As tensões entre a Russia e EUA aumentaram significativamente no cenário geopolítico da Síria, apos o abate de uma aeronave do governo sírio por um caça norte americano. O abate do SU-22 representou uma mudança nas relações entre russos e americanos, algo que terá consequências imprevisíveis no futuro do conflito sírio, o qual já dava sinais de estar chegando próximo a uma resolução.
O lado norte americano justifica o abate como sendo uma resposta ao suposto bombardeio lançado contra seus aliados em Raqqa, ressaltando que os EUA apoiam a oposição síria, grupo responsável pelo principio do conflito sírio em 2011, que resultou na desestabilização do pais e na consequente entrada de grupos terroristas como o EI e outros grupos menores no conflito. Diante do abate da aeronave do governo legitimo da Síria, a Russia prontamente deu seu recado, alertando para o ato de "agressão" contra as forças do governo sírio, a qual não sera tolerada e a partir deste acontecimento foi suspensa a linha vermelha entre o comando russo e a coalizão dos EUA e seus aliados na Síria. A Russia ainda deixou claro que ira interceptar qualquer aeronave da coalizão que voe a oeste do Rio Eufrates, determinando assim uma zona de exclusão aérea.
Um dos reflexos do abate da aeronave síria foi a retirada da Austrália das operações de combate da síria, a qual tomou a decisão apos a Rússia informar que irá tratar aeronaves da coalizão voando a oeste do rio Eufrates, na Síria, como alvos em potencial para seus sistemas de mísseis e aeronaves militares.
A Rússia deixou clara a mudança em sua postura militar no domingo, algo que Damasco disse ter sido o primeiro incidente do tipo desde o início do conflito no país, em 2011.
O abate do SU-22 pode ser o ponto de virada na relação entre as duas grandes potencias na síria, sendo como fator chave para o aumento nas tensões os interesses de ambas potencias no conflito, onde as forças apoiadas pela Rússia e as forças apoiadas pelos Estados Unidos podem levar ao embate direto entre as duas nações afim de proteger seus aliados e interesses na região, lembrando que no ultimo mês fora registrado mais de três ataques realizados por forças da coalizão a tropas do governo legitimo sírio, sendo uma clara violação dos acordos estabelecidos entre a Russia e os EUA e seus aliados.
Sobre o pretexto de apoiar o combate ao EI em solo sírio, os EUA tem aumentado significativamente seu apoio militar a oposição síria e grupos ligados a este. Diferente do caso Líbio, a Russia não ira permitir que os EUA e seus aliados transformem a Síria em mais um estado falido e sem governo afim de atender aos intentos de sua politica externa obtusa e conflitante, que tem resultado em mais problemas que soluções, haja visto o caso iraquiano e líbio.
Apesar de não haver interesse de ambas as partes de se confrontarem diretamente, ha o risco de isso ocorrer no futuro próximo, principalmente se for dada continuidade aos ataques contra as forças do governo legitimo da Síria.
Os EUA não possuem forças regulares em solo sírio, porem ha relatos da presença de forças especiais operando em conjunto com os rebeldes sírios, sendo este talvez o principal motivo pelo qual os EUA abateram o caça sírio.
A Russia tem se mostrado muito paciente diante das ações dos EUA e sua coalizão, porem ha de se ter em mente que a paciência um dia acaba, e nesse momento podemos assistir ao inicio de um conflito de maiores proporções no qual as consequências seria incalculáveis .
Por: Angelo Nicolaci - Jornalista e editor do GBN News, graduando em Relações Internacionais pela UCAM, especialista em geopolítica do oriente médio, leste europeu e Russia, dominando assuntos correlatos a defesa e estrategia global e suas tecnologias.
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Todos is presidentes americanos fazem trapacas para que a guerra se expande. Sujeiras Americanas.
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