Conheça a seguir os acontecimentos que
marcaram o Irã desde a Revolução Islâmica de 1979, que acabou com a monarquia.
A proclamação da República Islâmica
Em 16 de janeiro de 1979, o xá
Mohammad Reza Pahlavi, apoiado pelos Estados Unidos, parte para o exílio após
meses de protestos contra ele.
Em 1º de janeiro, o aiatolá Ruhollah
Khomeini, líder revolucionário, retorna triunfante do exílio. Dez dias depois, o
governo do xá cai e a rádio pública anuncia "o fim de 2.500 anos de
despotismo".
Em 1º de abril é proclamada a
República Islâmica.
1979: crise dos reféns
americanos
Em 4 de novembro de 1979, estudantes
partidários de Khomeini tomam como reféns 52 americanos na embaixada dos
Estados Unidos em Teerã, em um protesto contra a entrada do antigo xá, cujo
retorno ao Irã é reclamado, em um hospital dos Estados Unidos.
Washington rompe as relações
diplomáticas em 1980. Os reféns são libertados em 21 de janeiro de 1981, após
444 dias de cativeiro.
1980: guerra Irã-Iraque
Em 22 de setembro de 1980, o Iraque invade
o Irã depois que seu então presidente Saddam Hussein rompeu o tratado de 1975
sobre o estratégico canal de Shatt al-Arab, desencadeando um conflito de oito
anos no qual um milhão de pessoas morreram.
A guerra, uma das mais longas e mortais no
Oriente Médio, termina em 20 de agosto de 1988 com um cessar-fogo negociado
pela ONU.
1989: Khamenei, guia supremo
Khomeini morre em 3 de junho de 1989 e o
aiatolá Ali Khamenei, presidente desde outubro de 1981, torna-se o guia supremo
iraniano.
Akbar Hashemi Rafsanjani, um
conservador moderado, é eleito presidente. Em 1993 é reeleito e impulsiona uma
certa abertura do governo e a reconstrução após a guerra com o Iraque.
1997-2005: o distanciamento
O sucessor de Rafsanjani, o reformista
Mohammad Khatami, tem que lidar com a oposição conservadora durante seus dois
mandatos, entre 1997 e 2005.
Em julho de 1999, o governo enfrenta os maiores protestos desde 1979, nos quais
ocorrem confrontos entre os estudantes partidários de Khatami e a Polícia.
2002: um 'eixo do mal'
Em 29 de janeiro de 2002, o então
presidente americano George W. Bush coloca o Irã em uma lista de "eixos do
mal", junto com Iraque e Coreia do Norte, os quais acusam de apoiar o
terrorismo.
Washington já havia decretado um embargo
comercial e financeiro total contra o Irã em 1995.
2005: começa a era Ahmadinejad
Em 25 de junho de 2005, o ultraconservador
Mahmoud Ahmadinejad é eleito presidente. Em agosto afirma que deveria
"varrer do mapa" Israel.
Durante sua presidência, o Irã começa a
enriquecer urânio, o que alarma o Ocidente, que acredita que Teerã quer
fabricar uma arma nuclear.
Sua reeleição em 2009 desencadeia uma crise
política, com a repressão de protestos por todo o país, que dizima o movimento
reformista.
2015: o acordo nuclear
A eleição do clérigo moderado Hassan
Rohani, em 15 de junho de 2013, supõe um degelo das relações com os Estados
Unidos.
Em 27 de setembro, Rohani e o
presidente americano Barack Obama falam por telefone, um tipo de contato
inédito desde a Revolução Islâmica.
Em 14 de julho de 2015, o Irã alcança um
acordo com as potências mundiais sobre seu programa nuclear, acabando com 12
anos de crise e 21 meses de negociações. O acordo dá um respiro ao Irã ao
aliviar as sanções econômicas em troca de limitar seu programa.
2016: ruptura com a Arábia Saudita
Em janeiro de 2016, a Arábia Saudita, rival
regional do Irã, e seus aliados rompem relações diplomáticas com Teerã, ou as
reduzem, após a crise gerada pela execução por Riad do clérigo xiita xeque Nimr
al-Nimr.
Desde então, o Irã é acusado de se
intrometer nos assuntos de outros países árabes e de estimular os conflitos da
Síria e do Iêmen.
2017: onda de protestos
Em 19 de maio de 2017, Rohani é reeleito
com o apoio dos reformistas e graças a uma maioria de votos dos jovens.
Não obstante, aumentam as críticas dos que
consideram que não cumpriu com suas promessas eleitorais e que deixou de lado
os mais pobres com suas políticas de austeridade.
Em 28 de dezembro começa uma série de protestos contra o governo
que duram vários dias e deixam 21 mortos.
Fonte: AFP
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