Esta
edição da LAAD nos reservou muitas surpresas, e na última quinta
(6), após encerrar o voo no M28, contatamos um dos representantes da
Viking, empresa que oferece ao Exército Brasileiro o Viking Twin
Otter 400, afim de prover a AvEx sua primeira aeronave de asa fixa.
Conforme
combinado no stand da Viking na LAAD, iríamos aproveitar nossa ida
até o aeroporto de Jacarepaguá, para conhecer a aeronave que estava
estacionada no hangar da Helistar. Nosso editor Angelo Nicolaci,
então contatou Daniel Torelli, responsável pela aeronave. Após uma
breve ligação, um carrinho da Helistar foi até o hangar da Líder
Taxi Aéreo, onde estava nossa equipe após finalizar o voo no M28, e
a conduziu até o Viking. Então segue o relato de nosso editor,
Angelo Nicolaci, que junto com Luiz Gomes, fotografo e parceiro do
GBN News, foram conhecer a aeronave.
Embarcamos
no carrinho de golfe da Helistar e nos dirigimos para o que seria
apenas uma sessão de fotos com o Viking Twin Otter 400, eu e o Luiz
estávamos ansiosos para fazer as fotos e fechar nossa pauta sobre os
concorrentes ao programa de asa fixa do Exército Brasileiro. Após
uma rápida locomoção avistamos o nosso “modelo” parado no
pátio da Helistar pronto para realizar a sessão de fotos.
Após
dar nossos nomes para listagem de passageiros, ainda tivemos tempo de
“paquerar” a aeronave, realmente muito robusta, com um conjunto
de trem de pouso simples e reforçado, idealizados para operações
em pistas rústicas e não preparadas. A aeronave possui os
profundores localizados em uma posição alta no cone de cauda, o que
traz muita segurança durante as operações de lançamento de
paraquedistas. Contando com uma configuração de asa alta, traz em
sua motorização dois P&W PT-6, muito conhecidos aqui no Brasil.
O espaço interno da aeronave é realmente muito bom, sendo possível levar um variado mix de cargas e passageiros, operando em diversas configurações, atendendo ao tipo de missão que seja determinado á aeronave, com rápida reconfiguração da mesma. Além da cabine de passageiros, o Twin Otter ainda possui no cone de cauda um bagageiro espaçoso, e outro no nariz da aeronave.
Após
essa breve apresentação da aeronave nos afivelamos aos assentos e
partimos para a avaliação prática em voo do Viking Twin Otter.
Fizemos o taxi até a pista em uso, e após o alinhamento com a pista
e a liberação da torre, ouvimos o característico ronco dos PT-6
despejando toda sua potencia, e após uma curta corrida ganhamos o
céu. O Viking Twin Otter nos surpreendeu pela sua razão de subida, um
ponto muito positivo para operar na densa floresta amazônica, onde
além de pistas muito curtas improvisadas em meio a clareiras, ainda
há obstáculos representados pelas arvores altas que circundam os
campos de pouso.
Logo
fomos informados que iríamos fazer um pouso e decolagem na pista do
Aeroclube CÉU, pista de cerca de 750m localizada em Santa Cruz, zona
oeste do Rio de Janeiro. Sobrevoamos Pedra de Guaratiba e logo
estávamos fazendo a aproximação, mal tocamos a pista e já
paramos, precisamos de cerca de 70-80 metro para a parada, corremos
até o final da pista e nos posicionamos para decolar novamente, mais
uma vez notamos a praticidade de operação do Twin Otter, com o
mesmo revertendo os motores e dando “ré” para melhor se
posicionar na cabeceira e iniciar a decolagem. Potencia total, uma
surpreendente e curta corrida e com pouco mais de 100m ganhamos o
céu, com uma razão de subida muito grande.
Apesar
da parada curta, no interior da aeronave pouco sentimos os efeitos da
brusca desaceleração, o que nos deixou com uma ótima impressão da
aeronave. Nosso fotografo Luiz Gomes estava surpreso com o desempenho
do Twin Otter, e conseguimos entender porque hoje há mais de 900
destas aeronaves voando mundo afora, sendo o Viking a continuidade do bem sucedido DHC-6.
Taxiamos
até o pátio e partimos para a sessão de fotos naquele fim de
tarde, onde o comandante Kevin nos demonstrou as facilidades de
manutenção que a aeronave possui. O Twin Otter possui degraus
retráteis na lateral da cabine próximo a porta do piloto, o que
facilita o acesso ao dorso da aeronave e o acesso ao conjunto de asas
e motores. A carenagem dos motores é de abertura prática e permite
acesso a todos os componentes do turboélice. Uma facilidade muito
importante para operação na região amazônica.
A
porta de acesso ao salão da aeronave é ampla e se dá por duas
portas, o que permite o acesso de variados volumes de carga.
Conferimos o bagageiro e notamos que realmente é muito espaçoso.
O Viking Twin Otter 400 é uma fantástica aeronave, e cumpre muito bem
o que promete, tendo o mesmo já cumprindo as avaliações junto ao
Exército Brasileiro, e hoje nos deixando a grata impressão de que
esta é uma opção que irá atender bem as necessidade de nossos
batalhões de fronteira e a população na região amazônica,
sanando a lacuna deixada pela desativação dos vetustos, mas
incríveis C-115 “Buffalo”, que por décadas atenderam de maneira heroica a região.
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Foto Luiz Gomes - Divulgação |
Por Angelo Nicolaci - Jornalista, editor e fundador do GBN News, graduando em Relações Internacionais pela UCAM, especialista em geopolítica do Oriente Média, Leste Europeu, Rússia e América do Sul.
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