A China testou uma nova versão do seu ICBM Dongfeng DF-5, essa nova versão é capaz de transportar uma carga útil de 10 ogivas individuais. O teste pode indicar uma mudança na política nuclear da China ou uma tentativa de pressionar o governo Trump, segundo os especialistas.
No teste de vôo do míssil DF-5C realizado em janeiro, o míssil foi disparado do Centro de Lançamento Espacial Taiyuan, na China central, e o impacto se deu no deserto do Taklamakan, segundo fontes.
O míssil estava carregando um MIRV que contém dez ogivas inertes. Nas versões anteriores do DF-5 era possível lançar uma única ogiva ou MIRVs de seis a oito ogivas.
O novo desenvolvimento pode indicar uma mudança na política de dissuasão nuclear da China para modificar os ICBMs mais antigos com novos MIRV, o que pode significar que a China pretende aumentar o número de ogivas que possui. Atualmente, estima-se que ele tenha cerca de 250 ogivas. Isso, por sua vez, forçaria os EUA a revisar sua própria estratégia de dissuasão, a fim de encontrar um equilíbrio entre a crescente capacidade da China e o compromisso de limitação nuclear dos EUA com a Rússia.
Outra teoria é que o teste foi parte do desenvolvimento de uma carga útil que será eventualmente usada nos mais avançados mísseis DF-41. A China testou um DF-41 em abril do ano passado e teria enviado alguns dos mísseis no início deste mês para província de Heilongjiang, que faz fronteira com a Rússia.
Estima-se que a China tenha cerca de 20 mísseis DF-5, que têm dois estágios e um alcance de mais de 12.000 quilômetros. A desvantagem do propulsor líquido é que leva até duas horas para preparar para o lançamento.
O teste vem em meio a um período de aumento nas tensões entre a China e os EUA na esteira da eleição de Donald Trump como 45º presidente dos EUA. Trump ameaçou opor-se à China em várias frentes, desde a sua posição no Mar do Sul da China até sua política monetária. Ele até lançou dúvidas sobre o compromisso de longa data de Washington com a "política de uma só China", que considera Taiwan como um país com a China continental governada por Pequim.
Funcionários de Pequim alertaram Trump contra entrar em um confronto, enquanto alguns meios de comunicação do governo chinês publicaram uma série de relatórios pedindo o fortalecimento do exército chinês para compensar uma ameaça crescente percebida dos EUA.
Ao contrário da China, os EUA não se comprometeram a não usar armas nucleares, embora a opção nuclear seja reservada apenas para circunstâncias terríveis na doutrina militar dos EUA.
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com agências
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