Shlomit Kishik Cohen, espiã israelense conhecida como "a pérola do Mossad", nascida na Argentina, faleceu nesta segunda-feira (22) aos 100 anos, segundo a imprensa de Israel.
Kishik Cohen trabalhou durante muito tempo no vizinho Líbano, ajudando a transferir os judeus libaneses e de outros países até Israel. Calcula-se que tenha sido responsável pela chegada de mais de mil judeus do Líbano até Israel.
"Adeus (...) à espiã israelense número um no Líbano", escreveu nesta segunda-feira o jornal Yediot Aharonot.
Ela, também apelidada de "Shula", nasceu na Argentina em 1917, em uma família judia que emigrou para Jerusalém quando Cohen ainda era jovem.
Casou-se com um rico comerciante judeu de origem libanesa, Joseph Cohen, vinte anos mais velho que ela. Viveram juntos em Beirute, onde "a pérola da Mossad" construiu laços com altos funcionários do governo e começou a trabalhar de forma voluntária para o futuro Estado israelense.
De acordo com o "Centro do Patrimônio de Inteligência", também teria conseguido, no dia anterior à proclamação da criação do Estado de Israel em 1948, informações sobre os preparativos militares no Líbano e nos países árabes para uma guerra contra Israel.
Kishik Cohen, que se uniu ao Mossad durante e após a criação do Estado de Israel, transmitiu informações militares provenientes da Síria e do Líbano entre os anos de 1947 e 1961.
Há alguns anos, afirmou ter se reunido com todos os chefes da polícia e dos serviços de Inteligência libaneses, assim como os presidentes desse país.
"Naquela época me reuni com o presidente Camille Chamun, (...) e depois com Bashir Gemayel", assassinado pouco tempo após assumir o cargo durante a invasão israelense do Líbano em 1982.
Disse que nunca ter revelado suas atividades para o seu marido, e também contou ter conseguido levar dois de seus filhos a Israel.
"Shula" foi detida no Líbano, onde foi condenada à morte.
Fazia parte de uma "rede de espionagem muito importante" naquele momento, "senão a mais importante", declarou o diretor dos serviços de espionagem do Líbano, Sami al Jatib, em um documentário do canal de televisão Al Jazeera, divulgado em 2016.
Foi liberada após uma troca de prisioneiros, em meio a guerra entre árabes e israelenses em junho de 1967, e desde então vivia com sua família em Jerusalém.
Fonte: AFP
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