As zonas de segurança propostas pela Rússia na Síria, onde não é permitido nenhum conflito entre o governo e a oposição síria, entraram em vigor às 21:00 desta sexta-feira (5).
As zonas seguras na Síria são descritas como uma medida temporária que será aplicada nos próximos seis meses, com a possibilidade de ser prorrogadas por mais seis.
As zonas de segurança foram acordadas pelos Estados garantes - Rússia, Irã e Turquia - durante negociações na capital do Cazaquistão, Astana, quinta-feira. Todas as partes manifestaram a esperança de que a iniciativa conduza à solução do conflito.
Quatro zonas seguras
As quatro zonas seguras são estabelecidas na Província de Idlib, na Síria, e partes das províncias vizinhas de Latakia, Aleppo e Hama. Na parte norte da província de Homs, em Damasco no bairro de Ghouta Oriental, e em partes do sul de Deraa e Quneitra províncias na fronteira com a Jordânia.
As forças do governo sírio e a oposição síria serão impedidas de combaterem ou realizar ataques aéreos dentro das zonas seguras por meio de forças de segurança, postos de controle e postos de observação controlados pelos Estados mantenedores do acordo.
A Rússia, Irã e Turquia concordaram em preparar mapas que separem as áreas controladas pela chamada "oposição moderada" dos territórios detidos pelos jihadistas e fornecerão uma demarcação precisa da zona segura até 4 de junho.
Espaço aéreo sobre zonas seguras
As Forças Aeroespaciais russas suspenderam os ataques aéreos nas áreas demarcadas como zonas seguras desde 1 de maio, segundo informe do Ministério de Defesa da Rússia.
O espaço aéreo sobre as zonas seguras também será fechado para os sobrevvo e ataques da coalizão liderada pelos EUA, com o Ministério das Relações Exteriores da Rússia afirmando que a questão está sendo negociada entre as partes russas e americanas.
Combate a terroristas
Cerca de 42.000 combatentes da oposição síria permanecem no território das quatro zonas de segurança, com a maioria dos militantes localizados em Idlib e perto da fronteira com a Jordânia de acordo com estimativas russas.
O estabelecimento de zonas seguras não significa que a luta contra o Estado Islâmico, Jabhat al-Nusra e outros grupos terroristas vai parar no país. Pelo contrário, a medida permitirá que a Síria libere forças adicionais para atacar os jihadistas, disse o Ministério da Defesa da Rússia.
O governo sírio apoiou a implementação das zonas de segurança no país e confirmou o seu compromisso de combater o terrorismo.
Conformidade da oposição em questão
Não há certeza sobre o cumprimento da iniciativa pela oposição síria, como os representantes dos militantes saíram da cerimônia de assinatura em Astana, alegando que não vão aceitar o Irã como um dos mantenedores.
Reação internacional
O secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, expressou a esperança de que melhorará a vida da população e do enviado especial da ONU para a Síria, Staffan de Mistura, saudando a iniciativa como um passo na direção certa.
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, disse na quarta-feira (3) que ele entendeu por telefone em conversa com o norte-americano Donald Trump, que o governo dos EUA apoia a ideia da criação de zonas seguras na Síria. O Departamento de Estado disse apreciar "os esforços da Turquia e da Federação Russa para perseguir este acordo e encorajou a oposição síria a participar ativamente nas discussões". No entanto, manifestou preocupação com a participação do Irã na iniciativa.
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