O Farnborough Air Show 2018, um dos eventos mais importantes no calendário global da aviação, nesta edição tem sido palco de uma acalorada disputa pelo segmento de aeronaves até 150 assentos. Após a Embraer anunciar cerca de 15 bilhões de dólares e uma carteira potencial para 300 aeronaves, foi a vez da Airbus/Bombardier anunciar mais um contrato bilionário para sua linha de aeronaves A220, um negócio estimado em 5,4 bilhões de dólares, para um pedido de mais 60 aeronaves Airbus A220, como agora são conhecidas as aeronaves C-Series da Bombardier.
O Memorando de Entendimento entre a Airbus e o novo cliente prevê 60 aeronaves Airbus A220-300, que deverão ser entregues a partir de 2021. O acordo avaliado em 5,4 bilhões de dólares é o segundo da aposta da Airbus na linha de aeronaves canadense da Bombardier.
A gigante européia chegou ao segundo acordo para 60 aeronaves A220 em uma semana. Após a venda para norte americana JetBlue de 60 aeronaves A220-300 com opção para outras 60, foi a vez de uma nova companhia, apoiada por um grupo de investidores experientes liderados por David Neeleman, fundador da JetBlue, sócio na portuguesa TAP e acionista controlador da companhia aérea brasileira Azul Linhas Aéreas.
Os dois acordos reforçam os esforços da Airbus para inserir no mercado a aeronave de corredor único antes conhecida como C-Series C da Bombardier. Neeleman disse que usaria o conforto e o longo alcance da aeronave para despontar no mercado norte-americano, hoje dominado por quatro grandes companhias aéreas.
"Esses caras não crescem há muito tempo", disse,“Muitas regiões são carentes e as tarifas são muito altas. Há bolsões de oportunidade em todos os lugares. Globalmente, o combustível está caro, mas eu tenho uma aeronave muito eficiente em termos de consumo”.
“O A220 nos permitirá atender a rotas menos densas sem comprometer o custo, especialmente em voo de longos. Com as entregas iniciadas em 2021, teremos muito tempo para montar uma equipe de gerenciamento de nível mundial e outro modelo de negócios vencedor.”
“A decisão da startup americana optar pelo A220 como plataforma para lançar seu novo modelo de negócios é uma prova do apelo ao passageiro e a economia operacional dessa aeronave." segundo Eric Schulz, diretor comercial da Airbus.
A linha de aeronaves C-Series agora denominado A-220, iniciou após a aquisição pela Airbus de 51% do programa C-Series da Bombardier no ano passado, fato que consumado enquanto a Bombardier estava em meio a uma guerra comercial com a Boeing. O programa agora opera sob um acordo de parceria entre a Airbus, Bombardier e o Investment Québec, conhecido como CSALP.
"A Airbus vai desafiar todos os fornecedores a reduzir os custos em 20%", disse o chefe da Bombardier, Michael Ryan, à BBC durante o Farnborough Air Show, acrescentando que a economia pode ser alcançada através da revisão das despesas gerais e a eficiência dos processos, embora ele tenha se recusado a descartar mais perdas. No entanto, Phillipe Balduchhi, executivo da Airbus nomeado para chefiar o novo empreendimento, disse que ficaria "muito surpreso" se o corte de funcionários fosse parte de um plano para cortar custos. "Quanto mais nós vendemos, melhor é para todos os fornecedores", disse Balduchhi.
O acordo aumenta a aposta na disputa entre a Airbus e a Boeing no lucrativo mercado de aeronaves de corredor único. Menos de uma semana após a Airbus fechar o acordo com a Bombardier, a Boeing partiu para tentar um acordo com a brasileira Embraer, buscando unir forças para disputar esse promissor mercado para aeronaves até 150 assentos.
A Airbus estima que sua aeronave possa garantir pelo menos metade do mercado de aeronaves para 100 a 150 assentos nos próximos 20 anos, um mercado estimado em 3.000 aeronaves a ser disputado, excluindo o A319.
A Bombardier, que detém uma participação minoritária no programa A220, gastou mais de 6 bilhões de dólares no desenvolvimento da C-Series, equipando a aeronave com motores econômicos, grandes janelas e um assento intermediário mais amplo que o normal. Mas o programa demorou mais de dois anos para sair da prancheta e custou cerca de 2 bilhões de dólares acima do orçamento previsto.
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com agências
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