Desde a "Redemocratização" do Brasil, infelizmente assistimos a penúria tomar conta do orçamento de defesa brasileiro, mesmo que desde os tempos do Império, não tenhamos tido um investimento adequado a envergadura de nossa nação.
Nossas forças sofrem com consecutivos cortes em seus já apertados orçamentos, o que tem impossibilitado em grande parte a manutenção e a renovação dos meios que se fazem necessários a defesa de nossa soberania e mesmo interesses geopolíticos.
Ultimamente em muitas redes sociais e grupos de discussão vejo comentários alegando que o governo de Lula e Dilma investiram na renovação da nossa defesa, algo que não nos cabe entrar nos méritos políticos, tendo em vista nossa posição de neutralidade como mídia séria e que defende uma posição de transparência e defesa dos interesses nacionais, mas podemos notar que o governo "petista" esteve a frente de alguns programas estratégicos de defesa, porém, temos que ressaltar que o mesmo governo teve a "sorte" de assumir o poder em momento econômico favorável, algo que de certa forma poderia ter sido melhor aproveitado se houvesse real interesse na defesa dos interesses nacionais, algo que temos visto não ser o foco de nossos governantes através das investigações da "Lava Jato", onde grande empreiteiras e grupos estão envolvidos em um sórdido esquema de corrupção e um verdadeiro crime contra nossa nação. Algo que não podemos limitar ao governo petista, pois os desvios de recursos e casos de corrupções são tão antigos quanto a república, mas cabe ressaltar que nunca se roubou tanto em nosso país.
Agora apontando para o rumo de nosso artigo, temos observado no atual governo uma tentativa de manter o investimento em nossos programas de defesa, embora de maneira muito aquém das necessidades implícitas pela pasta de defesa. Recentemente Michel Temer retomou os investimentos na pasta de defesa, que haviam sofrido um duro corte durante o último ano da administração de Dilma Rousseff. Em 2016, foram destinados 36% a mais para a pasta do que no ano de 2015.
Porém, á de se convir que tal medida não se trata de um ato com foco em aumentar o investimento em defesa, mas dá mais a entender se tratar de uma medida política adotada sob o momento de tensão em que se via o país frente a crise que se instalou no Planalto com o processo de impeachment, onde podemos analisar a medida adotada pela administração Temer como a tradicional arma do orçamento para estabelecer boas relações com os militares.
Em 2015 a tesoura do então ministro da Fazenda, Joaquim Levy, atingiu em cheio a pasta de defesa, onde dos 11,9 bilhões previsto, apenas 6,73 bilhões foram efetivamente repassados a pasta. Algo que atingiu de maneira alarmante os programas em andamento, como o PROSUB, FX, KC-390 e outros.
Ao fim do ano de 2016, sob a batuta de Temer e sua trupe, o valor subiu para 9,15 bilhões, superando em 1,85 bilhão a previsão inicial do orçamento de defesa. Ainda sob uma forte crise que assola o país, o governo tem mantido firme o compromisso com os investimentos de defesa, com a previsão para 2017 de destinar 9,7 bilhões destinado a pasta.
O fato é que apesar de termos no papel um excelente planejamento estratégico e de defesa, representados no Livro Branco e na END, nos falta pulso e vontade política de executar de maneira séria os programas que são de grande importância a segurança nacional, sob risco de assistirmos nossas forças muito longe de suas capacidades operacionais adequadas, deixando seu papel de "Forças Armadas" para se tornar uma instituição sem forças de cumprir com seu papel constitucional, como as recentes operações de forças militares na segurança pública em diversos pontos do Brasil, afim de realizar o dever que cabe aos órgãos de segurança pública dos estados.
Apesar do surgimento de grupos que pregam intervenção militar como solução para a crise política, a demanda não encontra nenhum eco nos comandos.
A grande verdade é que nossas Forças Armadas brasileiras ainda estão a milhas do nível adequado de investimento, muito longe do seu ideal para atender as reais necessidades de defesa do país, como a cobertura de nossas fronteiras, por onde falta capacidade de cobertura e tecnologia para manter o controle de acesso ao nosso território, sendo uma grande dor de cabeça ao país, onde diariamente entram milhares de toneladas de narcóticos e armas.
É preciso que o brasileiro tenha consciência da real situação de nossa nação, e que se há um grande "surto" de violência e o aumento do poder das organizações criminosas, em muito se deve a falta de investimento na raiz de nossa segurança, que são as forças armadas e o investimento em novas tecnologias de maneira séria e contínua. Pois como patrulhar nossas águas territoriais se não há meios suficientes e com adequada capacidade para fazê-lo? Como manter o controle de nossas fronteiras sem os meios técnicos e homens suficientes? Como ser uma nação séria e de peso sem a seriedade e comprometimento dos governantes com a nação?
É preciso que haja uma mudança em nossa mentalidade, que haja um real interesse nacional em buscar soluções aos desafios que se erguem em nosso meio, mas para isso devemos deixar de lado as legendas partidárias e buscar homens e mulheres que realmente querem estar lá dentro do congresso nacional e nos demais escalões do poder público, comprometidos com valores, com uma missão clara, que seja fazer o melhor pelo nosso país, e não mantermos a velha ninhada que se apoderou do poder para viver nas tetas de nosso povo sob o manto de ideologias falidas e que não cabem mais em nossa sociedade, devemos buscar uma reforma que comece em nosso pensamento e atitudes. Quanto as Forças Armadas, cabe sim estabelecer um plano emergencial de investimentos, o Brasil é um país pacifico, mas para se garantir que assim continue é preciso estar pronto para a guerra.
Por: Angelo Nicolaci - Jornalista e editor do GBN News, graduando em relações internacionais pela UCAM.
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