A Índia emitiu um novo RFi que promete uma disputa acirrada entre as principais fabricantes de aeronaves do mundo. O contrato que pode chegar aos 20 bilhões de dólares, visa a aquisição de 110 aeronaves para equipar a força aérea do país, onde esta prevista a produção destes caças na Índia, sob a política de “parceria estratégica” com governo indiano.
A IAF emitiu nesta sexta-feira (6) um RFI que tem por objetivo adquirir 110 caças, dos quais 85% deverão ser construídos na Índia com um parceiro estratégico local ou uma linha de produção no país. As gigantes do mercado de defesa devem enviar suas respostas à RFI, que também estipula que 75% dos caças serão aeronaves monoplace, o prazo de entrega das propostas se encerrará em 3 de julho.
“A IAF espera emitir a RFP (solicitação de proposta), dentro de 6 a 12 meses depois de obter as respostas à RFI” segundo uma fonte.
Embora ainda seja muito cedo para conclusões, pois trata-se de um processo longo e complexo, que passará do RFI ao processo de apresentação de propostas RFP, que após a entrega passarão por avaliações e estudos, o que demorará alguns anos, o objetivo indiano é estabelecer uma linha de produção de caças na Índia, sanado os atrasos e deficiências do programa Tejas, que até o momento esta muito longe de sanar as necessidades daquele país.
A IAF conta atualmente com 31 esquadrões de caça, cada qual composto por 18 aeronaves, um número abaixo do requerido para defesa do país, que objetiva manter ao menos 42 esquadrões operacionais, afim de fazer frente a "ameaça" representada pela crescente capacidade da força aérea chinesa e a histórica ameaça do vizinho Paquistão. Outro ponto que é remete a extrema urgência da Ìndia em obter novos caças, esta também ligada a sua envelhecida frota, a qual conta ainda com vetustos Mig-21 e Mig-27, o s quais estão chegando ao fim de sua vida operacional, e não devem conseguir passar do meado da próxima década, com a previsão da retirada de operação dos mesmos até 2022, dado alarmante para a IAF, tendo em vista que dez dos trinta e dois esquadrões em operação hoje operam com essas aeronaves.
A RFI vem depois que o governo indiano descartou seu plano de produzir 114 caças monomotores com colaboração estrangeira, e pediu à IAF lançar um programa mais amplo incluindo aeronaves bimotoras.
Mas isso garantirá a repetição do projeto MMRCA que previa a aquisição de 126 aeronaves, ms que após resultar na escolha do Rafale francês, declinou de sua proposição inicial, levando a um impasse e diversar negociações com a Dassault.
O novo RFI também foi enviado para seis competidores do antigo MMRCA , sendo os norte americanos Boeing F/A-18 "Super Hornet" e Lockheed F-16 "Viper", o sueco Gripen-E, MiG-35 da Rússia, Eurofighter e Rafale europeus.
O governo da Índia havia abandonado o programa MMRCA, segundo o qual as primeiras 18 aeronaves deveriam ser entregues para operação pelo fabricante e as 108 aeronaves restantes sendo produzidas sob licença pela Hindustan Aeronautics (HAL), em junho de 2015. Em seguida, foi realizada a aquisição de 36 Rafales sob um contrato de 7,8 bilhões de euros assinado em setembro de 2016.
O governo justificou que o contrato de aquisição dos 36 Rafale foi assinado para atender à “necessidade operacional crítica” da IAF, mas o Congresso atacou o acordo por “não ser transparente e demasiadamente caro” sem envolver a transferência de tecnologia.
Os 36 Rafales que serão entregues no período de 2019-2022, não atenderão as necessidade dos esquadrões de caça da IAF, especialmente porque a HAL até agora só entregou seis das 324 aeronaves Tejas previstas ao longo prazo.
Durante as avaliações do MMRCA, os monomotor F-16 e o Gripen-E, bem como o bimotor russo MiG-35 e o norte americano F/A-18 foram rejeitados após exaustivos testes pela equipe de avaliações do MMRCA original, enquanto o Rafale havia surgido como vencedor sobre o Eurofighter em 2012, após avaliação da proposta comercial. Mas o projeto nunca saiu do papel, agora sendo reaberta novas avaliações no processo que corre contra o tempo afim de manter a IAF operacional e capaz de cumprir com sua missão.
Vamos acompanhar esse novo programa, onde os concorrentes apresentarão novas soluções e um novo pacote de sistemas, como será o caso da SAAB com o Gripen-E, o qual já possui protótipo em fase de testes e ganhou um novo fôlego no mercado, com uma atraente proposta aos indianos da variante naval do caça, o que solucionaria dois problemas indianos com um solução que traria ganhos significativos em capacidades e simplificação da cadeia logística, mas como dito acima, é cedo para tecer qualquer comentário mais sólido sobre o novo programa indiano.
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