Antes dos ataques devastadores com as bombas nucleares norte americanas que mudaram o curso da guerra no pacífico, o japoneses tinham um tenebroso plano de ataque contra os EUA. Essa história pouco conhecida dos planos para um ataque biológico do Japão aos EUA durante a Segunda Guerra Mundial, você conhecerá um pouco aqui conosco nesta matéria.
A Segunda Guerra Mundial foi sem sombra de dúvidas um grande divisor de águas no que diz respeito a guerra em todas suas atribuições, sendo a mais sangrenta, mortal e inovadora guerra que o homem já presenciou e conduziu em toda a história, perpetrando momentos terríveis e de um nível de horror nunca antes visto. Neste conflito foram lançadas as "Blitzkrieg" que revolucionaram o modo como se conduz o avanço sobre o inimigo, com a aviação adquirindo um papel de máxima importância no apoio ao avanço das tropas no solo, ainda presenciamos o horror dos campos de concentrações e extermínio nazistas, onde milhares de judeus e outros povos foram brutalmente assassinados em "escala industrial", o Japão lançou o maior ataque surpresa da história contra os EUA, atingindo sua frota indefesa em Pearl Harbor e que dentro de alguns anos resultou na detonação das duas primeiras bombas nucleares que puseram fim ao conflito.
Mas há ainda muitos capítulos dessa página da história humana pouco conhecidos ou mesmo desconhecidos por muitos, dentre estes capítulos, podemos contar aqui sobre o que teria sido o primeiro ataque biológico da história, caso o Japão tivesse obtido sucesso em seu tenebroso plano de ataque.
Assim como os EUA se dispuseram ao extremo de aniquilar duas grandes cidades do Japão com sua mortal e recém desenvolvida bomba atômica, o Japão também tinha em seus planos lançar um mortal ataque no coração dos EUA, o Japão também estava se preparando para a possibilidade de travar um tipo inteiramente novo de guerra contra seus inimigos. No entanto, o Japão queria atacar o território dos EUA, desta vez em seu continente.
A pedido do imperador japonês, especialistas militares desenvolveram um plano chamado "Operation Cherry Blossoms at Night", um plano que devastaria o sul da Califórnia com uma arma biológica. Embora a operação pretendida nunca foi promulgada, seu desenvolvimento foi cuidadoso e suas intenções severas.
Os segredos da "Cherry Blossoms at Night" detalham o que poderia ter acontecido se a Segunda Guerra Mundial tivesse se prolongado por mais algum tempo e que poderia ter determinado o Japão como vencedor deste conflito, o que teria mudado severamente o curso da história e do mundo como o conhecemos hoje.
Após o ataque a Pearl Harbor, os estrategistas japoneses sabiam que haviam despertado o "dragão adormecido" e que teriam de lançar mão de todos os meios possíveis afim de sair vencedores do conflito, uma vez que a capacidade do Japão se sustentar em um conflito prolongado contra uma nação com todo potencial que os EUA possuíam era mínima e qualquer erro seria fatal ao Japão.
O Japão cometeu o enorme erro de ansiosamente se antecipar ao atacar Pearl Harbor e declarar assim guerra aos EUA. O Japão e seus líderes e militares acreditavam estar preparados para travar uma guerra contra os Estados Unidos e diante dessa guerra haviam planos para se utilizar armas biológicas, e este intento estava no centro dos planos nipônicos. Nos meses que se seguiram ao ataque á Pearl Harbor, os japoneses começaram a preparar diferentes planos para lançar ataques biológicos com intuito de atingir a população dos EUA e assim afetar sua capacidade de esforço de guerra.
À medida que as tropas japonesas avançavam para o campo de batalha contra as forças americanas, os líderes militares prepararam ataques biológicos para qualquer cenário. O Japão não era uma nação com medo de atingir a saúde do inimigo. Em março de 1942, à medida que a Batalha de Bataan prosseguia, as forças japonesas estavam prontas para atacar com 200 quilos de pulgas numa onda de dez ataques diferentes contra os soldados norte-americanos. Porém, com a rendição das tropas americanas em Bataan, o ataque foi cancelado.
Dois anos depois, em julho de 1944, os japoneses prepararam novamente a mesma arma biológica durante a Batalha de Saipan. Mas o ataque foi frustrado quando o submarino que transportava a "nova" arma foi afundado por um submarino da US Navy, com isso a carga de pulgas destinadas ao ataque foi perdida.
Mais uma vez os japoneses insistiram no uso desta arma biológica, desta vez durante a Batalha de Iwo Jima, no qual as tropas nipônicas estavam planejando lançar as pulgas sobre as forças invasoras dos EUA. Mais uma vez os planos foram frustrados, desta vez chegaram a enviar duas aeronaves com a "arma", mas ambas foram abatidas antes de lançar o ataque.
