As Forças Democráticas Sírias (FDS), aliança anti-extremista apoiada por Washington, estão eliminando os últimos focos de resistência do grupo Estado Islâmico (EI) em Raqa, sua "capital" na Síria.
"A coalizão curdo-árabe e as forças especiais americanas começaram as operações de rastreamento em toda a cidade", anunciou nesta quinta-feira o Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH).
Os últimos extremistas se entrincheiraram nos porões de alguns edifícios da cidade que o EI conquistou em 2014, segundo esta ONG com sede no Reino Unido que dispõe de uma ampla rede de informantes na Síria.
"Mas a presença de inúmeras minas enterradas pelo EI impede um término rápido das operações, e o anúncio do controle total da cidade apenas será feito depois que as FDS tenham conquistado o último foco extremista", indicou o OSDH.
"As destruições importantes que afetaram mais de 80% da cidade de Raqa impedem que as forças acessem todas as ruas e os becos da localidade", acrescentou.
Na véspera, as FDS asseguraram que a batalha de Raqa "se aproximava de seu fim".
Cerca de 15.000 civis continuam presos nesta cidade, de acordo com uma nova estimativa do Escritório da ONU para a Coordenação de Assuntos Humanitários (Ocha), que detalha ser "difícil verificar a cifra exata".
Esses civis "enfrentam condições incrivelmente difíceis" e sofrem com a "grave escassez de comida, água e remédios", segundo Linda Tom, responsável da Ocha.
O EI também tenta resistir a uma operação das FDS na província oriental de Deir Ezzor, na fronteira com o Iraque, onde as forças do governo combatem os extremistas com a ajuda da aviação da Rússia, aliada de Bashar al-Assad.
Batalha de Hawija
Três anos depois da ofensiva-relâmpago que lhe permitiu conquistar um terço do Iraque e quase a metade da Síria, o EI perdeu grande parte de seu território e seus últimos redutos são objeto de diversas operações de reconquista.
No Iraque, o primeiro-ministro, Haider al-Abadi, anunciou nesta quinta-feira o lançamento ao amanhecer da "primeira etapa da libertação de Hawija", cidade situada a 230 km a nordeste de Bagdá, nas mãos do EI desde junho de 2014.
O chefe das operações nesse setor, o general Abdel Amir Yaralá, informou sobre a retomada de 20 localidades perto da cidade de Al-Sharqat, na estrada até Hawija.
"O Daesh (acrônimo árabe do EI) perde terreno (...). Logo já não haverá mais santuários no Iraque", afirmou nesta quinta-feira o porta-voz da coalizão internacional liderada por Washington, o coronel Ryan Dillon, em coletiva em Bagdá.
Essa nova batalha preocupa as organizações humanitárias.
Jason Kajer, diretor interino para o Iraque da ONG International Rescue Committee, considerou que há 85.000 civis, entre eles 40.000 crianças, em Hawija e seus arredores.
"Vivem momentos aterrorizantes porque temem ficar presos na batalha ou serem bombardeados", disse em comunicado. "E aqueles que decidem fugir se arriscam a ser atacados por atiradores de elite do EI ou morrer pela explosão de uma mina".
Além de Hawija, os extremistas apenas mantêm três cidades no Iraque, na província ocidental de Al-Anbar: Anna, Rawa e a mais importante delas, Al-Qaim, muito perto da fronteira síria.
Um oficial iraquiano nessa região indicou à AFP que as forças de Bagdá entraram na quinta-feira no centro de Anna, onde explodiram combates nas ruas.
Fonte: AFP
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