A ONU declarou nesta quinta-feira (28) que a violência voltou a se agravar na Síria com uma série de ataques contra civis, ambulâncias, hospitais e trabalhadores durante a última semana na província de Idlib, no norte.
"Em Idlib, pelo menos cinco hospitais e dois centros de armazenamento de ajuda humanitária que serviam a meio milhão de pessoas foram atacados", detalhou Jan Egeland, coordenador humanitário para as áreas sitiadas na Síria.
Egeland sustentou que ainda não se sabe quais foram os responsáveis pelos incidentes em Idlib, uma região com concentração de grupos armados rebeldes.
Ataques similares também ocorreram na cidade de Raqqa e em partes de Deir ez-Zor que seguem sob controle do grupo jihadista Estado Islâmico (EI).
Além disso, Egeland denunciou um ataque na província de Hama contra um grupo de 80 civis que tentavam fugir do EI e que foram vítimas de um bombardeio aéreo.
"Não podemos tolerar o grave dano ocasionado aos civis e aos trabalhadores humanitários e médicos só porque vivem em zonas onde operam grupos terroristas ou perto delas", exigiu Egeland.
O representante humanitário sustentou que é necessário "um sistema de notificações que funcione e seja respeitado pelos atores armados devem respeitar".
Este sistema significa a comunicação por parte da ONU, da Cruz Vermelha e de outros agentes humanitários das coordenadas geográficas das suas instalações (incluídos os campos de deslocados) com o objetivo que todas as partes combatentes respeitem estas localizações.
O sistema mencionado funcionou em muitos conflitos em outros países, mas nunca nos mais de seis anos de guerra civil na Síria. No entanto, Egeland reconheceu que há várias entidades humanitárias reticentes a entregar essa informação porque acreditam que em vez de protegê-los pode torná-los alvos de ataques.
A cada mês, entre sete e nove milhões de sírios se beneficiam da ajuda humanitária internacional. Atualmente, 420 mil sírios vivem em áreas militarmente sitiadas, em 95% dos casos por forças governamentais e seus aliados, e não recebem nenhuma ajuda humanitária.
Três milhões de sírios vivem em zonas classificadas como de "difícil acesso" por estarem perto ou dentro da linha de fogo, o que faz com que a assistência à população chegue esporadicamente.
Segundo Egeland, seria necessário que a cada semana quatro comboios cruzassem as linhas de fogo, mas apenas um consegue fazê-lo, então a ajuda só chega a um quarto das pessoas que a espera.
Fonte: EFE
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