quinta-feira, 16 de março de 2017

China ameaça dar uma resposta firme ao Japão

A China ameaçou com uma "resposta firme" se o Japão continuar alimentando as tensões regionais e "ameaçar a soberania e segurança chinesas". A declaração vem depois de um relatório publicado que informa que o Japão enviará seu maior navio de guerra ao Mar da China Meridional.
A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Hua Chunying, disse nesta quinta-feira (16) que, com base em interesses próprios o Japão está comprometendo a estabilidade no Mar da China Meridional "causando forte insatisfação e oposição do povo chinês".

"Se o Japão persistir em tomar este tipo de ações e até mesmo considerar intervenções militares que ameaçam a soberania e a segurança da China ... então a China inevitavelmente tomará medidas firmes como resposta" , disse.

Os comentários de Hua vêm depois que a Reuters informou no início desta semana que o Japão planeja enviar seu porta-helicópteros Izumo para as águas disputadas no Mar da China Meridional para uma turnê de três meses a partir de maio, citando três fontes separadas.

O Izumo mede 249 metros de comprimento e pode operar até nove helicópteros, vai fazer escalas em Cingapura, Indonésia, Filipinas e Sri Lanka antes de se juntar ao exercício naval Malabar 2017 no Oceano Índico em julho, marcando o maior deslocamento de uma força naval japonesa desde a Segunda Guerra Mundial.

Hua já comentou o relatório na última terça-feira (14), afirmando que a China estava esperando um pronunciamento oficial sobre o relatório, se esta correto e por que o Japão planeja enviar o navio de guerra para uma turnê pelo Mar da China Meridional.

Hua não disse nesta quinta-feira (16) se a China havia recebido qualquer confirmação oficial do plano do Japão, mas disse que a questão do Mar da China Meridional "não preocupava" o Japão e advertiu o país a "refletir profundamente" em sua invasão"vergonhosa" das Ilhas Paracel e as Ilhas Spratly que a China reivindica como suas.

O Japão controlou as ilhas durante a Segunda Guerra Mundial, até que se rendeu em 1945. A China reivindica a quase totalidade do Mar da China Meridional, que tem pesqueiros ricos, depósitos de petróleo e gás e através do qual cerca de 5 trilhões de dólares trafegam no comércio marítimo global a cada ano, apesar das reivindicações do Vietnã, Filipinas, Taiwan, Malásia e Brunei.

O Japão não tem qualquer reivindicação nessas águas, mas tem uma disputa marítima separada com Pequim no Mar da China Oriental. Também repetidamente irritou Pequim criticando suas ações em relação às disputas do Mar do Sul da China.

Tanto o Japão como seu aliado os Estados Unidos têm se preocupado com a crescente presença militar da China na hidrovia, o que levou Washington a realizar patrulhas aéreas e navais regulares na região, supostamente para garantir a liberdade de navegação. A China, contudo, afirmou regularmente que todas as disputas locais deveriam ser resolvidas sem interferência de estados não reivindicantes.

No início deste mês, o embaixador da China no Japão acusou Tóquio e Washington de retratar Pequim como um inimigo para fortalecer sua aliança de segurança. A declaração veio após o governo Trump ter prometido manter a antiga aliança de segurança de Washington com o Japão, especialmente quando se trata do Mar da China Oriental. Pequim advertiu repetidamente Washington e Tóquio contra a interferência direta nesta região, seja com exercícios militares ou patrulhas. Ele prometeu fazer tudo ao seu alcance para proteger as reivindicações da soberania da China.

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com agências
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