domingo, 15 de abril de 2018

Alemães preocupados com seus Tornados


A programada desativação das últimas aeronaves Tornado do Reino Unido fez com que as autoridades alemãs começassem a buscar soluções para os custos crescentes de uma aeronave  que possui um reduzido número em operação.

As contínuas reduções de aeronaves “Tornado” em operação nos três países que desenvolveram o programa trinacional, que também inclui a Itália, levaram a “riscos técnicos, logísticos e financeiros significativos” a manutenção dos caças-bombardeiros desenvolvidos na década de 80.

Embora o Reino Unido tenha anunciado os planos de substituir sua frota de “Tornados” em novembro de 2016, não foi dado ainda nenhum passo em relação ao planejamento ou mesmo a seleção de um vetor substituto da aeronave no inventário da RAF. Mas a eminente retirada de operação das aeronaves remanescentes na RAF, pode significar um exponencial aumento nos custos de operação dos caça-bombardeiros operados pelos alemães.

A Alemanha havia definido prolongar a vida operacional dos seus 93 “Tornados” remanescentes até 2035, quando espera-se substituí-los por uma nova aeronave produzida em parceria com a França.

A Alemanha adquiriu originalmente 357 aeronaves do tipo, porém, hoje restam apenas 93 em operação, 88 das quais pertencem à Luftwaffe, de acordo com o Ministério da Defesa.

Hoje há alguns Tornados alemães operando no Oriente Médio cumprindo missões de reconhecimento no Iraque e Síria. A Itália tem previsão de voar seus “Tornados” até 2027, quando deverão ser substituídos plenamente pelo F-35, o que levará a um aumento ainda maior na operação dos “Tornados” alemães.


Os britânicos planeja usar o Eurofighter Typhoon e o F-35 para cumprir as missões voadas pelos Tornados. Na Alemanha, o Typhoon parece ser uma das possíveis soluções do Ministério da Defesa afim de substituir os “Tornados” caso os custos venham a se tornar proibitivos, mas há quem aponte um eventual interesse alemão em participar do JSF, embora tenham certa resistência a aquisição do F-35.

Há algum tempo, noticiamos aqui no GBN News o interesse dos alemães pelos caça-bombardeiros F-15E e o F/A-18 “Super Hornet”, tendo inclusive solicitado informações sobre as duas aeronaves á Boeing.

O Reino Unido possui um grande número de células do “Tornado” armazenadas em várias condições, incluindo diversas variantes desde o GR.1 até o mais recente padrão GR.4 que ainda se encontra em operação, inclusive tendo participado do ataque contra instalações sírias na última semana, onde foram armados com mísseis de cruzeiro “Storm Shadow”.

A aposentadoria dos “Tornados” britânicos pode abrir a oportunidade de se obter componentes para reposição da frota alemã a um custo relativamente menor que a aquisição de componentes novos, principalmente se a RAF ao desativar resolva disponibilizar as mesmas para canibalização.

Mas é fato que os dias do “Tornado” estão contados, sendo questão de tempo para que seu custo de operação se torne proibitivo aos seus operadores, uma vez que as linhas de produção do Tornado foram fechadas há muito tempo, o que torna as peças sobressalentes muito caras e difíceis de serem obtidas, não restando muito a se fazer se não houver a possibilidade de obter componentes de aeronaves estocadas, como deverá ser o destino da frota britânica após sua desativação.

Os desafios para manter os “Tornados” alemães em operação não para por ai, atualmente a frota necessita se adequar ao novo sistema IFF (identificador amigo ou inimigo) da OTAN, o que tem significado uma tremenda dor de cabeça para o governo alemão que deverá desembolsar uma generosa bagatela para adequar suas aeronaves ao novo sistema, uma vez que deverá ser feita a atualização da aviônica, sendo imprescindível a substituição do computador principal da aeronave afim de se integrar a nova aviônica que compreende além do IFF a digitalização do head-up-display. Essa atualização, que corre o risco de sofrer atrasos, e o prazo final para integração do sistema IFF padrão da OTAN nas aeronaves dos países membros da aliança expira em 1 de janeiro do próximo ano, e sem contar com a integração do Mode 5/S Level 1, os Tornados poderiam ficar restrito para operar somente sob autorizações especiais com a aliança, limitando as capacidades da Luftwaffe em operações conjuntas. Caso outros países membros da aliança não consigam cumprir o prazo, é possível que o mesmo seja postergado, o que de certa forma beneficiaria a Alemanha.


GBN News – A informação começa aqui
Com agências

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