O Departamento de aviação divulga número parcial de incidentes com aviões e helicópteros. Sindicato de pilotos critica governo por omissão e exige criminalização da posse de ponteiros laser potentes.
Nos primeiros sete meses de 2017 foram registrados 65 casos de pilotos de aeronaves na Alemanha que foram cegados por ponteiros laser, afirmou o Departamento Federal de Aviação do país nesta terça-feira (29), em Braunschweig.
A maior parte foi relatada nas proximidades do aeroporto de Berlim-Tegel dez casos, seguido pelo aeroporto internacional de Frankfurt nove e o de Hamburgo sete. As autoridades aéreas não puderam precisar quantos casos semelhantes ocorreram no mesmo período do ano anterior.
O Departamento de Aviação acredita que mais casos deverão ocorrer até o fim do ano. Pelo menos é o que sugere a experiência dos últimos anos. "À medida que os dias ficam mais curtos, o número de ataques com ponteiros laser aumenta", explicou a porta-voz Cornelia Cramer. Além dos 65 casos no espaço aéreo alemão, foram reportados 31 ataques com ponteiros laser contra aeronaves alemãs no exterior – somando um total de 96 casos em que pilotos foram ofuscados.
O porta-voz do sindicato dos pilotos alemães Cockpit, Markus Wahl, declarou que 96 casos são "96 casos demais". Em todos eles a vida humana estava em jogo. Segundo ele, as cobranças feitas pelo sindicato ao governo, há dois anos, foram praticamente ignoradas.
Muitos pilotos estão "extremamente irritados" com os ataques, principalmente porque o número de casos pode ser reduzido sem grande esforço, de acordo com o sindicato.
A exigência central do Cockpit é que o ponteiro laser com mais de 500 miliwatts seja enquadrado sob a lei de armas. "A posse tem que ser punível", disse Wahl.
No ano passado, o Departamento de Aviação documentou 141 ataques com laser na Alemanha – 36 deles contra helicópteros. O número é menor do que o de 2015, quando foram registrados 156 incidentes.
De acordo com a Agência Aeroespacial da Alemanha, as empresas aéreas alemãs são obrigadas a relatar às autoridades ataques com ponteiros laser contra aeronaves e helicópteros. Isso também se aplica aos casos ocorridos em espaço aéreo estrangeiro – em 2016, houve 77 casos. Companhias aéreas estrangeiras que operam no espaço aéreo alemão, por outro lado, não precisam denunciar os ataques.
Prejudicar a visão de pilotos com um ponteiro laser é uma ofensa criminal na Alemanha. No parágrafo 315 do Código Penal está estipulado que "intervenções perigosas no transporte ferroviário, naval e aéreo" podem ser punidas com penas de até dez anos de detenção.
Fonte: Deutsche Welle
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