Moscou e Ancara celebraram na terça-feira (12) tão esperado acordo. Entenda por que país preferiu tecnologia russa em detrimento de sistemas da Otan.
O Kremlin anunciou na terça-feira (12) a conclusão de uma das negociações mais importantes com um membro da Otan – a Turquia, que agora se torna o segundo país da aliança militar ocidental a obter um sistema de defesa antiaérea russo.
“O contrato foi assinado e está prestes a ser executado. Como se sabe, o S-400 é um dos sistemas mais complexos e consiste em um grande conjunto de componentes técnicos, portanto, há algumas nuances”, disse à TASS o assessor da presidência para cooperação militar-técnica, Vladímir Kojin. “Só posso garantir que todas as decisões tomadas sob esse contrato estão alinhadas aos nossos interesses estratégicos.”
No entanto, segundo Kojin, a Turquia terá que aguardar “alguns anos” para a entrega devido à lista de espera que inclui países da Ásia e Oriente Médio.
“Gostaria de apontar para um fator significativo: há uma lista de espera de prováveis compradores ansiosos para ter esse sistema. São nações do Sudeste Asiático e do Oriente Médio, e algumas da OTSC [Organização do Tratado de Segurança Coletiva, uma aliança militar apoiada pela Rússia]. Existem muitas solicitações. Alguns países demonstraram especial interesse específico por esse sistema”, disse o assessor presidencial.
“Esses contratos já colocam uma carga de trabalho pesada sobre os fabricantes de armas, e a data de entrega do S-400 à Turquia ainda é incerta.”
S-400 na largada
A nova geração de sistema de mísseis antiaéreos S-400 Triunfo, ou “Growler” (“Rabugento”, segundo classificação da Otan), foi lançada no início do século 21.
A arma rapidamente tornou-se um peso-pesado no universo dos sistemas de mísseis antibalísticos devido a sua capacidade de detectar foguetes, jatos, bombardeiros, helicópteros e outros sistemas de ataque aéreo a até 580 quilômetros de distância.
Além disso, esses sistemas baseados em radar não eram mais unidirecionais como alguns outros e permitiam a detecção de todo objeto em um raio de 580 km.
Esta era a sua característica principal desde o início, uma vez que seu concorrente mais próximo, o norte-americano MIM-104 Patriot, oferecia visibilidade a 175 km de distância – e apenas a partir de uma única direção.
Segundo os especialistas, no entanto, ambos os sistemas podem eliminar todos os alvos aéreos modernos. Mas o “Rabugento” começa a realizar sua tarefa a uma distância de 385 km e, atualmente, nem mesmo os futuros caças e bombardeiros de quinta geração podem furar sua defesa sem serem detectados.
Esses dois recursos são o principal motivo para que China, Índia e agora Turquia se tornem os primeiros a obter o sistema russo, que custa cerca de US$ 500 milhões por divisão, com oito máquinas de lançamento, e unidades de suporte.
Fonte: Russia Beyond
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