Na última sexta-feira (20), a Marinha do Brasil realizou a cerimônia de homenagem aos seus mortos em guerra, solenidade que remete ao dia 21 de julho, data em que naufragou a Corveta "Camaquã", quando a mesma enfrentou adversidades em meio a Batalha do Atlântico durante a Segunda Guerra Mundial. O naufrágio durante a operação de escolta ao comboio JT-18, vitimou 33 homens.
A Marinha do Brasil foi a força brasileira que primeiro se envolveu no conflito mundial, tendo atuado entre março de 1941, estendendo sua participação mesmo alguns meses após findar oficialmente o conflito em 1945, assegurando que o Atlântico Sul estava efetivamente livre da ameaça representada pelos submarinos alemães que por ventura estivessem desinformados sobre o fim do conflito. Durante este longo e ativo período em operações de guerra no mar, a Marinha do Brasil sofreu a perda de três navios de sua esquadra, dentre estes figura a corveta "Camaquâ", segundo as informações que se tem sobre as baixas naquele período, sem sombra de dúvidas foi no mar que ocorreram o maior número de baixas durante esse sangrento conflito, onde dois Oficiais morreram no Submarino R-12 (US Navy), e 15 militares mortos em navios mercantes, a MB perdeu 486 dos seus homens.
Somados aos 967 mortos, vitimas dos 33 ataques do Eixo à nossa Marinha
Mercante, redundando em 1.456 brasileiros mortos na defesa das linhas de
comunicação e no tráfego marítimo nacional.
Não podemos deixar de relembrar os sacrifícios impostos em outros conflitos nos quais anteriormente o Brasil se envolveu, como a "Batalha do Riachuelo", onde durante a Guerra da Tríplice Aliança, lembramos e homenageamos os heróis brasileiros que lá pereceram. Somente na Batalha Naval do Riachuelo, 102 de nossos bravos marinheiros perderam suas vidas defendendo a nossa nação.
Devemos lembrar nossa atuação na Primeira Guerra Mundial. Onde no ano de 1917, reagindo a perda de sete navios mercantes afundados pela campanha submarina irrestrita do Império alemão, decidimos enviar ao Atlântico Norte, a Divisão Naval em Operações de Guerra (DNOG), a fim de juntar-se à frota inglesa que lá operava. O maior inimigo encontrado pela DNOG foi a gripe espanhola, uma praga mundial, que atingiu a força naval brasileira. A epidemia deixou 156 mortos, mas não impediu que a DNOG continuasse a atuar até o fim daquele conflito.
A data 21 de julho, em memória aos Mortos da Marinha em
Guerra, foi oficialmente definida a partir do Aviso Ministerial nº 1.121, de 22
de setembro de 1969. O documento ratificou a importância dos homens imbuídos da
noção do cumprimento do dever “até o sacrifício da própria vida” que
participaram de uma série de missões na II Guerra Mundial.
Aviso de Patrulha "Albacora" |
Desde o nascimento da Nação brasileira, com destaque para o
século XIX e seus conflitos – a Guerra de Independência (1822-23), a Guerra
Cisplatina (1825-28), a Guerra Contra Oribe e Rosas (1850-51), a Intervenção no
Uruguai (1864) e a Guerra da Tríplice Aliança contra o governo do Paraguai
(1864-1870) –, nossos marinheiros apresentaram-se para defender a soberania
brasileira. Nesses eventos, a MB perdeu muitos de seus homens em combate ou em
decorrência das condições adversas dos teatros de operações.
Nosso editor, Angelo Nicolaci, acompanhou a cerimônia que ocorreu no Monumento Nacional aos Mortos na Segunda Guerra Mundial, localizado no Aterro do Flamengo, no Rio de Janeiro. Na ocasião o Aviso de Patrulha “Albacora”, que contava com a presença de ex-combatentes da Segunda Guerra Mundial á bordo, participaria das solenidades em simultâneo ao que ocorreria no mausoléu.
A cerimônia contou com a presença do Almirantado e o Comandante da Marinha do Brasil, Almirante-de-Esquadra Eduardo Bacellar Leal Ferreira, também presentes os ex-Ministros da Marinha, os Almirantes de Esquadra Alfredo Karam e Mauro César Rodrigues Pereira, os ex-Comandantes da Marinha, os Almirantes de Esquadra Roberto de Guimarães Carvalho e Julio Soares de Moura Neto, além de Almirantes da Ativa e Reserva, além dos veteranos de nossas forças armadas e representantes da França e outras nações aliadas que atuaram no conflito.
"Uma presença que despertou minha atenção, foi a 90º Grupo de Escoteiros do Mar SO Amélio de Azevedo Marques, composto por 16 jovens de diversas faixas etárias, que exibiram um alto grau de disciplina e postura durante a solenidade, me levando á algumas reflexões sobre o papel desta instituição na nossa sociedade e uma alternativa para inserir os valores sociais e cívicos em nossa juventude", segundo Angelo Nicolaci, o qual fez questão de cumprimentar os Chefes-Escoteiros e registrar sua participação na solenidade, agradecendo a líder do grupo, Karina Baez, que nos falou um pouco sobre o grupo e o escotismo, o qual será tema de uma visita nossa em momento oportuno.
"Haviam representantes do Exército Brasileiro, Força Aérea Brasileira e muitos convidados, estar ali junto a memória de centenas de heróis brasileiros que sacrificaram suas vidas pela liberdade, naquele momento foi algo muito emocionante, a banda do Corpo de Fuzileiros Navais tocando, e você olhar para aquela parede onde estavam os nomes de nossos heróis que para muitos de nós brasileiros realizaram feitos que pouco são divulgados e reconhecidos."
A cerimônia teve inicio com o nosso hino nacional, sucedido pelos discursos do representante do Centro de Capitães da Marinha Mercante Brasileira e do Almirante de Esquadra Eduardo Bacellar Leal Ferreira, posteriormente com a entoação das Gaitas de folie do CFN, foram depositadas as flores em homenagem aos mortos, e lá fora á bordo do “Albacora” flores eram lançadas ao mar, três savas de tiros foram disparados. Um dos pontos mais emocionantes, a "Canção dos Combatentes da Marinha na Segunda Guerra Mundial”, composta em 2015 pelo Capitão de Longo Curso Francisco Cesar Monteiro Gondar, encerrando a solenidade com chave de ouro.
Aproveitamos para conferir a exposição itinerante "O poder naval na formação do Brasil", e aqui deixo as justas homenagens aos bravos homens do mar que fizeram o maior sacrifício em prol da nossa pátria, mantendo viva sua memória e eternizando seus feitos em nossa história.
Agradecemos a toda equipe do 1º Ten. Bruno, ComSoc do 1ºDN, ao Capitão-Tenente Fabrício do CCSM e a Marinha do Brasil, por nos conceder a honra de realizar a cobertura desta solenidade.
Por Angelo Nicolaci - Jornalista, editor do GBN News, graduando em Relações Internacionais pela UCAM, especialista em geopolítica do oriente médio e leste europeu, especialista em assuntos de defesa e segurança
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