Após longas décadas operando com o robusto e confiável FN FAL 7,62, o Exército Brasileiro dá inicio a uma nova era em suas fileiras, onde as tropas passarão a contar com o moderno fuzil de projeto nacional IA2 da IMBEL.
O IA2 assumirá o lugar do vetusto FAL 7,62, onde cabe também mencionar que o calibre padrão do Exército Brasileiro será substituído nos IA2, o qual apesar de possuir uma versão no calibre 7,62, o Exército Brasileiro optou por padronizar suas tropas com calibre 5,56, opção que segue a tendência mundial, embora eu acredite que futuramente deva adquirir alguns lotes no calibre 7,62 para atender determinadas necessidades da força, como por exemplo combate na selva e campo aberto, onde se faz necessário alcance e precisão do projétil, sendo esta uma característica do bom e velho 7,62x51mm.
O processo de adoção do novo fuzil já encontra-se em andamento, com uma previsão de 10 mil armas entregues ao ano, o que consequentemente resultará em um período considerável de operação mista de FN FAL 7,62 e IMBEL IA2 5,56 até que sejam totalmente substituídos todo arsenal de fuzis do Exército Brasileiro.
Representando um salto tecnológico, o IA2 apresenta uma moderna concepção, onde trás consigo uma enorme flexibilidade de uso, podendo receber uma vasta gama de acessórios, contando com baixo peso, resultado do uso de polímeros em sua construção e uma boa ergonomia, a nova arma com certeza representa um grande ganho ao combatente brasileiro, isso sem abordar alguns pontos específicos comparando o atual FN FAL e o novo IA2.
A equipe do GBN News resolveu apresentar aqui um comparativo entre o IA2 e o FN FAL, afim de possibilitar nosso leitor a tirar suas conclusões e abrir uma discussão a respeito desta nova arma com a qual será dotada as tropas brasileiras.
Vamos começar falando um pouco sobre as características do FN FAL, o qual desde 1964 faz parte do inventário do Exército Brasileiro como dotação padrão de suas tropas.
O belga FN FAL 7,62 nasceu diante de um teatro de operação clássico, onde os conflitos se davam á longas distâncias, o que requeria grande alcance dos fuzis da época, tendo em vista que a grande parte dos embates se davam em campo aberto, sendo em sua grande maioria entre os 200m e 600m, o que á época dava uma grande vantagem ao FAL 7,62, sendo uma arma de fácil operação, robusta, confiável e que tinha uma boa precisão. O calibre 7,62x51mm é ideal para esse padrão de combate, oferecendo precisão e alcance adequados para engajamentos a média e longa distância.
Porém, os anos se passaram e novas realidades vieram a dominar os campos de batalha, os quais deixaram as áreas remotas e ermas, para se dar em ambientes urbanos e localidades que tornam o combate á curta distância predominante, onde muitas vezes o mesmo se dá cercado de civis. Nesta nova realidade, o FN FAL viu seu emprego inadequado, quer seja pelo seu peso entre 4,9 Kg e 6,3 Kg, dependendo da versão, quer por seu comprimento, 1,10m, sem considerar o efeito devastador do calibre 7,62 disparado em meio a localidades habitadas, o que pode ocasionar em efeitos colaterais com vitimas civis que estejam na zona de combate, mesmo que as mesmas estejam abrigadas em determinados tipos de construção, pois o calibre 7,62 é capaz de facilmente varar paredes de alvenaria.
Assim se tornou uma necessidade atualizar as capacidades das tropas brasileiras, principalmente levando-se em conta as repetidas atuações em operações de Garantia da Lei e da Ordem (GLO), as quais em sua esmagadora maioria se dá em comunidades dominadas pelo narcotráfico, onde predominam becos e corredores estreitos, tendo como grande desafio uma imensa população civil que habita a área, criando mais uma problemática á situação e riscos de danos colaterais, situações que podem resultar em grande revés no caso de se vitimar um civil, o que dá "munição" aos "defensores dos direitos dos manos".
Eis que surge então o IMBEL IA2, na verdade, uma evolução de outra arma nacional, o MD-97, fuzil que foi criado pela IMBEL, porém, apresentou algumas deficiências, as quais levaram o Exército Brasileiro a recusar o projeto e solicitar a concepção de um novo fuzil, apesar do MD-97 estar em serviço com algumas forças especiais do Exército Brasileiro, Força Nacional de Segurança Pública (FNSP) e mesmo diversas forças policiais Brasil afora.
