Segundo revelou o diretor de Engenharia Naval, Contra-Almirante Ivan Taveira Martins, em entrevista ao site ID&S, a Marinha do Brasil conduz estudos afim de substituir as atuais fragatas da Marinha do Brasil por uma corveta de nova concepção, sendo resultado de uma evolução da corveta "Classe Barroso", a qual esta sendo chamada de "Classe Tamandaré". Tal medida é uma resposta á chegada ao fim da vida operacional das atuais fragatas em serviço na Marinha do Brasil, á saber seis navios do projeto Vosper MK10 que trata-se de nossas fragatas "Classe Niterói", comissionadas entre 1976 e 1980 e que já passaram por extensos trabalhos de modernizações e atualizações ao longe de sua vida operacional, além das duas fragatas Type 22 conhecidas aqui no Brasil como "Classe Greenhalgh", veteranas da Royal Navy, inclusive a fragata que dá nome a classe esteve no conflito das Malvinas.
A Marinha do Brasil entende que não há mais meios de manter tais navios em operação, tendo chegado ao seu limite, e diante deste problema que se aproxima no horizonte, somando ainda a baixa de vários outros de seus navios, foi decidido o estudo de viabilidade para a construção das corvetas "Classe Tamandaré".
O Contra-Almirante Ivan Taveira Martins, trabalha na elaboração das especificações técnicas para a licitação das corvetas classe Tamandaré. De acordo com ele, o processo de licitação deve ser aberto ainda neste ano e o contrato assinado em 2018. O primeiro lote, que contará com quatro corvetas, tem estimativa de construção em torno de oito anos. O custo estimado para a construção de uma corveta é de cerca de US$ 400 milhões. O sistema de armas ainda não está definido e a equipe do almirante trabalha hoje nas especificações técnicas. Mas ele adiantou que a corveta terá: canhão de proa de 76 mm, canhão auxiliar de 40 mm, lançadores de torpedo médio, metralhadoras para ameaças assimétricas, míssil nacional MAN-SUP e despistador de míssil.
Apesar de ser um projeto muito promissor, nós do GBN acreditamos que a Marinha do Brasil necessite não apenas da aquisição das corvetas "Tamandaré", tendo em vista a baixa tonelagem e capacidades de combate das mesmas em comparação com escoltas mais capazes como as fragatas. Não queremos de maneira nenhuma desmerecer os esforços ou estudos realizados pela nossa prestigiosa Marinha do Brasil, mas olhamos a partir de um ponto de vista crítico, no qual vislumbramos as incertezas que o futuro pode nos guardar e como é sabido por todos, uma corveta não tem a mesma capacidade que uma fragata no termo de imposição de força e mesmo em sua autonomia para defender nossas águas territoriais ou representar nossa marinha onde se faça necessário, apesar de ser um meio de menor custo de aquisição e operação, possuir um conceito moderno e atual frente aos meios que operamos hoje, tal doutrina de substituir as fragatas por corvetas criaria uma lacuna em nossa esquadra que pode futuramente representar risco a nossa capacidade de manutenir a soberania nacional.
Diante da atual conjuntura e as restrições que são fato em nosso orçamento de defesa, vejo a aquisição de Corvetas como um paliativo a ser adotado enquanto se conduz um processo de aquisição de modernas fragatas para compor nossa esquadra, em número e capacidades condizentes com o moderno cenário de guerra, sendo assim, vemos com bons olhos os estudos para aquisição da nova classe de corvetas "Tamandaré", porém, vemos essa aquisição como uma forma de manter as capacidades de defesa da costa durante um processo de estudos e viabilização para aquisição de novas fragatas, deixando claro que não é uma opção a aquisição de meios de segunda mão, tendo em vista que o que há hoje disponível no mercado de usados não atende as nossas necessidades e representam um custo maior que o benefício que teríamos com sua aquisição.
A Marinha do Brasil tem se desdobrado para manter sua esquadra capaz e operacional, apesar dos escassos recursos disponibilizados á mesma e a falta de comprometimento do governo federal em adequar o orçamento as reais necessidades de nossa Marinha e as demais forças, ressaltando que nos falta vontade política e seriedade para com as contas públicas, uma vez que a cada dia vemos mais e mais escândalos de corrupção e desvios de recursos públicos pelos "ditos" governantes de nosso país. Cabe não só aos nossos militares manter nossas forças armadas, mas cabe a cada um de nós brasileiros de ter a consciência da importância de nossas forças armadas e seus meios operacionais, bem como uma consciência política que nos leve a repudiar a politicagem, buscando implantar um governo sério e consciente de suas obrigações e deveres para com a nossa nação e seu povo.
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