A Rússia afirmou nesta quinta-feira (19) ter achado cilindros contendo cloro procedentes da Alemanha e fumígenos britânicos em Ghouta Oriental, o ex-reduto rebelde na Síria reconquistado pelo governo e cenário de um suposto ataque químico.
"As forças sírias descobriram nos territórios liberados de Ghouta Oriental contêineres com cloro da Alemanha fumígenos produzidos na cidade de Salisbury, na Inglaterra", declarou a porta-voz do ministério das Relações Exteriores, Maria Zakharova, citada pela agência TASS.
Salisbury é a cidade onde foram envenenados o ex-espião russo Serguei Skripal e sua filha Yulia, em 4 de março.
Londres acusou Moscou de ser autor desse envenenamento, mas a Rússia se declarou inocente e denunciou o que chamou de provocação.
Além disso, a Rússia denunciou nos últimos dias uma "encenação" dos rebeldes sírios sobre o suposto ataque químico contra a localidade de Duma, em Ghouta Oriental, em 7 de abril, que deixou mais de 40 mortos.
Este ataque, imputado pelos países ocidentais ao regime sírio, provocou um ataque de represália por parte dos Estados Unidos, França e Reino Unido contra alvos específicos na Síria.
Na noite de quarta-feira (18), a Rússia exibiu o que apresentou como sendo testemunho de um menino sírio que afirmava ter participado na encenação do ataque químico.
Quase todos os meios de comunicação russos comentaram a entrevista conduzida pela televisão pública Rossia 24.
O vídeo pode ser mostrado aos membros do Conselho de Segurança das Nações Unidas durante a sua próxima reunião como evidência da "manipulação" ligada a este suposto ataque, de acordo com o embaixador russo nas Nações Unidas, Vassily Nebenzia.
Na reportagem, intitulada "A encenação da guerra", o Rossia 24 afirma que a criança, que é apresentada como Hassan Diab, de 11 anos, fez o papel de vítima de um ataque químico no vídeo filmado, segundo a emissora, pelos Capacetes Brancos, as equipes de resgate em áreas rebeldes que denunciaram o suposto ataque químico.
A AFP não pôde verificar as declarações de forma independente.
A criança não diz nada sobre a possível presença de câmeras no lugar, mas um homem que o Rossia 24 apresenta como seu pai, Omar Diab, diz que "os combatentes deram tâmaras, bolos e arroz para participarem nas filmagens".
Inspeção em espera
Ainda na quarta-feira (18), funcionários das Nações Unidas informaram que a ONU está negociando com as autoridades russas e sírias as garantias de segurança dos especialistas que investigarão o suposto ataque.
A missão dos especialistas da Organização para a Proibição de Armas Químicas (Opaq) foi colocada em espera, depois que, na terça-feira (17), uma equipe de segurança da ONU foi alvo de disparos durante uma missão de reconhecimento em Duma.
Em relatório enviado ao Conselho de Segurança da ONU ao qual a AFP teve acesso, o departamento de Segurança das Nações Unidas (UNDSS, na sigla em inglês) indica que espera chegar a um acordo para poder deslocar os especialistas da OPAQ "o quanto antes".
"A UNDSS está realizando em Damasco discussões e ações de coordenação com representantes do governo da Síria e a polícia militar russa para reforçar as condições de segurança em lugares específicos de Duma", destaca o relatório enviado aos membros do conselho.
A equipe da OPAQ chegou a Damasco no último sábado (14), mesmo dia em que França, Estados Unidos e Reino Unido bombardearam supostas instalações com armas químicas na Síria.
Fonte: AFP
Depois da mentira comprovada da Bomba de alto poder destruitivo do Sadamm Hulssen. Não acredito na Mídia Ocidental.
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