Seguindo
as tendências do mercado, a Naval Group francesa e a Fincantieri estão buscando
unir forças para explorar o mercado naval de defesa, onde as duas gigantes
europeias já apresentaram propostas junto aos seus governos visando viabilizar uma
relação estreita entre as duas concorrentes.
A
aliança entre a Naval Group e a Fincantieri já está sendo analisado há pelo
menos dois anos pelos governos francês e italiano, uma junção entre os dois
estaleiros resultaria em maior competitividade para enfrentar a concorrência
feroz no mercado internacional, onde os estaleiros asiáticos tem conquistado
grande espaço nos últimos anos, além de reduzir os custos de desenvolvimento e
construção de seus produtos, o que tornaria a aliança franco-italiana um
concorrente de peso.
Os
governos de Paris e Roma receberam no último mês de junho, planos para cooperação industrial entre
os estaleiros Fincantieri e o Naval Group, segundo informou a porta-voz do
Ministério das Forças Armadas da França.
"Os governos interessados receberam as propostas das
empresas, e essas propostas estão sendo
estudadas", disse Valérie
Lecasble nesta quinta-feira (12.
Porém,
os planos de "união" entre as gigantes, não englobaria a construção
de submarinos, um ativo considerado estratégico por ambas as partes, onde a
parte francesa detém vasto expertise e uma fatia considerável do mercado
internacional, inclusive sendo parceira do programa de submarinos brasileiro, o
PROSUB, que visa a construção em primeiro momento de quatro submarinos do tipo “Scorpene”,
denominado SBR devido as modificações no projeto original francês, que
resultará na “Classe Riachuelo”, programa o qual já visitamos e apresentamos
aqui no GBN News recentemente.
As duas gigantes cumprem o cronograma estabelecido para a
apresentação dos planos para criação de uma aliança industrial na construção de
navios de guerra e a cooperação nas exportações desses navios.
O modelo
de negócios para o acordo franco-italiano proposto é visto pelo Naval Group semelhante
à parceria entre a montadora francesa Renault e sua parceria japonesa, a
Nissan, na qual existe uma estreita cooperação, mas as duas são empresas distintas.
A
proposta de aliança tem como foco obter sinergia no campo de pesquisa,
desenvolvimento e aquisição de equipamentos, além da cooperação para exportação,
o que acabaria com a competição entre as duas empresas. No cerne deste acordo,
estaria envolvida a troca de papeis, onde haveria uma participação acionária
cruzada de 10% entre as envolvidas.
Porém, tal negócio não está apenas sujeito a posição dos governos
de ambos países de origem das empresas, há de se considerar ainda a posição dos
seus parceiros responsáveis por fornecer a tecnologia embarcada, como a
francesa Thales, que além de fornecedora de sistemas para os navios da Naval
Group, detém 35% de participação no grupo. No lado italiano, resta saber qual a
posição da Leonardo diante da provável aliança, sendo o principal fornecedor de
sistemas e soluções á Fincantieri.
O modelo
de negócio proposto pela Fincantieri e a Naval Group é bastante interessante,
pois não envolve uma fusão entre as duas companhias, mantendo a sua identidade
e gestão, modelo que teria sido interessante de se explorar no caso da
brasileira Embraer e a norte americana Boeing, que difere da aliança entre as
europeias por envolver a aquisição de importante parte da empresa brasileira, o
que levanta sérias dúvidas sobre o futuro da brasileira.
GBN News - A informação começa aqui
com agências
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