domingo, 8 de julho de 2018

Itália não comprará mais F-35, e estuda cancelar contrato em andamento

A Itália não vai comprar mais caças F-35 da Lockheed Martin e está considerando se deve cumprir com acordo já firmado, disse na última sexta-feira (6) a ministra da Defesa, Elisabetta Trenta.

Conforme já era esperado desde que o movimento 5 estrelas assumiu o poder na Itália, o governo deixa claro que não irá comprar mais aeronaves F-35 como era previsto inicialmente. O movimente 5 Estrelas sempre criticou a aquisição italiana de 90 aeronaves F-35, alegando que os recursos destinados ao programa poderiam ser mais bem empregados para aumentar o bem-estar e ajudar a economia italiana.

"Não vamos comprar mais caças F-35", disse Trenta em entrevista à televisão. "Estamos avaliando o que fazer em relação aos contratos já em vigor".

Ela explicou várias razões para ser cauteloso, dizendo que o cancelamento do atual contrato pode custar bem mais do que manter a aquisição em curso, além dos empregos que seriam perdidos com o cancelamento da atual encomenda, somados as perdas em pesquisa e desenvolvimento de tecnologia na Itália que ocorrerão com o cancelamento do atual contrato.

O Ministério da Defesa italiano entregou a primeira aeronave F-35B produzida fora dos EUA a base aérea da Cameri, no norte da Itália, em janeiro deste ano, o país é um dos parceiros do Programa JSF e possui uma linha de montagem do F-35.

A linha, que é operada pelo Leonardo da Itália e pela empresa americana Lockheed Martin e emprega 800 pessoas, iria montar 60 aeronaves F-35A e 30 F-35B, que a Itália planejava encomendar, até que veio nesta sexta-feira (6) o anúncio do seu cancelamento.

A ministra italiana aponta que ao cancelar novas aquisições deste tipo de aeronaves, abre espaço para investir em novos projetos europeus de defesa, o que pode significar que a Itália venha se juntar a França e Alemanha no desenvolvimento de uma nova aeronave.

"Ninguém está escondendo o fato de que sempre fomos críticos do programa... Em vista dos contratos existentes que foram assinados pelo governo anterior, estamos realizando uma avaliação cuidadosa que considera exclusivamente o interesse nacional", disse ela.

O Movimento 5-Star formou um governo de coalizão populista no mês passado com o partido de extrema direita, o que promoveu uma mudança na política externa e de defesa do país europeu, marcando o avanço da ameaça populista no "velho continente".



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com agências
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