Membros da família real saudita são presos após se manifestarem contra corte de privilégios pelo governo, em meio a uma série de medidas de austeridade no país, que tenta diversificar sua economia.
A Arábia Saudita confirmou neste domingo (07) a detenção de 11 príncipes sauditas por protestarem em frente a um palácio em Riad, em defesa dos seus privilégios.
Segundo o procurador-geral do país, Saud al Moyeb, os príncipes reconheceram "seu erro e sua má atitude", mas se recusaram a deixar o palácio durante seus protesto. Por isso, eles foram detidos e permanecerão na prisão de segurança máxima al-Hayer, ao sul de Riad, à espera de um julgamento.
Os príncipes exigiam o cancelamento de um decreto real, ainda não publicado oficialmente, segundo o qual o governo deixará de pagar as contas de eletricidade e água dos príncipes.
No protesto, ocorrido na última quinta-feira, os príncipes também exigiam compensação por uma sentença de morte emitida contra um de seus primos, condenado por assassinado e executado em 2016.
"Apesar de serem informados de que suas demandas são ilegais, os 11 príncipes se recusaram a deixar a área, perturbando a paz e a ordem públicas", disse Moyeb.
O procurador afirmou que "todos são iguais perante a lei" e que "qualquer pessoa que não respeitar as ordens e instruções será julgada, seja quem for".
O decreto relativo às contas de eletricidade e água dos príncipes faz parte de uma série de medidas de austeridade implementadas pelo governo, num momento em que a Arábia Saudita tenta diversificar sua economia dependente do petróleo em meio a déficits orçamentários provocados pela queda dos preços da commodity.
As medidas elevaram as tensões entre governo e a família real al-Saud, que tem milhares de membros, mas apenas alguns com influência direta sobre o reino.
No dia 1º de janeiro, Riad impôs um imposto sobre valor agregado de 5% para a maioria das mercadorias e serviços, encerrando sua política de isenção de postos que durou décadas. O rei Salman bin Abdulaziz al-Saud anunciou neste sábado uma série de benefícios para cidadãos sauditas, particularmente militares e servidores públicos, para "amenizar o impacto das reformas econômicas".
Em novembro, príncipes e políticos sauditas foram detidos por ordem de um comitê anticorrupção, dirigido pelo príncipe herdeiro, Mohammed bin Salman. A ascensão meteórica do príncipe, considerado o filho favorito do rei, e suas políticas ambiciosas vêm causando tensões na família real.
Fonte: Deutsche Welle
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