa está operando com 10 protótipos do Su-57, os quais participam de um extenso e rigoroso programa de avaliação e testes. Os dois primeiros Su-57 plenamente operacionais devem entrar em serviço no ano que vem.
Diferente do que muitos vem afirmando, o Su-57 não foi cancelado, apenas teve sua produção em série adiada, tendo em vista ao menos três fatores chave: o primeiro seriam os custos de aquisição propriamente ditos, tendo em vista o que já citamos acima com relação ao orçamento de defesa russo, o segundo fator seria relacionado com o aproveitamento ao máximo do potencial da atual frota que dispõe a força aérea russa, o que resultaria em menor custo se comparado a prematura substituição destas em prol do Su-57, e por terceiro, podemos supor que trata-se de ganhar tempo para solucionar alguns pontos críticos do projeto, conforme citamos a respeito da motorização e demais sistemas de combate que necessitam passar por aperfeiçoamento e amadurecimento do projeto.
Em resumo, os Su-57 continuam vivos, porém, inicialmente limitados as 12 unidades iniciais, o que poderá ser ampliado diante do avanço das novas tecnologias ocidentais e a entrada em operação de caças modernos no ocidente que superam os atuais meios disponíveis á Rússia.
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