O Escritório de Segurança Nacional da Polônia, o BBN, apresentou um novo plano de desenvolvimento para a frota do país. O novo plano pretende defender o país contra uma "ameaça russa", tal plano prevê a aquisição de navios capazes de operar longe da costa.
Em um relatório publicado na sexta-feira (10), intitulado "O Conceito Estratégico de Segurança Marítima da República da Polônia", o BBN afirma que "os interesses marítimos poloneses estão localizados em toda a arena marítima do mundo." Os autores recomendam a construção da marinha polonesa para que ela possa ter uma capacidade limitada, porém de projeção global, capaz de projetar poder de maneira consistentemente sendo capaz de operar longe de suas águas territoriais, trabalhando em conjunto com forças aliadas.
"Deve-se enfatizar que a marinha é um componente chave da dissuasão contra qualquer potencial ameaça externa, e uma forma adequada de apoiar a OTAN, a Polônia deve buscar constantemente, por meio dos canais diplomáticos apropriados, bem como a participação ativa das Forças navais da República da Polônia nos projetos e atividades da Aliança ", diz o relatório .
Isso tornaria a Polônia um membro mais importante na Otan diante da ameaça russa, que é o tema central no relatório.
"Também é importante atentar para o fato da militarização progressiva do Mar Báltico, que é principalmente resultado das ações da Rússia", afirmam os especialistas do BBN.
Além da atividade militar no Mar Báltico, o controle russo sobre recursos como o gás natural é destacado como uma ameaça, dando a Moscou um importante poder de influência sobre os países que a importam.
O relatório considera a possibilidade de um conflito provocado pela Rússia nos países bálticos, no qual a Suécia e a Finlândia, que não fazem parte da OTAN, também serão atacadas. Nesse cenário, navios poloneses e da OTAN poderiam ser usados para bloquear os portos russos, mas precisarão de uma revisão significativa de suas capacidades para cumprir esse papel.
"Se quisermos combater as ameaças do ar e do mar, as corvetas atualmente em serviço não conseguem atender a essa missão", disse o vice-chefe da BBN, Dariusz Gwizdała, à imprensa comentando o relatório. "Basicamente, seu tamanho não permite, entre outras coisas, instalar sistemas de reconhecimento e armamento adequados. Por isso, chegamos à conclusão de que precisamos de navios maiores ".
O BBN também considera a superioridade aérea como ponto crucial para qualquer conflito na região e recomenda que sua frota seja integrada às forças aéreas.
Os veteranos da Marinha russa responderam ao jornal com ceticismo.
"A força naval da República da Polónia é, para dizer o mínimo, uma das mais envelhecidas do mundo", disse o ex-comandante russo do Báltico, o Almirante Vladimir Valuyev.
Valuyev lembrou que foi a União Soviética que forneceu a Polônia o núcleo de sua frota do século XX, com Moscou entregando 23 navios, incluindo destróieres, submarinos e lanchas de mísseis em 1946. Enquanto os objetivos da frota era proteger o Mar Báltico contra os adversários da União Soviética a OTAN, mas a Polônia deu uma guinada de 180 graus, com a Polônia aderindo à OTAN em Março de 1999, apenas uma fracção dos navios permaneceu. Varsóvia adquiriu alguns dos navios mais novos oriundos dos países da OTAN, e navios da mesma classe já foram desmantelados nos países de origem.
Depois do conflito na Ucrânia e da reunificação da Crimeia com a Rússia em 2014, a OTAN aumentou o acúmulo militar perto das fronteiras da Rússia, citando a alegada agressão vinda de Moscou. Milhares de soldados e armamentos pesados foram enviados para os Estados Bálticos, Polônia e sudeste da Europa.
A Rússia sempre advertiu contra tais movimentos da OTAN, que se intensificaram particularmente nos últimos meses do governo Obama. Tendo negado as acusações de ser um agressor, Moscou enfatizou que está sendo forçado a tomar contra medidas para proteger seus interesses nacionais.
"É óbvio que os passos da OTAN aumentam gravemente o risco de incidentes" entre a aliança e as forças russas, disse o vice-ministro russo dos Negócios Estrangeiros, Aleksey Meshkov, numa entrevista concedida a RIA Novosti. "Pela primeira vez desde a Segunda Guerra mundial, Nossas fronteiras estão em risco" , acrescentou.
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com agências
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