A programada
desativação das últimas aeronaves Tornado do Reino Unido fez com que as autoridades
alemãs começassem a buscar soluções para os custos crescentes de uma
aeronave que possui um reduzido número
em operação.
As contínuas reduções de aeronaves “Tornado” em operação nos três
países que desenvolveram o programa trinacional, que também inclui a Itália,
levaram a “riscos técnicos, logísticos e financeiros significativos” a
manutenção dos caças-bombardeiros desenvolvidos na década de 80.
Embora o Reino Unido tenha anunciado os planos de substituir sua
frota de “Tornados” em novembro de 2016, não foi dado ainda nenhum passo em
relação ao planejamento ou mesmo a seleção de um vetor substituto da aeronave
no inventário da RAF. Mas a eminente retirada de operação das aeronaves remanescentes
na RAF, pode significar um exponencial aumento nos custos de operação dos
caça-bombardeiros operados pelos alemães.
A
Alemanha havia definido prolongar a vida operacional dos seus 93 “Tornados”
remanescentes até 2035, quando espera-se substituí-los por uma nova aeronave
produzida em parceria com a França.
A
Alemanha adquiriu originalmente 357 aeronaves do tipo, porém, hoje restam
apenas 93 em operação, 88 das quais pertencem à Luftwaffe, de acordo com
o Ministério da Defesa.
Hoje há
alguns Tornados alemães operando no Oriente Médio cumprindo missões de
reconhecimento no Iraque e Síria. A Itália tem previsão de voar seus “Tornados”
até 2027, quando deverão ser substituídos plenamente pelo F-35, o que levará a
um aumento ainda maior na operação dos “Tornados” alemães.
Os britânicos planeja usar o Eurofighter Typhoon e o F-35 para cumprir
as missões voadas pelos Tornados. Na
Alemanha, o Typhoon parece ser uma das possíveis soluções do Ministério da
Defesa afim de substituir os “Tornados” caso os custos venham a se tornar
proibitivos, mas há quem aponte um eventual interesse alemão em participar do
JSF, embora tenham certa resistência a aquisição do F-35.
Há
algum tempo, noticiamos aqui no GBN News o interesse dos alemães pelos
caça-bombardeiros F-15E e o F/A-18 “Super Hornet”, tendo inclusive solicitado
informações sobre as duas aeronaves á Boeing.
O Reino
Unido possui um grande número de células do “Tornado” armazenadas em várias condições,
incluindo diversas variantes desde o GR.1 até o mais recente padrão GR.4 que
ainda se encontra em operação, inclusive tendo participado do ataque contra
instalações sírias na última semana, onde foram armados com mísseis de cruzeiro
“Storm Shadow”.
A aposentadoria dos “Tornados” britânicos pode abrir a oportunidade
de se obter componentes para reposição da frota alemã a um custo relativamente
menor que a aquisição de componentes novos, principalmente se a RAF ao
desativar resolva disponibilizar as mesmas para canibalização.
Mas é
fato que os dias do “Tornado” estão contados, sendo questão de tempo para que
seu custo de operação se torne proibitivo aos seus operadores, uma vez que as
linhas de produção do Tornado foram fechadas há muito tempo, o que torna as
peças sobressalentes muito caras e difíceis de serem obtidas, não restando
muito a se fazer se não houver a possibilidade de obter componentes de aeronaves
estocadas, como deverá ser o destino da frota britânica após sua desativação.
Os desafios para manter os “Tornados” alemães em operação não para
por ai, atualmente a frota necessita se adequar ao novo sistema IFF
(identificador amigo ou inimigo) da OTAN, o que tem significado uma tremenda
dor de cabeça para o governo alemão que deverá desembolsar uma generosa
bagatela para adequar suas aeronaves ao novo sistema, uma vez que deverá ser
feita a atualização da aviônica, sendo imprescindível a substituição do
computador principal da aeronave afim de se integrar a nova aviônica que compreende
além do IFF a digitalização do head-up-display. Essa atualização, que corre o risco de sofrer atrasos, e o prazo
final para integração do sistema IFF padrão da OTAN nas aeronaves dos países
membros da aliança expira em 1 de janeiro do próximo ano, e sem contar com a
integração do Mode 5/S Level 1, os Tornados poderiam ficar restrito para operar
somente sob autorizações especiais com a aliança, limitando as capacidades da Luftwaffe
em operações conjuntas. Caso outros países membros da aliança não
consigam cumprir o prazo, é possível que o mesmo seja postergado, o que de
certa forma beneficiaria a Alemanha.
GBN News – A informação começa
aqui
Com agências
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