terça-feira, 20 de fevereiro de 2018

PROSUB - Cerimônia com presença do presidente Temer e ministros marca fase final de construção do S-40 "Riachuelo"

Nesta terça-feira (20), durante evento realizado no Complexo Naval de Itaguaí, que contou com a presença do Presidente da República, Michel Temer, os ministros Henrique Meirelles da Fazenda, Eliseu Padilha da Casa Civil e o Ministro da Defesa Raul Jungmann, ainda esteve presente a cerimônia o governador do Estado do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão, que acompanharam o início da fase final de integração das seções que compõe o primeiro submarino convencional da Classe “Riachuelo”, sendo este o exemplar que dá nome a classe, o S-40 “Riachuelo”.

O presidente Michel Temer em ato simbólico uniu duas partes do novo submarino, marcando o início da nova fase.

Temer ainda destacou em seu discurso a importância do programa de construção de submarinos para o desenvolvimento do país. "Vamos avançando a passos firmes em um projeto abrangente e ambicioso. O PROSUB é peça chave não apenas em nossa política de defesa, mas também em nossa estratégia de desenvolvimento científico e tecnológico. Estamos construindo mais um capítulo em defesa da soberania nacional".

Essa solenidade é uma injeção de otimismo e, com isso, estamos renovando nossa confiança no Rio e no Brasil. Não foram poucos os progressos do desenvolvimento no país e também de ordem, disse Temer.

O presidente lembrou que a construção do submarino de propulsão nuclear, com tecnologia totalmente brasileira, impulsionará também setores tecnológicos como a medicina e a matriz energética, além de gerar empregos de mão de obra extremamente especializada.

Já o discurso do ministro da Defesa, Raul Jungmann, destacou capacidade de dissuasão, alcançada com os submarinos, sendo uma importante conquista para o Brasil: "Vai nos possibilitar a capacidade de ter uma tecnologia que nos dê defesa, desenvolvimento e produtividade. O Brasil é um país provedor de paz. O Brasil é um defensor da ordem internacional e do direito internacional dos povos. Nós respeitamos a soberania e não aceitamos a solução pela força e a ingerência seja de quem for e por qual motivo. Mas infelizmente na ordem internacional prevalece a anarquia e não o direito. Por isso o Brasil precisa de capacidade de dissuasão para defender a sua soberania, o seu território e os seus interesses. Embora pacífico, não é desarmado e nunca será desarmado na defesa de seu povo e dos seus interesses".

O programa de desenvolvimentos de submarinos brasileiro, o PROSUB, inicia essa importante fase, sendo a última antes do tão aguardado lançamento do primeiro de quatro submarinos convencionais que irão garantir a Marinha do Brasil a capacidade de cumprir com seu papel constitucional de salvaguardar a soberania brasileira no mar.

O PROSUB enfrentou ao longo de dez anos desde seu início, inúmeros obstáculos, que levaram ao atraso no cronograma original do projeto, o qual já alcançou a casa dos 16 bilhões em investimentos diretos e indiretos até o momento para obtenção de quatro novos submarinos convencionais e o primeiro submarino nuclear brasileiro, esse esperado para 2029.

Ao longo do seu desenvolvimento, o PROSUB atravessou turbulentas crises financeiras e foi objeto de investigação da “Operação Lava Jato”, a qual realizou intensa auditoria no programa em busca de indícios de envolvimento do mesmo nos escândalos de corrupção envolvendo a empreiteira Odebrecht, a qual se viu mergulhada em diversos processos de corrupção e superfaturamento, porém, o programa sob a “batuta” da Marinha do Brasil, apresentou exemplar controle financeiro, tendo sido objeto de auditorias internas e externas, as quais não apontaram nenhuma irregularidade no programa conduzido pela Marinha do Brasil, sendo este um dos pontos salientados pelo Comandante da Marinha do Brasil, Almirante de Esquadra Leal Ferreira.

"Desde que a Marinha assumiu o projeto fomos alvos de consultorias, prestamos contas inclusive ao TCU e nada de errado aconteceu", disse o comandante da Marinha, Eduardo Leal Ferreira.

"A partir do momento que a Marinha conduziu o projeto nada foi detectado pela Marinha e por órgãos externos. A execução do projeto pela Marinha é monitorado por FGV, TCU e auditorias... falo isso com tranqüilidade e há mais preconceito do que realidade", acrescentou.

Em relação aos atrasos no cronograma inicial que previa a entrega do primeiro submarino em 2017, o comandante justificou: “Os atrasos tiveram dois aspectos, o orçamentário que todos da esfera federal tiveram, e o técnico, envolvidos com o modelo, que é mais comprido que o francês. O submarino que será recebido em 2019 estava previsto para ser recebido em 2017”.

Leal Ferreira, ressaltou o fato de o país estar recuperando com o PROSUB a capacidade de construção de submarinos. Este primeiro submarino, o S-40 “Riachuelo”, será incorporado à esquadra em 2019, na sequência deverá ser entregue o S-41 “Humaitá”, S-42 “Tonelero” e S-43 “Angostura”, sendo entregue um submarino ao ano.

O primeiro submarino nuclear brasileiro esta previsto para 2029, o qual será batizado de “Almirante Álvaro Alberto”, em homenagem a um dos pioneiros do programa nuclear brasileiro, o submarino nuclear deverá ser entregue quatro anos após o previsto no cronograma inicial.

Os atrasos sofridos pelo PROSUB são comuns aos programas de defesa brasileiros, principalmente pela “velha” política do Planalto de contingenciar e realizar cortes no orçamento das forças armadas em situações de crise econômica, uma postura que prejudica sobremaneira o andamento dos programas estratégicos e põe em risco as capacidades operacionais das nossas forças armadas, uma vez que diante de orçamentos muito distantes do que lhes é necessário, as mesmas se vêem forçadas a realizar ajustes em suas despesas, com isso importantes processos são afetados, o que por exemplo reflete hoje o avançado estado de obsolescência que enfrenta a força de superfície da Marinha do Brasil, onde há urgente necessidade de investimentos para obtenção de novos meios, em especial navios de escolta, como fragatas, tendo em vista a proximidade do fim da vida operacional deste tipo de navios na esquadra brasileira.

Em breve aqui no GBN News iremos lançar uma matéria mais detalhada sobre o PROSUB, onde pretendemos abordar os investimentos despendidos no programa e o retorno que nos trás tal investimento, bem como a importância da obtenção dos novos submarinos e a construção do primeiro submarino nuclear brasileiro.



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Fotos: Roberto Caiafa
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