A Força Aérea Brasileira (FAB), por meio da campanha institucional “Dimensão 22”, divulgou nesta semana o cronograma de desenvolvimento e entregas do novo caça Gripen NG, desenvolvido pela SAAB em parceria com a Embraer e empresas brasileiras.
Como aponta o calendário, a FAB vai receber oito aeronaves de série na versão monoposto (para um piloto) em agosto de 2021 e, em seguida, mais três unidades em novembro. As entregas dos 36 caças encomendados, previstos no contrato avaliado em US$ 5,4 bilhões, será concluída em novembro de 2024, com a entrega do último modelo biposto (para dois pilotos).
O primeiro Gripen NG (também chamado de Gripen E) com os requisitos da FAB tem seu primeiro voo programado para julho de 2019, nas instalações da SAAB em Linkoping, na Suécia. Já a produção do primeiro modelo nacional será iniciada em junho de 2020, na fábrica da Embraer em Gavião Peixoto (SP).
O voo inaugural do Gripen NG biposto (ou Gripen F), até o momento um avião exclusivo do Brasil, será realizado na Suécia em outubro de 2021. Ao todo, a FAB vai receber oito unidades do caça na variante para dois tripulantes: o primeiro modelo será produzido pela fabricante sueca e os demais pela Embraer. O primeiro Gripen biposto fabricado no Brasil será entregue em setembro de 2023.
Ao todo, seguindo o acordo de transferência de tecnologia, a Embraer montará integralmente oito unidades do Gripen NG monoposto. O primeiro caça da série nacional será entregue em agosto de 2022. Esse será o primeiro avião supersônico fabricado no Brasil.
A FAB vai receber os 36 caças encomendados entre 2021 e 2024 (FAB)
O primeiro voo do protótipo do Gripen NG, com as especificações da força aérea sueca, foi realizado em junho deste ano. O contrato assinado pelo governo da Suécia prevê a aquisição de 60 unidades do caça de nova geração.
Caça multimissão
O novo Gripen é uma aeronave que pode atuar em diferentes funções. Além de caça de interceptação, também pode ser utilizado como bombardeiro e avião de reconhecimento armado.
De acordo com o fabricante sueco, o Gripen NG pode voar a mach 1 (velocidade do som – 1.234 km/h) sem a necessidade de usar pós combustor (quando o motor atua como se fosse um foguete) e, com força total, pode alcançar a velocidade máxima de 2.200 km/h.
De acordo com o fabricante sueco, o Gripen NG pode voar a mach 1 (velocidade do som – 1.234 km/h) sem a necessidade de usar pós combustor (quando o motor atua como se fosse um foguete) e, com força total, pode alcançar a velocidade máxima de 2.200 km/h.
Já o autonomia do caça, comparado ao das versões anteriores do Gripen, aumentou 50%, mesmo sem a necessidade de reabastecimento aéreo. Em configuração de combate (armado com quatro mísseis e levando dois tanques de combustível externos), a nova geração da aeronave tem alcance de 1.800 km.
O sistemas que equipam o novo Gripen vão permitir o uso de mísseis ar-ar (de interceptação aérea) e ar-terra de médio e longo alcance orientados por radar, bombas “inteligentes” guiadas a laser, além de uma série de outros recursos, como sensores infra vermelho de busca e equipamentos de guerra eletrônica, como perturbadores de radares e rádios.
O Gripen da FAB
O pacote de tecnologias para o Gripen escolhido pelo Brasil o torna mais avançado que a série selecionada pelos suecos. O caça da FAB será equipado com tanques de combustível internos de maior capacidade, o que vai exigir a instalação de um trem de pouso mais robusto.
O novo caça da FAB também contará com um dos painéis de controle mais impressionantes da aviação militar. Em vez de três telas digitais separadas, como é a versão do Gripen E configurada pelos suecos, o modelo da FAB contará com um painel panorâmico WAD (Wide Area Display), que reunirá todas as informações em apenas uma tela.
O Gripen brasileiro ainda terá um novo sistema de comunicação com dois rádios e sistema de encriptação, equipamentos de interceptação e destruição de mensagens, sensores infravermelho de busca e salvamento, além de ligação por datalink, recurso que permitirá ao caça “conversar” por meio de sinais eletrônicos com outros aviões e torres de controles.
E tem mais: o Gripen da FAB será equipado com recursos para minimizar a “assinatura radar” do avião, o que dificulta sua identificação e localização (na eventualidade de um combate), e o “Helmet Mounted”, um óculos acoplado ao capacete do piloto que funciona como uma espécie de monitor de ataque e reconhecimento de alvos.
Pela primeira vez em mais 75 anos de existência, a FAB será equipada com uma aeronave de superioridade aérea avançada de acordo com a tecnologia de seu tempo. Em termos de capacidade de combate e alcance operacional, o Gripen NG pode cumprir a mesma tarefa de quatro caças F-5 Tiger, atualmente a principal e mais rápida aeronave militar em serviço no Brasil.
Transferência de tecnologia abre novos caminhos para o Brasil
Além da aquisição dos novos caças, o contrato assinado entre os governos do Brasil e Suécia contempla a transferência de tecnologia para a construção de aeronaves de combate avançadas. Em outras palavras, a indústria brasileira vai aprender todos os processos de desenvolvimento e construção de um caça supersônico.
Adquirindo esse conhecimento o Brasil fará parte do seleto grupo de nações com capacidade para fabricar caças capazes de voar na velocidade do som e equipados com armas avançadas.
A transferência de tecnologia também pode “libertar” o Brasil da necessidade de importar esse tipo de aeronave no futuro, uma vez que a indústria nacional será capaz de desenvolver seus próximos caças após a aposentadoria dos Gripen NG da FAB, prevista para meados de 2040.
Fonte: Airway via Notimp
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