Depois da passagem da frota naval russa pela zona econômica exclusiva portuguesa, os olhares se voltaram para a Espanha, país ao qual foi solicitado permissão para escala técnica pela força naval russa, e que se estava estudando se daria ou não permissão a frota russa para realizar uma escala técnica em Ceuta, para realizar reabastecimento. A OTAN, organização da qual a Espanha é signatária, vê com preocupação o deslocamento da força naval russa rumo á Síria, onde irá se juntar aos esforços russos no conflito sírio, algo que contraria a organização e seus principais signatários.
A OTAN não emitiu qualquer restrição no uso de portos de seus signatários pela força naval russa com fins de reabastecimento e provisões ás mesmas, deixando a decisão a cargo de cada nação membro pelas quais a frota irá cruzar em seu caminho.
De acordo com a imprensa espanhola, a frota russa fez um pedido a Espanha para fazer uma escala em Ceuta, ainda durante a manhã desta quarta-feira (26). A autorização foi concedida, mas o Ministério dos Assuntos Exteriores espanhol veio anunciar que estava analisando o pedido russo, fato que se deu após o discurso realizado por Jens Stoltenberg, que expressou a preocupação com os rumos do conflito sírio após o incremento que haverá no poderio russo na região com a chegada desses navios.
Numa reunião entre os ministros da Defesa da coalizão internacional que combate o Estado Islâmico, realizada em Paris, o ministro da Defesa espanhol, Pedro Morenés, garantiu que o país irá pedir explicações à Rússia sobre “o propósito e o destino” dos navios.
A escala da frota russa em porto espanhol tem sido motivo de duras críticas ao governo da Espanha por líderes de outras nações signatárias da OTAN. O ex-primeiro-ministro belga, atual representante da União Europeia nas negociações do Brexit, Guy Verhofstadt, disse que “é escandaloso que a Espanha, como membro da OTAN e UE, permita que a frota russa reabasteça e receba assistência técnica em território espanhol”. Verhofstadt lembrou ainda que na semana passada o governo espanhol assinou uma declaração no Conselho Europeu que acusa a Rússia de crimes de guerra contra civis em Alepo, mas hoje cogita dar apoio a uma frota que tem como propósito participar dos ataques á Aleppo, contrariando a resolução da UE e OTAN.
Tal pressão sobre a Espanha e a falta de um posicionamento do MRE espanhol, levou a Rússia através de sua embaixada a retirar o pedido para escalar no porto espanhol, tomando a decisão de seguir o curso rumo á Síria sem escalas no território da Espanha.
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