sábado, 12 de agosto de 2017

Trump ameaça Venezuela com "opção militar"

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ameaçou nesta sexta-feira (11) uma intervenção militar na Venezuela, uma surpreendente escalada na resposta de Washington à crise política venezuelana.
A Venezuela pareceu se encaminhar a um estágio mais volátil de agitações nos últimos dias, com forças antigoverno saqueando armas dos militares após a instalação de uma Assembleia Constituinte.
"O povo está sofrendo e está morrendo. Temos muitas opções para a Venezuela, incluindo uma possível opção militar se necessário", disse Trump a jornalistas.
Mais de 120 pessoas morreram e milhares foram presas em quatro meses de protestos contra o governo.
O governo em Caracas não respondeu imediatamente a um pedido de comentário sobre a ameaça de Trump.
As autoridades venezuelanas têm dito há muito tempo que os EUA estavam planejando uma invasão. Um ex-general disse à Reuters neste ano que alguns mísseis antiaéreos foram colocados ao longo da costa do país para eventualidade.
Em Washington, o Pentágono disse que não recebeu nenhuma ordem da Casa Branca sobre a Venezuela. O porta-voz do Pentágono, no entanto, declarou que as insinuações do governo venezuelano de que os EUA planejam uma invasão não têm sentido.
Trump, questionado se as forças dos EUA liderariam qualquer operação na Venezuela, se recusou a fornecer detalhes.
"Nós não falamos sobre isso, mas uma operação militar - uma opção militar -certamente é algo que podemos buscar", disse Trump.
Os EUA impuseram sanções contra o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, e outras autoridades venezuelanas no dia 31 de julho, depois que Maduro estabeleceu uma Assembleia Constituinte comandada por seus aliados do Partido Socialista.
Washington não aplicou sanções à indústria petrolífera do país membro da Opep, que fornece aos EUA cerca de 740 mil barris de petróleo por dia.

Venezuela diz que Trump quer "arrastar" América Latina para conflito


O governo da Venezuela afirmou neste sábado (12) que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, quer "arrastar" a América Latina para um conflito.
As declarações são uma resposta do Executivo de Nicolás Maduro às afirmações feitas ontem por Trump, que disse que não descarta uma "opção militar" para lidar com a crise na Venezuela.
O chanceler da Venezuela, Jorge Arreaza, fez as declarações em um discurso em rede nacional de televisão no qual também indicou que o governo "rejeita da forma mais categórica e contundente as declarações inamistosas e hostis de Trump".
"Essas declarações belicistas representam uma ameaça direta contra a paz, a estabilidade, a independência, a unidade territorial, a soberania e o direito à autodeterminação da Venezuela", criticou o chefe da diplomacia do país no discurso.
O governo de Maduro alertou a comunidade internacional que as "grandes ameaças" são feitas de forma cada vez mais intensa contra a Venezuela. E considerou que Trump pretende "arrastar a América Latina para um conflito que alteraria permanentemente a estabilidade, a paz e a segurança da nossa região".
Nesse sentido, Arreaza pediu que os governos e os povos livres do mundo que expressem a "mais clara e inequívoca condenação a esse perigoso atentado contra a paz e a estabilidade do continente".
"Ponham freio à mais agressiva ação do império americano contra o povo venezuelano em mais de 100 anos", disse o chanceler, pedindo que seus compatriotas se unam na "defesa de nosso solo sagrado".
Ontem, Trump disse que os EUA tem "tropas no mundo todo" e que alguns lugares não são tão distantes do país, citando a Venezuela.
Também ontem, a Casa Branca informou que Trump rejeitou a proposta de Maduro para realizar uma conversa por telefone. Isso só vai ocorrer quando o presidente venezuelano "restabelecer a democracia no país".

Fonte: Reuters / EFE
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