Embora os intentos japoneses nunca tivessem obtido êxito, esses planos não foram feitos de improviso, mas o Japão já vinha há tempos realizando pesquisas e desenvolvimentos voltados a guerra biológica. De fato, os militares japoneses haviam iniciado as pesquisas sobre armamentos biológicos anos antes do princípio da Segunda Guerra Mundial, tendo criado uma unidade militar especial denominada Unidade 731, voltada exclusivamente à guerra biológica e química que teve início em suas atividades ainda em 1930.
A unidade 731 começou seu trabalho em Manchukuo quando o Japão tomou o controle do estado chinês. A Unidade foi encarregada de pesquisar potenciais armas biológicas e químicas, e os efeitos que teriam quando desencadeadas sobre tropas inimigas. Assim, a Unidade 731 começou a trabalhar sob a liderança de Shirō Ishii, que realizou diversos experimentos com várias doenças e produtos químicos perigosos em cobaias humanas, tendo usado homens, mulheres e até mesmo crianças. Os japoneses não apenas conduziram experiências cruéis em prisioneiros ou soldados inimigos feridos. Em vez disso, eles realizavam testes potencialmente mortais em qualquer pessoa que pudessem usar.
Durante a Segunda Guerra Sino-Japonesa já era uma realidade as novas armas desenvolvidas pela Unidade 731: soldados japoneses lançaram bombas contendo os mais variados tipos de vírus e bactérias, dentre os quais podemos citar a peste bubônica, a cólera, a varíola, o botulismo, o antraz e doenças ainda mais variadas e perigosas dentro de bombas lançadas contra as tropas chinesas. Segundo dados de pesquisas realizadas, o efeito das armas biológicas tanto em guerra quanto durante a fase de desenvolvimento em cobaias humanas, resultou em aproximadamente 580 mil mortes. Com esta espantosa e eficaz arma, os japoneses acreditavam que poderiam inferir danos semelhantes aos Estados Unidos durante a Segunda Guerra Mundial.
Então à medida que a Alemanha caia frente aos aliados na Europa, o Japão se preparou para enfrentar o foco dos Estados Unidos tão logo a Alemanha se rende-se, Shirō Ishii foi convidado então a desenvolver um ataque em grande escala e que fosse capaz de paralisar a nação inimiga. A operação "Cherry Blossoms at Night" surge então. Ishii passou os últimos meses da Segunda Guerra Mundial no planejamento dos detalhes para essa missão kamikaze.
O plano para a Operação "Cherry Blossoms at Night" exigia submarinos, aviões e homens portadores de armas biológicas. Os homens que levariam as armas até seu destino final não sobreviveriam. Em 25 de março de 1945, a operação de Ishii foi finalizada. Cinco submarinos I-400 de longo alcance deixariam a costa do Japão e viajariam pelo Oceano Pacífico, com cada submarino portando três aeronaves Aichi M6 A Seiran.
Os M6A embarcados nos submarinos estavam armados bombas que tinham pulgas infectadas pela peste, as armas desencadeariam o inferno no sul da Califórnia. Uma vez que os submarinos chegassem perto de San Diego, eles lançariam suas aeronaves rumo ao litoral. Então, uma vez sobre o território norte americano lançariam suas bombas.
Com isto feito, a Operação "Cherry Blossoms at Night" estaria quase completa, tudo o que restaria seria a propagação da infecção e morte através de San Diego e outras localidades dos EUA. Depois que as bombas fossem detonadas e as pulgas transmitissem a praga de pessoa para pessoa, de casa em casa, os japoneses esperavam que milhares de pessoas que moravam na Califórnia morressem vitimas do ataque.
Embora os planos de Ishii tenham sido aprovados e ate fixada a data para a operação, que ocorreria em 22 de setembro de 1945. Os planos do ataque biológico do Japão iriam acontecer antes que a Segunda Guerra Mundial chegasse ao fim. Porém, quando a operação foi anunciada, a marinha imperial japonesa decidiu que todo o plano era muito arriscado e impraticável de ser realizado.
A Marinha preferia, ao invés disso, dedicar seus esforços em proteger e defender as ilhas vizinhas ao Japão, e não queriam perder nenhum dos novos submarinos I-400 nessa missão suicída. A Operação "Cherry Blossoms at Night" estava destinada a nunca ser executada, com o Japão se rendendo aos Estados Unidos em 15 de agosto deste mesmo ano.
Assim, embora os japoneses tenham dedicado grandes esforços em pesquisas e estudos para lançar um ataque com uma arma biológica destrutiva, foi uma outra inovação em armas da Segunda Guerra totalmente diferente e muito mais poderosa que determinou o fim dos grandes planos do Japão e da Segunda Guerra Mundial, a bomba atômica.
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com WarHistory
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