Forças do governo sírio entraram em confronto com rebeldes em diversas frentes em ataques por solo em Aleppo nesta quarta-feira (28), disseram autoridades rebeldes, à medida que o exército e seus aliados pressionavam para que uma ofensiva apoiada pela Rússia retome a cidade.
Uma autoridade sênior rebelde disse que forças pró-governo também estavam se mobilizando em possível preparação para mais ataques por terra nas áreas centrais da cidade, que é dividida em zonas controladas por rebeldes e pelo governo.
"Houve confrontos em al-Suweiqa das 5h (horário local) até agora. O exército avançou um pouco, e os homens estão repelindo", disse um militante do grupo rebelde Frente do Levante em áudio enviado à Reuters, se referindo à área em que houve confrontos na terça-feira (27).
Outra autoridade rebelde disse que forças do governo também estão atacando o acampamento de refugiados de Handarat, mantido por insurgentes e a poucos quilômetros ao norte de Aleppo.
Os Estados Unidos ameaçaram nesta quarta-feira (28) interromper sua atividade diplomática com a Rússia na Síria e disseram que responsabilizam Moscou pelo uso de bombas incendiárias na cidade de Aleppo, uma postura que, segundo uma autoridade dos EUA, pode levar a acusações de crimes de guerra contra os russos.
O secretário de Estado norte-americano, John Kerry, transmitiu a mensagem em uma ligação para o ministro das Relações Exteriores russo, Sergei Lavrov, na qual expressou uma "preocupação grave" com o ataque aéreo e terrestre do governo sírio, com apoio da Rússia, a áreas controladas por rebeldes em Aleppo, maior cidade da Síria.
Bombardeios de aeronaves russas ou sírias impediram um hospital de Aleppo de continuar funcionando nesta quarta-feira (28), disseram funcionários, e forças terrestres intensificaram um ataque ao setor da cidade sitiado e tomado por rebeldes em uma batalha que se tornou um divisor de águas em potencial na guerra civil de cinco anos e meio. A Síria e Rússia afirmam só visarem militantes do Estado Islâmico e de outros grupos.
O colapso da trégua mediada por EUA e Rússia no dia 19 de setembro e a intensificação dramática da ofensiva do governo sírio em Aleppo obrigaram autoridades dos EUA a reconsiderar o que podem tentar fazer para deter a violência, se é que algo pode ser feito.
Até agora, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, vem se recusando a enviar forças norte-americanas para tentar depor o presidente sírio, Bashar al-Assad, e as autoridades de seu país duvidam que ele o faria em seus últimos meses no cargo. Um cenário mais plausível seria permitir que aliados do Golfo Pérsico deem mais armas aos rebeldes.
"Se a diplomacia parar, outras opções terão que ser analisadas, o que significa discussões de coisas como... medidas mais agressivas", disse um funcionário dos EUA, falando sob condição de anonimato.
Fonte: Reuters
Nota do GBN: incrível a postura míope do governo dos EUA em relação ao governo sírio, onde continua a manter firme sua convicção em depor Assad, algo que ao meu ver seria um enorme e irreparável erro e um golpe final a pouca e quase nula estabilidade no Oriente Médio, algo que fica latente ser o intento norte americano, uma vez que observamos o que aconteceu com a Líbia e mesmo ao Iraque após suas intervenções e derrubadas de líderes que governavam estas nações, algo que criou um novo foco de terrorismo e instabilidade política.
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