sexta-feira, 12 de maio de 2017

F-35 se torna alvo de oposição na Itália


O movimento anti-establishment Cinco estrelas na Itália, com partido político que disputa o primeiro lugar nas pesquisas antes das eleições previstas para o ano que vem, se comprometeu a cancelar o programa F-35 se vencer as eleições. 

"Não haverá mais nem menos sobre continuar com programa F-35", disse Tatiana Basilio, membro do Parlamento italiano durante uma apresentação do manifesto de defesa do partido na última quinta-feira (11). 

A Itália está atualmente comprando 90 aeronaves F-35 e já possui 7 destes F-35A em suas linhas de voo, sendo aeronaves oriundas da linha de montagem em Cameri, no norte da Itália. Três estão voando agora na base aérea de Amendola e quatro estão engajados no treinamento de pilotos italianos na base da USAF no Arizona. 

No início deste mês, o primeiro F-35B realizou o roll-out da linha de produção em Cameri, sendo o primeiro F-35B a ser montado fora dos EUA. 



A aeronave, e seu preço, tem sido um alvo de criticas pelo movimento, que foi fundado em 2009 e desde então tem feito campanha para reduzir a corrupção e desperdícios nos gastos públicos. 

O partido subiu nas pesquisas em paralelo com os movimentos populistas em outros países, e seu líder Grillo elogiou o presidente dos EUA, Donald Trump, e o presidente da Rússia, Vladimir Putin, enquanto criticava as políticas da União Européia.

Nos últimos meses, liderou as pesquisas de opinião na Itália, ficando atrás apenas do Partido Democrático, de centro-esquerda, antes das eleições gerais previstas para a próxima primavera. 

Preparando-se para o governo, o partido elaborou políticas e ratificou-as através de votação on-line por apoiadores, incluindo uma série de políticas de defesa que foram delineadas na quinta-feira (11). Cinco membros da câmara baixa e do Senado sublinharam que a Itália deveria estar investindo em guerra cibernética antes de pagar a conta por armas ofensivas tradicionais, como mísseis e aeronaves de ataque. 

"A idéia central é a possibilidade de mudar a maior parte do investimento público hoje usado para programas tradicionais de armamento em desenvolvimento e pesquisa em programas mais modernos como a defesa cibernética e a inteligência", afirmou o novo manifesto de defesa do partido. 

"14 bilhões de euros investidos para 90 caças F-35 é muito caro e estamos nos colocando nas mãos dos EUA", disse Basilio. "Todo o software pertence à Lockheed Martin e nós nunca teremos uma palavra a dizer, enquanto todos os nossos pilotos e pessoal de manutenção deve ser treinado nos EUA. Se estivéssemos no governo teríamos encerrado o programa. " 

Basilio disse que a Itália deveria ter optado por atualizar seus caças Eurofighter para assumir o papel destinado ao F-35. 

O senador Vincenzo Santangelo disse que o Movimento Cinco Estrelas também estava pressionando para uma melhor análise nos custos dos programas de defesa. "Se tivéssemos isso, nunca teríamos entrado no programa F-35", disse ele. 

"Cameri não está sendo usado para o seu potencial", acrescentou. "Disseram-nos que Cameri seria um centro de manutenção internacional, mas a Itália parece estar no fim da linha de trabalho". 

Os políticos do Cinco Estrelas pediram uma redução geral nas despesas de defesa italianas. "5 bilhões de euros por ano em armamentos é exorbitante", disse Basilio. A exigência da OTAN de que os membros gastassem 2% do PIB em defesa não era "sustentável", acrescentou Santangelo. 

O senador do Cinco Estrelas, Bruno Marton, afirmou que o programa de construção naval da Marinha da Itália, recentemente aprovado, de 5,4 bilhões de euros foi exagerado. "A chance de sermos invadidos por mar é remota", disse ele. 

O partido também pediu maior transparência no orçamento, descrevendo o financiamento de defesa da Itália como "um dos programas menos transparentes de gastos do Estado". 

"De todos os fundos fornecidos para a indústria pelo ministério da indústria, 85% vão para programas de defesa e queremos mudar isso", disse Marton. 

Os pedidos para cortar os gastos de defesa estão ressoando entre os eleitores italianos apanhados em uma reviravolta econômica extenuante que não parou desde a crise financeira de 2008. O Partido Democrático dominante há muito vê o programa F-35 como uma responsabilidade eleitoral, e prometeu reduzir os gastos no programa. 

Pouca publicidade tem sido dada à chegada dos primeiros jatos na Itália e o lançamento do F-35B neste mês foi pouco divulgado. 

Ao mesmo tempo, o primeiro-ministro italiano Paolo Gentiloni foi publicamente instado por Trump no mês passado a atender a meta de gastos da Otan de 2% do PIB. Atualmente, a Itália gasta 1,1% do PIB em defesa. 

Em Roma, em 11 de maio, a ministra da Defesa, Roberta Pinotti, disse que a Itália aumentaria seus gastos de defesa "de maneira razoável". 

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com agências
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