A Turquia propôs co-produzir a próxima geração de sistemas de defesa aérea S-500 da Rússia, segundo presidente Recep Tayyip Erdogan. A posição turca é uma clara resposta a tentativa de Washington em dissuadir Ancara a abrir mão da aquisição do sistema S-400 da Rússia, o que tem criado grande desconforto aos EUA e demais membros da OTAN, uma vez que a Turquia é um dos signatários do tratado, o que tem levado inclusive a ameaça de suspensão da entrega dos caças F-35A para Ancara.
“A Rússia nos forneceu um empréstimo para os sistemas S-400 em termos muito razoáveis. Chegaremos à produção conjunta durante a segunda e terceira etapas da implementação do contrato. Eu também propus que a Rússia produza o S-500 em conjunto”, disse Erdogan na quarta-feira (13).
Embora as autoridades russas não tenham confirmado nem negado que hajam planos para a produção conjunta dos sistemas S-400, o presidente da Rússia não descartou tal possibilidade. "Não temos nenhuma preocupação militar ou política com relação a isso, não há limitações", disse Vladimir Putin em abril, destacando que a possível produção conjunta não é uma questão política, mas uma "questão puramente comercial".
A produção conjunta do sistema S-500 de próxima geração, no entanto, parece ser mais uma possibilidade a longo prazo, uma vez que ainda está em desenvolvimento. Ainda não está claro quando sua produção terá início, mesmo na Rússia. Putin revelou que o ambicioso sistema será capaz de atingir alvos em "altitudes extremamente altas, incluindo a baixa órbita", a conclusão do desenvolvimento do novo sistema é estimado entre 2019-2020.
Moscou e Ancara assinaram em dezembro um acordo de 2,5 bilhões de dólares, que prevê a aquisição do sistema S-400 Triumph. O primeiro lote deve ser entregue em 2020, mas a Rússia concordou em antecipar a entrega dos primeiros S-400, que devem chegar ao solo turco em meados de 2019.
A Turquia sofre uma tremenda pressão dos EUA, que inicialmente expressou “preocupações” com a falta de “interoperabilidade” do S-400 com os sistemas padrão operados pela OTAN, mas depois recorreu a ameaças abertas. Washington recentemente ameaçou suspender a entrega das aeronaves F-35A que fazem parte do acordo de cooperação com a Turquia. Porém, Ancara permanece inflexível com relação ao seu desejo de operar o sistema russo. No início desta semana, Erdogan reiterou que estava adquirindo o S-400 não apenas para exibição, mas "irá usá-los se necessário".
A Turquia não é o único país com o qual Washington vem tentando persuadir a desistir da compra do sistema russo. Os EUA continuam tentando dissuadir a Arábia Saudita de suspender a compra do sistema de defesa aérea da Rússia, chegando a declarar que tais acordos resultariam em sanções por parte dos EUA.
Projetos militares conjuntos provaram ser bastante sensíveis, alguns os vêem basicamente como oportunidades de adquirir tecnologias de outros, enquanto uma produção limitada em um segundo país pode não se mostrar tão lucrativa quanto o esperado. Um desses projetos que tem apresentado inúmeros problemas é a aeronave de combate de quinta geração russo-indiano (FGFA), uma iteração de exportação do caça multifuncional Su-57. O projeto nunca avançou desde seus estágios iniciais, já que a Índia gradualmente reduziu sua participação no desenvolvimento, de acordo com informações divulgadas para mídia. Os indianos também criticaram repetidamente o trabalho dos desenvolvedores russos, pedindo que eles melhorem algumas características da aeronave, além das previstas no contrato.
A participação indiana no projeto acabou sendo reduzida ao “desenvolvimento” dos pneus do avião, dos indicadores de cockpit, dos sistemas básicos de direcionamento e de alguns outros componentes de menor importância. Os últimos relatórios sugerem que o FGFA pode ter parado completamente, já que os desenvolvedores indianos afirmaram ter todas as tecnologias necessárias para produzir uma aeronave de 5ª geração sem a ajuda da Rússia.
GBN News - A informação começa aqui
com agências
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