domingo, 17 de junho de 2018

UH-60A para o Afeganistão? Uma escolha acertada para substituir os Mi-17?

Os planos dos EUA para substituir os Mi-17 em operação com forças no Afeganistão por UH-60A "Black Hawk" apresentam consideráveis "desafios", onde os helicópteros russos apresentam melhor desempenho naquele teatro de operações superiores, segundo um relatório do Pentágono. 

A decisão do Pentágono de fornecer ao Afeganistão cerca de 160 helicópteros UH-60A "Black Hawk" revisados, tem por objetivo aumentar as capacidades da Força Aérea Afegã. Porém, há pontos em que os UH-60A não apresentam o desempenho oferecido pelo "rústico" Mi-17 naquele teatro de operações.

Outro ponto que é apontado pelos especialistas com relação a introdução dos UH-60A no Afeganistão, é a falta de familiarização dos pilotos e equipes de manutenção que irão operar o "Black Hawk", onde demandará tempo para que sejam treinados de maneira a operar adequadamente a "nova" aeronave.

Em comparação as capacidades das aeronaves em questão, o MI-17 apresenta maior capacidade de carga que os UH-60A, onde os "Black Hawks" apresentam menor volume interno para cargas que os Mi-17, algo que ocasionará na redução da capacidade logística e nos custos operacionais afegãos.

O teatro de operações afegão apresenta um cenário muito complexo para operação de "asas rotativas", onde altas temperaturas, somadas as grandes altitudes, são um grande "vilão" para estas aeronaves. O UH-60A em comparação ao Mi-17 neste quesito, apresenta algumas limitações, o que poderá ocasionar na limitação das forças afegãs em prover apoio aéreo em determinadas regiões que se façam necessárias, deixando limitada a logística das tropas no solo em áreas remotas do país. 

Diversos analistas militares alertaram com relação aos problemas que envolvem o programa UH-60A, apresentando em seus relatórios detalhadamente as limitações que o emprego do UH-60A representaria naquele cenário de emprego. Há que aponte que tal decisão possa ter sido oriunda de interesses comerciais e políticos, ignorando as questões técnicas e estratégicas.

Além de fazer uso dos UH-60A reformados, a transição também representa gastos com empresas privadas, as quais seriam encarregadas de fornecer o treinamento aos afegãos e operar as aeronaves no período de introdução dos UH-60A naquele país, já que as forças locais não têm a experiência necessária para manter estes helicópteros. Para efeito comparativo, os Mi-17 contam com cerca de 80% de sua manutenção realizadas por técnicos afegãos, com os demais 20% sob responsabilidade de empresas estrangeiras contratadas.

Há um certo grau de miopia em relação a visão estratégica na definição dos UH-60A para o Afeganistão, parecendo ter sido muito mais uma escolha político-econômica do que qualquer outra coisa, o que poderá custar muitas vidas e mesmo a estabilidade naquele país frágil.

GBN News - A informação começa aqui 
com agências

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