O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta quinta-feira (05) que estuda impor 100 bilhões de dólares em tarifas sobre importações chinesas, acrescentando uma nova etapa às tensões que envolvem a disputa comercial entre os dois países.
Trump ordenou ao Escritório do Representante de Comércio Exterior dos EUA que identifique os produtos que podem ser sujeitos às novas tarifas "à luz da injusta represália da China".
Na última terça-feira, após ser alvo de novas sobretaxas comerciais no valor de 50 bilhões de dólares, Pequim respondeu na mesma moeda, anunciando medidas equivalentes às adotadas por Washington.
Se confirmado o novo aumento tarifário por parte dos EUA, será mais uma etapa na intensificação da maior batalha comercial travada desde a Segunda Guerra Mundial.
Os mercados financeiros sofreram quedas acentuadas enquanto as duas maiores economias do globo adotavam táticas agressivas de proteção aos seus respectivos interesses, mas voltou a se estabilizar nos últimos dias com a perspectiva de uma solução diplomática. O anúncio da ordem de Trump sobre um possível novo aumento veio após o fechamento dos mercados.
"As práticas comerciais ilícitas da China – ignoradas durante anos por Washington – destruíram milhares de fábricas americanas e milhões de empregos americanos", disse Trump em comunicado, ao anunciar a medida.
O presidente também instruiu o Departamento de Agricultura do país a "implementar um plano para proteger nossos fazendeiros e interesses da agricultura". "Em vez de remediar sua má conduta, a China optou por prejudicar nossos fazendeiros e produtores", disse Trump.
Pequim reagiu ao anúncio, afirmado que vai combater a todo custo o "protecionismo unilateral americano". "A China deixou bastante clara a sua posição. Não queremos uma guerra comercial, mas não tememos tal confronto", afirmou o Ministério chinês do Comércio.
"Se os Estados Unidos persistirem neste comportamento de unilateralismo e protecionismo comercial, ignorando a oposição da China e da comunidade internacional, a China continuará a contra-atacar com força a qualquer preço", ameaçou o Ministério em nota, prometendo adotar "contramedidas abrangentes":
O país apresentou nesta quinta-feira uma denúncia formal perante a Organização Mundial do Comércio (OMC) contra os EUA em relação às sobretaxas impostas por Washington.
"A China solicitou a abertura de consultas, no quadro do Mecanismo de Resolução de Disputas da OMC, a respeito das taxas alfandegárias dos Estados Unidos que visam um conjunto de produtos chineses", confirmou o órgão em comunicado.
A disputa entre os dois países reflete a tensão entre as promessas de Trump em reduzir o déficit comercial americano com a China – de cerca de 375 mil milhões de euros – e as ambições de Pequim no comércio exterior.
Fonte: Deutsche Welle
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