A Alemanha apoia um diálogo entre os Estados Unidos e a Rússia, mas o presidente eleito dos EUA, Donald Trump, não deve ignorar as ações russas na Crimeia e em Aleppo quando se reunir com o presidente Vladimir Putin, disse a ministra da Defesa alemã nesta sexta-feira.
Falando durante um evento em Berlim, Ursula von der Leyen também disse que a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) estará "morta" se qualquer um de seus membros se recusar a defender outro em caso de ataque.
Trump, que derrotou a democrata Hillary Clinton na eleição presidencial norte-americana nesta semana, elogiou Putin repetidamente durante sua campanha e questionou se os EUA deveriam defender nações da Otan que, na avaliação dele, não estão arcando com a parte que lhes cabe no ônus financeiro da entidade.
"É uma coisa boa quando o novo presidente norte-americano procura o diálogo com o presidente russo imediatamente. É bom e tem todo nosso apoio", disse Von der Leyen, integrante da coalizão conservadora da chanceler alemã, Angela Merkel.
"O que não pode acontecer é se esquecer – se esquecer da anexação da Crimeia, se esquecer da guerra híbrida na Ucrânia, que continua, se esquecer do bombardeio de Aleppo", disse.
A eleição de Trump gerou preocupações no governo de Berlim, que tem sido a principal força propulsora das sanções da União Europeia contra a Rússia em reação à intervenção militar de Putin na Ucrânia e repudiou o bombardeio de civis em Aleppo, cidade da Síria dominada por rebeldes, realizado por forças apoiadas por Moscou.
A Rússia tem esperança de que o consenso entre Europa e Washington na aplicação de sanções desmorone com Trump. Na quinta-feira, um porta-voz do Kremlin descreveu as abordagens de Trump e Putin na política externa como "fenomenalmente parecidas".
Von der Leyen reconheceu que, com a vitória de Trump, a Alemanha e a Europa provavelmente terão que se responsabilizar mais por sua própria defesa, mas disse que o governo alemão ainda está tendo dificuldade para entender o que o governo de Trump irá significar.
"Não sabemos quase nada", disse ela.
Fonte: Reuters
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