Na última sexta-feira (27) foi apresentado na
Rússia o novo caça multifuncional MIG-35, para muitos apenas uma nova variante
do famoso MIG-29, e muitos de nossos leitores e entusiastas da aviação militar
se perguntam porque dar um novo nome a uma mesma aeronave, porém, o novo caça
russo é na verdade uma aeronave completamente nova, apesar de usar os conceitos
e soluções aerodinâmicas do MIG-29 e manter uma aparência muito similar ao seu
antecessor, o MIG-35 possui sistemas e capacidades que o enquadram exatamente
em uma nova categoria em relação ao MIG-29, além de possuir refinamentos aerodinâmicos e ser sensivelmente maior que seu antecessor.
O novo caça foi equipado com inovadores sistemas de combate, contado
com uma aviônica moderna e totalmente digital, novos motores, sistemas de navegação
e sistemas de defesa avançados. O
MIG-35 foi desenvolvido a partir
da necessidade de se obter um caça com custo de manutenção inferior ao MIG 29M/M2, além de ser dotado de
características que o permitem operar dentro de uma nova doutrina de combate.
Classificado como um caça de 4G++. O primeiro protótipo do MIG-35 foi uma conversão
de uma aeronave de demonstração MIG 29M/M2. Cerca de 10 protótipos foram construídos para
avaliar e testar os novos sistemas e conceitos empregados no Mig de nova
geração. A fabricante russa apresentou oficialmente o MIG 35 em 2007 durante uma
feira de aviação na Índia.
A
versão monoposto foi designado MiG-35, e a versão biposto de MiG-35D. O caça
apresenta grandes avanços em seus aviônicos, sistemas de armas, tendo recebido
um novo radar AESA, novos sistemas de navegação e orientação que
foram exclusivamente projetados para aeronave, uma revolução na doutrina de
combate russa que até então dependia do controle em solo para orientar as
missões de interceptação e que agora abre o leque de capacidades da nova
aeronave livrando a mesma da dependência do controle de solo para realizar
interceptação,o que permite a ela realizar um vasto leque de missões de forma
independente do apoio de estações no solo ou mesmo centros de controle aéreo.
Contando com sistemas
de comunicação de quinta geração, contando com muitos sistemas avançados de
gestão, possui capacidade de empregar armas de origem russa ou estrangeiras e
um complexo sistema defensivo que aumenta a capacidade de sobrevivência no
moderno cenário de combate. Diferente do MIG-29, o novo caça é capaz de
realizar múltiplas tarefas como seus concorrentes ocidentais. Seus aviônicos
permitem ao mesmo obter superioridade aérea frente aos mais variados cenários,
capaz de operar em quaisquer condições climáticas e mesmo diante de grande
interferência eletrônica, possuindo a capacidade de ataque ao solo com grande
precisão e executar missões de reconhecimento e coleta de informações.
As mudanças mais
importantes em relação ao seu antecessor é o ativo radar Phazotron Zhuk-AE , scanner
eletrônico de varredura ativa (AESA). O radar Phazotron Zhuk-AE AESA oferece
uma ampla gama de frequências de operação, proporcionando mais resistência a
contramedidas eletrônicas e uma ampla faixa de detecção, com capacidade de
detectar e acompanhar alvos aéreos e terrestres, podendo realizar o
acompanhamento simultâneo. O radar possui alcance de detecção de 160 km
para alvos aéreos e 300 km para navios.
Outra mudança
importante vem com as turbinas RD-33MK, que se trata da mais recente versão dos
RD-33, destinados originalmente aos MiG-29K e MiG-29KUB. Possuem 7% mais
energia em comparação com a versão inicial, isso é devido à utilização de
materiais modernos nas lâminas arrefecidas, que fornecem uma pressão mais elevada.
Em resposta às críticas anteriores, os novos motores não produzem fumaça e
incluem sistemas que reduzem a visibilidade infravermelha e óptica, além de
oferecer uma resposta melhor e menor consumo, com manutenção mais simplificada
e de baixo custo.
O Mig-35 tem um raio de ação de mil quilômetros,
podendo alcançar a velocidade de Mach 2,25, cerca de 2.800 km/h e voar a uma
altitude máxima de 17.500 metros.
Os primeiros caças
MIG-35 de série devem ser entregues em 2019, e equiparão as linhas de voo da
força aérea russa, substituindo muitas aeronaves que tem chegado ao fim de seu
ciclo de vida. A empresa russa espera também exportar exemplares do MIG-35 para
diversos países, tendo como grande trunfo a capacidade desenvolvida de poder
equipar a aeronave com uma enorme variedade de sistemas, sensores e armas, para
tanto a configuração final dos equipamentos de bordo do MiG-35 foi deixada
aberta intencionalmente usando o barramento MIL-STD-1553 . Sendo a principal
vantagem de se possuir uma configuração de arquitetura aberta para os aviônicos
que os futuros operadores no novo caça terão a opção de escolher entre
componentes e sistemas fabricados não apenas pela Rússia, mas também
componentes oriundos dos Estados Unidos, França, Israel e Reino Unido.
Mirando em potenciais clientes de exportação
do novo MIG-35, a Rússia acredita que a Índia pode se interessar pelo novo
caça, apesar do fato de ter rejeitado o mesmo há alguns anos, na concorrência
vencida pelo Dassault Rafale, porém, há esperanças de que agora o MIG-35 tenha
reais chances de ser o vencedor de um novo programa que visa o reaparelhamento
da força aérea indiana, que enfrenta o desafio de renovar seu inventário que
conta com mais de 200 aeronaves no fim de sua vida operacional.
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