segunda-feira, 12 de fevereiro de 2018

Turquia adverte que relação com EUA pode romper-se "totalmente"

O governo da Turquia advertiu nesta segunda-feira que as relações com os Estados Unidos chegaram a um ponto de deterioração no qual existe o risco que se rompam "totalmente".
"Os laços com os Estados Unidos se encontram em um ponto muito crítico. Ou regulamos estas relações ou se romperão totalmente", afirmou o ministro de Relações Exteriores turco, Mevlüt Çavusoglu, em um discurso durante um congresso em Istambul sobre as relações entre Turquia e África.
Çavusoglu insistiu em criticar o apoio que Washington presta às milícias curdo-sírias Unidades de Proteção do Povo (YPG), aliadas dos EUA na sua luta contra o grupo jihadista Estado Islâmico (EI), mas que a Turquia considera terroristas.
"Não queremos promessas e compromissos dos EUA, queremos passos concretos (a respeito das YPG). Para poder debater vários assuntos, a confiança perdida deve ser restabelecida, e a causa da perda de confiança são os EUA", comentou Çavusoglu.
"Os Estados Unidos apoiam as YPG com a desculpa de lutar contra o EI, mas as YPG não combatem o EI", reiterou o ministro.
Ancara considera as YPG uma ameaça contra sua segurança pelo vínculo que mantêm com o Partido dos Trabalhadores do Curdistão, a guerrilha curda que enfrenta o Estado turco há três décadas.
O secretário de Estado dos EUA, Rex Tillerson, visitará Ancara nesta quinta-feira para debater com as autoridades turcas os diferentes pontos de fricção entre os dois países, aliados na OTAN.
"A nossa expetativa com os Estados Unidos é clara: já não queremos promessas, queremos passos concretos. Se não fazem o necessário em Manbech, nós faremos", advertiu Çavusoglu, em relação à região síria sob controle da YPG desde 2016.
Ancara ameaçou repetidamente que estenderá a esse enclave a ofensiva iniciada no último dia 20 de janeiro contra as YPG na região de Afrin.
O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, denunciou em mais de uma ocasião que a presença das YPG perto da fronteira turca é "inaceitável" e pediu que Washington force sua retirada. 

Fonte: EFE
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