Há poucos meses o HMS Ocean, porta-helicóptero
recém adquirido pela Marinha do Brasil junto à Royal Navy, realizou exercícios
conjuntos com a Marinha de Israel. Nesta ocasião foi possível operar em
conjunto com USV Seagull da Elbit Systems.
Tal exercício serviu para demonstrar as características e
vantagens da operação conjunta de USV’s com uma força tarefa. O Seagull simulou
uma missão de medidas de contra-minagem, digitalizando e criando um caminho
seguro para o HMS Ocean. Uma vez que identificou objetos suspeitos, o
Seagull alertou o HMS Ocean para evitá-los, garantindo assim uma "rota
segura" ao navio.
O Seagull realizou a missão operado remotamente a partir de uma
Estação de Controle. O USV israelense ainda participou de um
exercício táctico de manobras e navegou em formação com os navios da Marinha de
Israel e o HMS Ocean.
Tais
informações nos leva á uma importante discussão sobre meios e tecnologias que
podem ser vitais a inserção da Marinha do Brasil no moderno teatro de combate
naval.
MCMV Classe Koster |
Recentemente,
no mês de outubro, estivemos acompanhando o 1º
Congresso de Contra-medidas de Minagem, evento que teve lugar na Escola de
Guerra Naval no Rio de Janeiro, nesta ocasião tivemos contato com importantes
fatores inerentes á guerra de minas, um campo no qual temos uma lacuna a ser
coberta, sendo necessária a aquisição de uma nova embarcação para desempenhar
essa missão, e todos os holofotes apontam para solução apresentada pela sueca
SAAB-Kockums e a "Classe Koster", o mais adequado meio para suprir as
necessidades da Marinha do Brasil.
Mas
ainda com a aquisição de novos “MCMV’s”, é importante acompanhar e investir em
novos meios tecnológicos, onde os mesmos podem ser integrados e representar em
importantes ganhos em doutrina e capacidades.
Diante
dos resultados apresentados pela tecnologia de USV’s, seria um caso a se considerar,
a aquisição desta tecnologia, ou mesmo investir no desenvolvimento da mesma no
Brasil. Lembrando que possuímos estudos e interessantes projetos neste campo,
os quais não recebem a devida atenção do nosso governo.
Corveta Classe Tamandaré Foto: Roberto Caiafa |
A
aquisição do HMS Ocean foi um marco importante para o programa de renovação da
esquadra brasileira, mas com esta aquisição surgem importantes questões a serem
equacionadas, as quais passam por necessidades vitais ao emprego do poder naval
brasileiro. Falta-nos uma solução imediata para obsolescência de nossa esquadra,
apesar do recente anúncio do RFP para quatro novas corvetas da “Classe Tamandaré”, as quais estarão muito próximas das capacidades encontradas em fragatas,
apesar de algumas limitações em relação a essas, é preciso urgente alavancar o
PROSUPER com a aquisição de novas fragatas, além de outros meios de grande
urgência. Apesar de termos conhecimento da falta de recursos para o orçamento da
Marinha do Brasil, o Governo Federal necessita dar atenção especial as necessidades
de nossa esquadra, sob pena de ficarmos sem a devida capacidade de controlar
nossas águas e defender a soberania brasileira nos mares.
Entre
outubro e novembro o HMS Ocean deverá partir do Reino Unido rumo ao Brasil,
será um motivo de comemoração, pois trata-se de um navio no “estado da arte”,
apesar das críticas infundadas que tomam as redes sociais. Mas do que nos
adianta ter uma capitânia moderna sem escoltas adequadas ao seu emprego? Do que
adiante ter uma esquadra sem meios de realizar eficazmente contra-medidas de
minagem? O ministro Raul Jungmann, tem se mostrado atento a essas necessidades, porém, o Ministério da Defesa necessita de recursos para os programas de obtenção de meios á esquadra.
GBN
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