Nascido para atender uma requisição da Armée de l'Air, a Força Aérea Francesa, o "Caracal", que inicialmente recebeu a nomenclatura EC-725, surgiu depois que o AS 532 A2 Cougar foi reprovado pelas avaliações Armée de l'Air para cumprir com as missões de busca e resgate, além de executar missões C-SAR, após uma bateria de testes entre os anos de 1996 e 1999. A Armée de l'Air exibiu em seu debriefing que a aeronave carecia de motores potentes, e resistência ás condições severas de operação. Tal resposta levou os engenheiros da Eurocopter, hoje Airbus Helicopters, a se debruçarem sobre a prancheta e iniciar um novo projeto, usando como base o AS-532, porém, com muito mais capacidades e tecnologia, assim começa o desenvolvimento do "Caracal".
A princípio a nova aeronave foi chamada de "Cougar MKII +", recebendo em seu projeto muitas melhorias e aperfeiçoamentos em relação ao A 532 A2, cumprindo e em muitos casos, superando o previsto pelas especificações emitidas pela Armée de l'Air para atender aos seus requisitos operacionais. Contando com uma nova e moderna aviônica, novos equipamentos específicos para atender as missões previstas pelo programa e com um novo conjunto de motorização, a nova aeronave superava o projeto inicial do AS 532 A2, o que levou a equipe de desenvolvimento a mudar sua denominação para EC-725, nascia o "Caracal".
A nova aeronave teve o desenho do rotor principal aperfeiçoado, agora em material compósito de cinco pás incorporando um novo perfil aerodinâmico que reduziu os níveis de vibração. O novo projeto prevê ser equipado com proteção balística removível, aumentando a proteção dos seus ocupantes e tripulação. O "Caracal" recebeu atenção especial a sua motorização, onde recebeu duas turbinas Turbomeca Makila 1A4 turboshaft montados sobresua cabine, equipados com sistema FADEC independente para cada motor. Essa nova motorização pode receber um sistema anti-gelo, o que permiti á aeronave operar em climas com temperaturas extremamente baixas. O conjunto ainda recebeu uma nova caixa de engrenagens do rotor principal reforçada e um glass-cockpit. O cockpit foi equipado com um moderno sistema de exibição integrado com um mapa digital e Displays ativos de matrix em cristal líquido.
O "Caracal" foi concebido com a capacidade de realizar busca e resgate tanto de dia como de noite, graças a um FLIR, sendo este sistema responsável por permitir que o "Caracal" opere sob condições adversas, seja visual ou por instrumentos.
EC-225 operando off-shore |
Após um curto período de desenvolvimento, o novo produto da Eurocopter deixava as pranchetas para ganhar forma e já em 27 de novembro de 2000, o primeiro protótipo do EC-725 "Caracal" alçava voo pela primeira vez em Marignane, realizando extensa avaliação de suas capacidades e envelope de voo e missão, o EC-725 "Caracal" finalmente veio á público pela primeira vez em janeiro de 2001. A nova aeronave concluiu seus testes com sucesso e recebeu uma encomenda inicial para 6 unidades para equipar a Armée de l'Air, onde seria destinado a cumprir missões SAR e C-SAR, sendo este contrato inicial seguido de outro que previa a aquisição de mais 20 aeronaves do tipo, com o primeiro exemplar sendo entregue em fevereiro de 2005.
O EC-725 apresentava ótimas características e potencial para atender também as necessidades de um importante nicho da aviação civil, e tendo em vista esta oportunidade, a Eurocopter desenvolveu em paralelo á versão militar, uma versão destinada ao mercado civil, em especial o promissor mercado offshore, nascia então a variante civil EC-225.
O "Caracal" viria a fazer parte dos programas estratégicos brasileiros em 2008, quando o governo brasileiro fechou um contrato bilionário com a Eurocopter, o qual visava não apenas a aquisição de 50 aeronaves do tipo para equipar as três forças brasileiras, mas um ambicioso programa de produção sob licença, no qual a Helibras, seria a responsável pela produção e o desenvolvimento da versão brasileira do "Caracal".
H225M equipado com Exocet na Marinha do Brasil |
Os primeiros exemplares do "Caracal" desembarcaram no Brasil no fim de 2010, com sua produção nacional sendo iniciada em 2012. A versão brasileira do "Caracal" recebeu muitos refinamentos em relação a versão original, sendo integrados ao mesmo diversos sistemas e em um programa conjunto com a MBDA, o "Caracal" teve integrado ao seu leque de armamento o míssil anti navio "Exocet", o que tornou a plataforma um vetor de grande valor para a operação de guerra de superfície na Marinha do Brasil. Tal integração é um marco para a indústria de defesa brasileira, a qual agora produz também este míssil, o qual possui um bem sucedido histórico em combate.
O "Caracal" rapidamente ganhou espaço nas linhas de voo das forças armadas brasileiras, onde tem exibido uma excelente folha de serviços, sendo empregados em diversas situações e cumprido com louvor variados perfis de missão. Tendo em outubro de 2015 superado a marca das 10mil horas voadas com as cores brasileiras! Ano que o "Caracal" também receberia uma nova designação, deixando de ser nomeado EC-725 para passar a ser denominado H-225.
Ao longo dos anos o "Caracal" se tornou um sucesso de exportações, passando a ser operado por diversas nações além do Brasil e da França.
Este ano durante a LAAD 2017, nossa equipe pode conferir um exemplar do H-225 M, apresentado com um par de misseis Exocet integrados ao mesmo, sendo alvo de muitos olhares e visitas por representantes de diversos países que visitaram a feira.
Apesar de algumas criticas, temos que reconhecer que o H-225M "Caracal" é um valoroso vetor que vem a somar as nossas capacidades, tanto na defesa, através de seu emprego por nossas forças armadas, como pela capacitação de nossa indústria de defesa, propiciando á mesma a absorção de importantes tecnologias e conhecimentos que poderão ser empregados na concepção futura de novos programas nacionais de defesa.
Informações Técnicas
Tripulação: 2
Capacidade : 29 soldados ou 5.670 Kg de carga útil
Comprimento: 19,5 m
Altura: 4,6 m
Peso vazio: 5.330 kg
Peso máximo de decolagem : 11.200 kg
Motorização: 2 turbocompressores Turboméca Makila 2A1
Velocidade máxima: 324 km/h
Velocidade de cruzeiro: 285 km/h
Alcance: 1.325 km (823 mi; 715 nmi)
Teto de serviço: 6.095 m
Razão de subida: 7.4 m/s
Por: Angelo Nicolaci - Jornalista, editor do GBN News, graduando em relações internacionais pela UCAM, especialista em geopolítica e estratégia e estudioso dos assuntos co-relatos a defesa e estratégia e suas tecnologias.
Fotos: Angelo Nicolaci - GBN News
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