O IA2 veio com a proposta de sanar os pontos fracos do projeto anterior, apresentando menor peso, "calçando" o calibre 5,56x45mm padrão OTAN, munição menor e mais leve que a 7,62x51mm dos FN FAL, o que possibilita o porte de mais munição e menor sobrecarga ao combatente, o IA2 teve em sua concepção a adoção de polímeros em diversos componentes de seu conjunto, o que resultou em um fuzil mais leve, chegando aos 3,7 Kg municiado. O projeto do IA2 adota trilhos Picatinny, o que oferece ao infante a possibilidade de uso de diversos acessórios dentre optrônicos e demais acessórios, tornando o emprego do novo fuzil mais flexível e condizente com o moderno campo de batalha.
Diante do moderno cenário dos campos de batalha, o IA2 se enquadra como uma arma eficiente para emprego em zonas urbanas e áreas densas, como é comum nas comunidades em que as tropas repetidas vezes são convocadas á pacificar em acordo com a "GLO", porém, o calibre 5,56x45mm se mostra ineficiente em outros cenários de emprego, principalmente em zonas de mata e campo aberto, onde se requer alcance e precisão. A IMBEL apresentou uma solução a essa problemática, porém, o Exército Brasileiro recusou a oferta do IA2 com kit de conversão em campo, o que possibilitaria ao infante rapidamente cambiar seu IA2 de 5,56 para 7,62 com a troca do cano e alguns componentes. Diante deste lacuna que se abrirá com a saída do FN FAL 7,62, é quase que certo que em breve o Exército irá adquirir um lote considerável de fuzis IA2 "calçando" 7,62x51mm para atender as necessidades da força.
O IA2 é sem sobra de dúvidas um ganho significativo ás tropas brasileiras, mas com certeza o "velho" FAL deixará saudades em quem já teve o prazer de operar este fantástico fuzil. Que venham os novos IA2 e um merecido descanso aos nossos FAL.
Dados Técnicos
FN FAL 7,62x51mm OTAN
Diante do moderno cenário dos campos de batalha, o IA2 se enquadra como uma arma eficiente para emprego em zonas urbanas e áreas densas, como é comum nas comunidades em que as tropas repetidas vezes são convocadas á pacificar em acordo com a "GLO", porém, o calibre 5,56x45mm se mostra ineficiente em outros cenários de emprego, principalmente em zonas de mata e campo aberto, onde se requer alcance e precisão. A IMBEL apresentou uma solução a essa problemática, porém, o Exército Brasileiro recusou a oferta do IA2 com kit de conversão em campo, o que possibilitaria ao infante rapidamente cambiar seu IA2 de 5,56 para 7,62 com a troca do cano e alguns componentes. Diante deste lacuna que se abrirá com a saída do FN FAL 7,62, é quase que certo que em breve o Exército irá adquirir um lote considerável de fuzis IA2 "calçando" 7,62x51mm para atender as necessidades da força.
O IA2 é sem sobra de dúvidas um ganho significativo ás tropas brasileiras, mas com certeza o "velho" FAL deixará saudades em quem já teve o prazer de operar este fantástico fuzil. Que venham os novos IA2 e um merecido descanso aos nossos FAL.
Dados Técnicos
FN FAL 7,62x51mm OTAN
Origem: Tipo: Peso | Belga Fuzil Automático 4,93 kg (FAL) 6 kg (FALO/FAP) |
Comprimento | 1,10 m |
Comprimento do cano | 533 mm (21.0 in) |
Calibre | 7.62x51mm OTAN |
Ação | Ação direta de gases sobre êmbolo (pistão) |
Cadência de tiro | 650 - 700 tpm |
Velocidade de saída | 840 m/s |
Alcance efetivo | 200–600 m |
Sistema de suprimento | Carregador 20 munições |
Mira | Alça e massa de mira |
IMBEL IA2 5,56x45mm OTAN
Origem: Tipo: Peso | Brasileiro Fuzil de Assalto 3,4 kg (descarregado) |
Comprimento | 850 mm |
Comprimento do cano | 350 mm |
Calibre | 5.56x45 mm OTAN |
Ação | 5.56 mm: A gás, com ferrolho rotativo
7.62 mm: A gás, com ferrolho basculante
|
Cadência de tiro | 650 a 750 disparos por minuto |
Velocidade de saída | 850 a 920 m/s (dependendo da munição) |
Alcance efetivo | 600 m |
Sistema de suprimento | Carregador de 30 munições |
Mira | Massa de mira configurada para 150 ou 300 metros; várias lunetas e optrônicos. |
Por Angelo Nicolaci - Jornalista, editor do GBN News, graduando em Relações Internacionais pela UCAM, especialista em geopolítica do oriente médio e leste europeu, especialista em assuntos de defesa e segurança.
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