Essa história é relativamente conhecida, e muito curiosa, apesar de poucos darem importância para os fatos e a relevância que teria se o Brasil tivesse á época uma outra visão sobre a importância de deter domínio sobre tecnologias sensíveis e seu desenvolvimento.
Após a Segunda Guerra Mundial, os EUA iniciaram uma série de pesquisas e desenvolvimentos com base nos conhecimentos adquiridos da Alemanha e muitos de seus engenheiros, os quais foram levados a trabalhar nos EUA desenvolvendo as armas que seriam primordiais, onde tinha inicio uma intensa corrida armamentista entre os EUA e a então União Soviética, eram os tempos da "Guerra Fria". Dentre estes projetos e desenvolvimentos surgira o míssil de cruzeiro SM-62 "Snark", protagonista dos fatos que serão contados neste artigo.
Nos idos de 1956, o mundo estava no calor da Guerra Fria, e os EUA buscavam novos meios de dissuasão nuclear, dentre esses esforços surgiu o míssil de cruzeiro SM-62 "Snark", um míssil de cruzeiro automatizado que poderia voar 10 mil km e lançar uma bomba nuclear. Um programa relativamente inovador e um dos primeiros misseis de cruzeiro dos EUA. Porém, durante dezenas de testes o mesmo apresentava problemas com seu sistema de orientação, e durante um desses testes, um "Snark" foi lançado em direção ao Atlântico, onde esperava-se que ele cairia, porém, em mais uma falha do sistema de orientação do míssil, o mesmo mudou o rumo e seguiu em direção ao Brasil!
Após voar uma grande distância o "Snark" caiu no nordeste brasileiro, onde ficou por mais de 20 anos, pois os americanos não se preocuparam em localizar e recuperar o míssil, tão pouco o governo brasileiro o fez, sendo acidentalmente encontrado apenas em 1983 no Maranhão.
Tal ocorrido na época foi tratado entre os governos do Brasil e EUA, onde os americanos informaram que um míssil de cruzeiro sem carga explosiva havia caído no território brasileiro após uma falha no sistema de orientação do mesmo. O curioso é que o caso não teve nenhum sigilo, e o mesmo não levou a buscas pela parte dos EUA e muito menos pelo Brasil, tendo sido classificado como uma oportunidade perdida ao Brasil. Embora na época ainda não tivéssemos uma base industrial de defesa ou capacidade tecnológica para estudar e assimilar a tecnologia do míssil, o que poderia ter sido revertido em um programa brasileiro para desenvolvimento deste tipo de arma, mesmo sendo um sistema problemático que levou mais de duas décadas para ser desenvolvido e que ao entrar em operação no ano de 1961, já era considerado obsoleto.
Essa foi mais uma curiosa página da historia brasileira, quando um míssil de cruzeiro nuclear "atingiu" o Brasil.
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