Contrariando as pesquisas e as "tendências" eleitorais norte-americanas, o polêmico Donald Trump surpreende e vence Clinton e se torna 45º presidente a governar os EUA, marcando o retorno dos Republicanos ao topo do poder.
Agora, como será os EUA com Donald Trump no poder?
Trump se comprometeu que ao ser eleito presidente vai honrar os compromissos assumidos durante sua controversa e polêmica campanha, cumprindo com a ideia bordada em seus bonés de beisebol brancos e vermelhos: "Faça América grande outra vez".
A nova administração dos EUA levanta muitas especulações e incertezas, onde uma coisa é tida como certa, a América não será mais a mesma, quer seja do ponto de vista político interno ou em sua postura no cenário internacional, algo que pode gerar mudanças significativas na posição dos EUA em relação ao tabuleiro geopolítico internacional.
Durante sua campanha, um polêmico ponto nas propostas de Trump foi sobre a imigração, ponto que levantou preocupação e passou a definir sua campanha presidencial.
Ele reavaliou sua abordagem em que pretendia remover todos os imigrantes ilegalmente nos Estados Unidos, algo que provocou alvoroço e preocupação ao mercado americano, que seria afetado com a retirada de milhares de trabalhadores do mercado de trabalho, o que resultaria em um considerável impacto na economia do país.
Porém, Trump mudou sua abordagem em relação ao problema dos imigrantes, ele em contrapartida acalmou os ânimos, anunciando que sua abordagem seria imediatamente começar o processo de deportação dos imigrantes ilegais com antecedentes criminais.
Com base em estudos recentes a estimativa é que menos de 168.000 pessoas nos Estados Unidos encontram-se nessa situação. Mas Trump estimou o número em cerca de dois milhões, sugerindo que seus cálculos incluem pessoas que cometeram infrações menores, como por exemplo receber uma multa por excesso de velocidade.
Ele também "suspenderá a imigração de regiões propensas ao terrorismo onde a verificação não pode ser feita com plena segurança dos antecedentes".
Embora a terminologia seja vaga, a Síria estaria quase certamente nesta lista. Trump afirmou que o governo "não sabe" se os refugiados que deixa entrar são do país, apesar de serem investigados até dois anos antes de serem autorizados a entrar nos EUA.
E por último mas não menos importante, é o famoso muro na fronteira . Isso não aconteceria da noite para o dia, admite ele, mas eventualmente um governo Trump iria empurrar através da legislação "construir um muro" ao longo da fronteira sul dos Estados Unidos e fazer o México suportar os custos.
Um ponto que cabe ressaltar, diz respeito as reformas políticas que Trump irá tentar implementar através de emendas, dentre as reformas, inclui uma emenda constitucional para impor limites de mandato a todos os membros do Congresso e uma proibição de cinco anos para a Casa Branca e funcionários do Congresso se tornarem lobistas depois de deixarem o serviço do governo.
Trump também irá enxugar as contas do governo com cortes nas despesas e redução no tamanho da máquina pública, cortando cargos e funcionários afim de reduzir custos e equilibrar melhor o estado.
Na economia é certo que iremos presenciar uma brusca mudança americana em relação aos seus mercados e aos acordos comerciais, onde Trump defende medidas protecionistas e restrições a entrada no mercado americano visando proteger sua industria e economia dos gigantes estrangeiros como os chineses.
Um dos pontos mais delicados e que atrai as atenções do mundo diz respeito a política externa a ser adotada na administração Trump, algo que com certeza elevou a preocupação dos estados signatários da OTAN, tendo em vista a posição do republicano em reduzir seu apoio aos estados da aliança que descumprirem suas obrigações, deixando um vácuo no que diz respeito a postura protetora comum á política dos EUA com relação aos aliados europeus, marcando uma mudança radical e o afastamento político em relação a proteção da Europa. Além desta nova perspectiva apresentada por Trump durante sua campanha, ele ainda demonstrou a intenção em desmobilizar as tropas dos EUA estacionadas na Europa e Ásia, deixando o papel predominante na defesa destas regiões aos seus governos.
Com relação a Síria, há previsões de uma nova oportunidade para as negociações na região, onde recentemente, o candidato sugeriu que vê Bashar al-Assad, como o menor mal quando comparado com os grupos de oposição rebeldes apoiados pelos EUA, alguns dos quais têm inclinações islâmicas. Algo que o leva a encarar tais grupos como futura ameaça a segurança dos EUA.
Trump se comprometeu a aniquilar o Estado Islâmico, para tanto irá lançar mão de todos os meios militares, políticos e econômicos afim de exterminar o grupo terrorista da face da terra.
No campo de defesa, contrariando a atual política de reduções e cortes nos programas militares e seus orçamentos, especialistas e analistas próximos do republicano, preveem uma postura mais firme, onde há previsão de um expressivo aumento nas capacidades militares do país, prevendo o aumento não apenas quantitativo, mas qualitativo, com aquisição de diversos meios navais e aéreos, além do aumento no contingente de tropas em serviço ativo.
Agora nos resta aguardar e ver o desenvolvimento da nova administração, que já deixou claro que irá mudar radicalmente a postura em relação a anterior administração Obama.
por: Angelo Nicolaci - Jornalista e editor do GBN NEWS, graduando em relações internacionais pela UCAM, especialista em geopolítica do Oriente Médio e Leste Europeu, pesquisador e analista de Segurança e defesa, estudioso de história militar.
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