O Irã disse nesta terça-feira (31) que jamais usaria seus mísseis balísticos para atacar outro país e defendeu seus testes de mísseis, dizendo que nem são parte do acordo nuclear firmado com potências mundiais nem de uma resolução do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) em apoio ao pacto.
O ministro das Relações Exteriores iraniano, Mohammad Javad Zarif, expressou a posição de Teerã depois que uma autoridade dos Estados Unidos disse que o Irã fez um teste de lançamento de um míssil balístico de médio alcance que explodiu depois de percorrer 1.010 quilômetros no domingo.
Em reação, os EUA pediram que o Conselho de Segurança da ONU fizesse "consultas urgentes" nesta terça-feira, depois de sua sessão agendada sobre o conflito na Síria.
O chanceler francês, Jean-Marc Ayrault, disse aos repórteres em Teerã que manifestou preocupação com o teste iraniano, acrescentando que este afetou a confiança da comunidade internacional em Teerã e violou a Resolução
2.231 do Conselho de Segurança.
Essa resolução ratificou um acordo de julho de 2015 entre a República Islâmica e seis potências mediante o qual Teerã freou suas atividades nucleares para conter os temores de que estas pudessem ser usadas para fabricar bombas atômicas, e em troca obteve o alívio de sanções que prejudicavam sua economia.
Zarif nem confirmou nem negou o relato norte-americano segundo o qual seu país testou um míssil balístico no domingo, mas acrescentou: "os mísseis não são parte dos acordos nucleares. O Irã jamais usará mísseis produzidos no Irã para atacar outro país".
"Nenhum míssil iraniano foi produzido para levar ogivas nucleares", afirmou Zarif, falando em uma coletiva de imprensa realizada com Ayrault em Teerã. A resolução do Conselho de Segurança exortou o Irã a não realizar atividades relacionados a mísseis balísticos capazes de carregar armas nucleares.
O senador Bob Corker, que preside o Comitê de Relações Exteriores do Senado dos EUA, criticou o Irã na segunda-feira e disse que irá trabalhar com outros parlamentares e com o governo do presidente Donald Trump para responsabilizar os iranianos.
No começo de sua viagem de dois dias a Teerã, iniciada na segunda-feira, Ayrault disse que a França irá agir como defensora do acordo nuclear, que Trump ameaçou descartar.
Fonte: Reuters
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