Os números obtidos no Rio de Janeiro nas últimas semanas são compatíveis com os encontrados em zonas de conflito deflagrado, como por exemplo os encontrados na Síria, que enfrenta uma guerra civil e ação de grupos terroristas.
Diante destes números e a triste realidade que nos afronta a cada dia nos noticiários sobre a "cidade maravilhosa", devemos nos perguntar: Onde esta o erro na segurança pública e ações do governo?
Antes de mais nada deixo claro que não sou especialista em segurança pública, mas não é preciso ser um especialista para chegar a conclusão de que é necessário uma mudança radical no modus operandi da segurança pública e nas suas práticas de ação.
Um dos pontos os quais quero salientar neste artigo, é o investimento real na solução da segurança pública do estado, uma questão que não se deve ter foco apenas em cifras, mas na qualidade dos investimentos e sua real efetividade na solução das questões que tem se agravado nos últimos meses.
O aparato de segurança pública carece de meios de informação realmente efetivos e de uma rede de inteligência que seja capaz de gerar resultados e não apenas dados. Do que estou falando? Não adianta ter inteligência se não há meios capazes de por em pratica respostas ás ameaças identificadas e neutralizá-las.
Muitos vão vão dizer que o estado carece de uma boa rede de inteligência, em parte é verdade, pois há muita informação e poucos meios de filtrá-las e gerar uma resposta adequada as necessidades identificadas pelos canais de informação e inteligência. Muito dos problemas são agravados pela burocracia administrativa e mesmo legislativa que emperra o andamento do processo de obtenção de informação e utilização da mesma de maneira preventiva e ou mesmo ostensiva.
Temos duas polícias que não compartilham de maneira prática dos meios que dispõe, algo que gera outro ponto fraco no aparelho de resposta, além de esbarrarmos no grande X da questão, as brechas na legislação e movimentos de defesa de direitos humanos, que em grande parte atrapalham o desenvolvimento de operações e respostas adequadas á ameaça representada pelos narcotraficantes e criminosos em solo brasileiro. Sendo ignorado que não se trata de um simples problema de segurança pública, mas trata-se de um conflito deflagrado em zona urbana por uma organização criminosa á qual ataca efetivamente o estado e suas instituições, atingindo diretamente o cidadão contribuinte e trabalhador que cumpre com as leis e vê seus direitos ameaçados pela criminalidade que assola a cada dia de forma mais explicita a sociedade.
O Rio de janeiro, bem como o Brasil, tem a necessidade de mudar a sua filosofia, não podemos mais poupar os "lobos", pois estamos perdendo nossas "ovelhas" diariamente, e não só as "ovelhas", mas os "pastores do rebanho". Só no início deste ano até a concepção deste artigo, perdemos nada mais, nada menos que 63 policiais assassinados no estado do Rio de Janeiro, algo inaceitável em qualquer sociedade normal e ordeira. ainda esta semana traficantes atacaram caminhões e civis durante confronto entre facções criminosas rivais, levando o medo e o caos a sociedade fluminense. Estamos em "guerra" e ninguém quer realmente admitir isso no poder público. Quando a coisa aperta chamam as forças armadas, mas isso não muda nada, pois as mesmas não tem a liberdade de executar a missão de neutralizar a ameaça, pois o inimigo é visto por nossos governantes "míopes", como vitimas da sociedade, enquanto nós que trabalhamos e sustentamos o estado temos nossos bens roubados, familiares mortos e nossa liberdade cerceada pela criminalidade que nos cerca, estando literalmente desarmados contra o inimigo que nos espreita em cada esquina, de dia ou de noite. Temos mais fuzis apreendidos na cidade do Rio de Janeiro do que em zonas de guerra!
Precisamos antes de qualquer ato ter a consciência de que em todo conflito há danos colaterais e devemos ter em mente que durante tal guerra podemos sofrer perdas civis e militares, apenas temos que buscar meios para minimizar ao máximo essa incidência. Quanto aos contraventores e criminosos, não devemos ter salvaguardas aos mesmos em caso de confronto, se atirou contra a guarnição, contra um cidadão, merece uma pronta resposta a altura da ameaça, mesmo que isso venha a levar ao óbito deste, pois se assumiu o risco de confrontar a sociedade e suas leis, tem que estar ciente de que sua vida esta em risco por opção própria.
Temos que ter uma visão clara e objetiva, não é um coitadinho da sociedade com um fuzil na mão, é um criminoso armado colocando em risco a vida de cidadãos inocentes. A ameaça esta bem clara e deve ser combatida por todos os meios disponíveis, dentre estes na prevenção, através de medidas sócio-educativas nas escolas, integrando as crianças em sua experiencia escolar com unidades militares e os direitos e deveres do cidadão,é fornecer saúde e lazer, não essa política suja e ineficiente de assistencialismo barato que só cria mais peso ao estado. É criar e alimentar valores desde a infância de nossos jovens e crianças, é abrir oportunidades de capacitação, dentre inúmeras ações que devem ser tomadas.
Daria um livro aqui sobre o assunto, mas vou me limitar a levantar esse debate e pedir que cada um participe aqui expondo sua visão sobre o exposto acima. Pois estamos enfrentando uma guerra urbana no Rio contra uma força assimétrica e que se esconde no seio de nossa sociedade.
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