Israel ignorou uma exigência do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas para suspender a construção de assentamentos, e alguns grupos palestinos continuam a incitar a violência contra judeus, disse o enviado da ONU para o Oriente Médio, Nickolay Mladenov, aos 15 membros do conselho, nesta sexta-feira.
Foi o primeiro relatório de Mladenov sobre a implementação de uma resolução de 23 de dezembro, aprovada pelo conselho com 14 votos a favor e uma abstenção dos EUA. O então presidente eleito Donald Trump e Israel chegaram a instar Washington a exercer seu poder de veto.
"A resolução pede que Israel tome medidas 'para cessar todas as atividades de assentamentos no território palestino ocupado, incluindo Jerusalém Oriental'. Não foram tomadas essas medidas durante o período do relatório", disse Mladenov ao conselho.
Israel tem buscado durante décadas uma política de construção de assentamentos judaicos em território capturado por Israel em uma guerra de 1967 com seus vizinhos árabes. A maioria dos países vê a atividade de assentamento israelense como ilegal e um obstáculo à paz. Israel discorda.
Os palestinos querem um Estado independente na Cisjordânia, Gaza e Jerusalém Oriental.
"Muitos dos avanços que foram feitos nos últimos três meses irão romper ainda mais a contiguidade territorial de um futuro Estado palestino e acelerar a fragmentação da Cisjordânia", disse Mladenov sobre os assentamentos, acrescentando que eles são "um dos principais obstáculos para a paz".
Mladenov também afirmou que um aumento de foguetes disparados de Gaza em direção a Israel foi um "desenvolvimento preocupante" e descreveu como lamentável que autoridades palestinas não tenham condenado ataques contra israelenses.
"A contínua incitação à violência contra judeus emanada de extremistas do Hamas e de alguns grupos palestinos é inaceitável e mina a confiança e as perspectivas de paz", disse ele.
Os Estados Unidos tradicionalmente protegem Israel, aliado de longa data de Washington que recebe mais de 3 bilhões de dólares em ajuda militar anual dos EUA, em ações do conselho. Os cinco países com poderes de veto do conselho são Estados Unidos, Rússia, França, Grã-Bretanha e China.
O embaixador de Israel na ONU, Danny Danon, disse em um comunicado nesta sexta-feira: "Não há equivalência moral entre a construção de casas e o terrorismo assassino. O único obstáculo à paz é a violência e a incitação palestina".
Já o enviado palestino na ONU, Riyad Mansour, afirmou a repórteres que "os assentamentos precisam ser interrompidos, não só porque são ilegais, mas eles são o principal obstáculo no caminho da solução de dois Estados".
Fonte: Reuters
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