quinta-feira, 27 de julho de 2017

Turcos dizem que Israel deveria seguir exemplo do Império Otomano e causa polêmicas

À medida que as tensões sobre o Monte do Templo continuam a subir, Ancara em declaração diz que os judeus deveriam seguir o legado do Império otomano, quando todas as religiões gozavam de liberdade de culto. Em resposta as declarações de Ancara, Israel disse que é um absurdo que a Turquia dê uma palestra sobre a "única democracia" na região.
Ancara, juntamente com Tel Aviv, tem travado debates sobre as medidas de segurança de Israel em relação ao Monte do Templo em Jerusalém, um local que é sagrado tanto para os judeus, como para os muçulmanos.

Na quarta-feira (26), o Ministério das Relações Exteriores da Turquia em uma declaração disse que os judeus deveriam valorizar o fato de que a tolerância religiosa floresceu durante o governo do Império Otomano em Jerusalém.

"Na era otomana, as comunidades pertencentes a diferentes religiões e seitas viviam em coexistência pacífica e gozavam de liberdade de adoração durante séculos", diz a declaração do porta-voz do MRE turco, Huseyin Muftuoglu.

"Neste contexto, os judeus deveriam saber apreciar a tolerância única durante a era otomana" , continua.

Recordando a tomada de Jerusalém Oriental, Cisjordânia e a Faixa de Gaza na sequência da Guerra dos Seis Dias em 1967, Muftuoglu disse que "a responsabilidade que cabe a Israel é fazer prevalecer o bom senso, voltar para o status quo em Al-Haram Al-Sharif. "

Israel respondeu de imediato, com o Ministério das Relações Exteriores redigindo em uma declaração de que "é um absurdo que o governo turco, que ocupa o norte do Chipre, reprime brutalmente a minoria curda e prende jornalistas, querer ensinar a Israel, a única verdadeira democracia na região". Ele acrescentou que "os dias do Império Otomano passaram". 

Os territórios modernos de Israel e da Autoridade Palestina, incluindo Jerusalém, estavam sob o domínio turco entre 1517 e 1917.


A guerra acalorada de palavras começou na terça-feira (25), depois que o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, pediu aos muçulmanos para irem a Jerusalém apoiar seus irmãos com fé e proteger a Mesquita Al-Aqsa, o terceiro lugar mais sagrado depois de Meca e Medina, das ações israelenses.

"Se hoje soldados israelenses sujar a Mesquita de Al-Aqsa com suas botas citando incidentes triviais como pretexto, e se o sangue dos muçulmanos for facilmente derramado, então o motivo disso é o nosso fracasso em defender Al- Quds (Jerusalém) com empenho", disse Erdogan na terça-feira (25).

Erdogan acrescentou que os otomanos haviam agido em Jerusalém "com tanta delicadeza e sensibilidade que é impossível não lembrá-los com gratidão e desejo diante da crueldade de hoje".

Ele também acusou Israel de usar força excessiva contra os palestinos, levando Tel Aviv a apontar os próprios conflitos de Ancara.

"Seria interessante ver o que Erdogan diria aos moradores do norte do Chipre ou aos curdos", disse o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu nesta quarta-feira (26), citado pelo Times de Israel.

"Os dias do Império Otomano passaram. Jerusalém foi, é e sempre será a capital do povo judeu", disse o Ministério das Relações Exteriores israelense. "Aqueles que vivem em palácios de vidro devem se esquecer de lançar pedras".

Conflitos entre os palestinos e as forças israelenses ocorreram fora do Monte do Templo desde que as autoridades israelenses instalaram detectores de metais no local sagrado no início deste mês. As autoridades israelenses concordaram em desmantelar as instalações após advertências repetidas da Liga Árabe, mas prometeu substituí-las por câmeras de segurança tecnologicamente avançadas.

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com agências
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