Zaitsev nasceu em 23 de março de 1915 na região de Eliniski, neto de caçador, aprendeu a atirar ainda cedo, quando criança, caçando lobos em Eliniski, sua terra natal próximo aos Montes Urais, onde vivia como pastor de ovelhas.
Seu avô pertencia a uma longa extirpe de caçadores dos Urais, foi quem lhe presenteou com a primeira arma. Quando saía para caçar, cobria-se de óleo de texugo para ficar camuflado pelo cheiro do animal. Matando lobos, aprendeu a rastrear e espreitar, o que lhe serviria para lutar contra aqueles outros predadores bípedes que invadiram sua pátria. O futuro franco-atirador não era nenhum iletrado. Ele entrou numa escola técnica de construção, estudou contabilidade e foi inspetor de seguros. Em 1937, foi convocado e entrou como marinheiro na frota do Pacífico — sempre exibiu com orgulho sob o uniforme a camiseta de listras zuis e brancas, a telniashka. Em busca de ação, pediu para entrar numa companhia de fuzileiros e foi parar em Stalingrado. Chegou como suboficial em 20 de setembro de 1942: foi como pousar no inferno; em seu diário, anotou que o ar fedia a carne queimada.
“Use cada bala com consciência, Vassili”, recomendava-lhe seu avô quando ele era criança durante a caçada aos lobos na taiga. Foi o que ele fez de melhor em Stalingrado, onde imortalizou seu nome na história caçando outro tipo de lobos, os nazistas que tentavam a todo custo se apossar da cidade que levava o nome do líder soviético, Josef Stalin, sendo um importante simbolo.
Inicialmente Vassili foi incorporado a infantaria da marinha durante a Segunda Guerra Mundial e chegou a cidade de Stalingrado em 20 de setembro de 1942, com a 284ª Divisão de Fuzileiros. Seu desempenho no campo de batalha logo lhe valeu o título de herói nacional, pois os franco-atiradores eram então muito estimulados pelo general Vassili Chuikov, comandante do 62º Exército, encarregado da defesa da cidade contra os ataques do 6º Exército alemão. Vassili matava quatro ou cinco alemães todos os dias. A história de Vassili Zaitsev, como a de outros grandes nomes no hall de franco atiradores nos transporta para uma fantástica busca por conhecer mais sobre estes mitos, nos levando a conhecer um pouco sobre a sua misteriosa personalidade e as táticas de combatentes tão admirados quanto temidos, que sempre provocaram uma fascinação enorme, a mística dos franco-atiradores.
Vassili Zaitsev fixava a mira telescópica em seu fuzil Mosin-Nagant modelo M91/30, calibre 7,62 x 54 mm, que com grande facilidade penetrava os capacetes dos soldados alemães, causando dezenas de mortes através de apenas um único e preciso disparo na cabeça de seus adversários.
As memórias de Vassili Grigorievich Zaitsev concentram-se na atividade do franco-atirador em Stalingrado, onde sua contagem particular chegou a 242 militares alemães, incluindo 11 franco-atiradores,onde abater franco atiradores alemães era uma das prioridades desses soldados. A história de Vassili Zaitsev acabou nas telas dos cinemas com o filme "Círculo de fogo", excelente filme que recomendo aos fãs de filmes que retratam o inferno da guerra.
Em um dos relatos de Zaitsev, ele impede que sua equipe de franco-atiradores dispare contra alguns oficiais que, acreditando estar em segurança, estavam se lavando perto de uma trincheira. “Esses caras são só tenentes”, afirmou. “Se desperdiçamos balas com peixes pequenos, os grandes nunca vão pôr a cabeça para fora.” No dia seguinte, voltam à área de banho e então chegam o que eles esperavam, um coronel acompanhado por um franco-atirador com um precioso fuzil de caça, um major com a Cruz de Cavaleiro com Folhas de Carvalho e outro coronel fumando numa longa e aristocrática boquilha. “Nossos tiros assobiaram. Apontamos na cabeça, como exige o manual, e os quatro nazistas caíram dando o último suspiro.” Em outra ocasião, ele atirou em outro oficial que trazia a Cruz de Ferro no peito. “Apertei o gatilho e a bala atravessou a medalha do alemão, que caiu para trás com os braços abertos.”
Em seu primeiro combate, Zaitsev travou uma luta corpo-a-corpo, tendo perdido a baioneta e a arma, matou seu primeiro alemão por estrangulamento. Segundo relatou em sua biografia, é a guerra em toda sua crueza: “Finalmente ele parou de opor resistência e aí senti um cheiro nauseabundo, no momento de morrer ele havia defecado”.
Durante a defesa das posições na famosa fábrica "Outubro Vermelho", onde se mantinha a resistência aos invasores alemães com a que ficou conhecida pelos alemães como a “guerra de ratos”, através dos porões e esgotos da cidade em ruínas, os soldados soviéticos, em especial as equipes de franco atiradores se locomoviam a caça de nazistas. No fim de outubro, um coronel ao observar o desempenho de Zaitsev ao abater com três disparos precisos de seu fuzil padrão de infantaria, os operadores de uma metralhadora, ordenou que dessem um fuzil de franco-atirador para ele, ao que finalmente o "Caçador de Lobos" recebeu um Mosin-Nagant modelo 91/30, que o coronel entregou a Zaitsev dizendo: “Já foram três, continue a contagem”.
Assim começou sua carreira. Ele ganha gosto pelo ofício: “Eu gostava de ser franco-atirador e ter a licença para escolher minha presa, a cada disparo era como se pudesse ouvir a bala atravessando o crânio do inimigo”. Atira a longa distância, 550 metros ou mais. A mira telescópica revela detalhes do alvo. “Você sabe se ele fez a barba, pode ver a expressão de seu rosto, cantarolando. Enquanto seu homem coça a testa ou inclina a cabeça para ajeitar o capacete, você busca o melhor ponto para receber o impacto da bala; ele não tem a menor ideia de que só lhe restam alguns segundos de vida.” Não há nenhuma dúvida, nem remorso. “Apertei o gatilho, ele se debateu por alguns segundos e depois ficou imóvel.”
Os números divulgados pelos soviéticos naquela época apontam estimativas de que mais de mil alemães foram mortos por franco-atiradores durante a Batalha de Stalingrado, sendo anunciado que Zaitsev fora responsável por 242 dessas mortes. Ao fim da guerra, este número ainda aumentaria para cerca de 468 mortes confirmadas, tendo cessado apenas após Zaitsev ter sido cegado por um morteiro, o que tirou o "Caçador de Lobos" definitivamente da linha de frente. Vassili ainda atuou como instrutor de franco-atiradores do Exército Soviético.
Após a guerra, ele foi para Kiev, onde ele trabalhou como diretor de uma fábrica têxtil até o fim de seus dias em 1991. Seu rifle ainda pode ser visto no Museu das Forças Armadas em Moscou. Ficou famoso após o filme "Circulo de Fogo" que se baseou em sua atuação na batalha de Stalingrado.
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matéria legal, assisti o filme circulo de fogo, recomendo para quem gosta de filmes de guerra e baseados em fatos reais
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